"Lenda urbana, boato ou rumor é "um relato anónimo, breve, com múltiplas variantes, de conteúdo surpreendente, contado como verdadeiro e recente num meio social do qual exprime de maneira simbólica os medos e as aspirações" (in Renard, Jean-Bruno, Rumeurs et légendes urbaines. Paris: PUF, 2006, 3.e éd., p. 6).
Vive-se uma situação de intranquilidade no país. Os ataques na zona centro e a rápida irradiação das notícias alusivas, a isso leva. Mas, especialmente, a isso leva o efeito retroactivo. Os ataques agem sobre vivências do passado e criam nas pessoas um quadro de contaminação sensorial imediata, instintiva, ligado à guerra de 1976/1992. A matriz dedutiva passa a processar-se assim: se no passado houve guerra, agora também haverá.
No nosso caso, o rumor é, sem dúvida, ao mesmo tempo, expressão de medo do passado e aspiração ao fim desse medo. Mas pode resultar, também, da falta de informação credível e permanente. Quanto mais esta escassear, mais rapidamente o rumor ganhará mentes e comportamentos.
Todavia, não podemos esquecer que, além dos rumores populares, existem os rumores intencionalmente provocados por certos grupos, com o objetivo de criar desorientação social.
Adenda às 8:47: rumores podem surgir facilmente. Eis dois exemplos: a propósito de uma evasão de 60 reclusos na cadeia provincial de Inhambane e do tiroteio que se seguiu, em relato do "Canal de Moçambique": "(...) Sem saber ao certo o que se passava, grande parte dos moradores da pequena cidade deduziu que se tratava de um ataque “da Renamo” e a falsa informação rapidamente se propagou pela cidade durante toda a manhã." Segundo exemplo: dez cadetes chegaram tarde a uma zona militar da cidade de Nampula e a sua entrada foi recusada pela sentinelas, seguindo-se um tiroteio, extracto de um relato do "Wamphula fax" de hoje: "Durante cerca de 10 minutos os gritos, movimento de carros e pessoas com disparos à mistura chegaram a fazer entender que algo não estava bem e muitos foram que de imediato associaram o caso a eventual guerra."
No nosso caso, o rumor é, sem dúvida, ao mesmo tempo, expressão de medo do passado e aspiração ao fim desse medo. Mas pode resultar, também, da falta de informação credível e permanente. Quanto mais esta escassear, mais rapidamente o rumor ganhará mentes e comportamentos.
Todavia, não podemos esquecer que, além dos rumores populares, existem os rumores intencionalmente provocados por certos grupos, com o objetivo de criar desorientação social.
Adenda às 8:47: rumores podem surgir facilmente. Eis dois exemplos: a propósito de uma evasão de 60 reclusos na cadeia provincial de Inhambane e do tiroteio que se seguiu, em relato do "Canal de Moçambique": "(...) Sem saber ao certo o que se passava, grande parte dos moradores da pequena cidade deduziu que se tratava de um ataque “da Renamo” e a falsa informação rapidamente se propagou pela cidade durante toda a manhã." Segundo exemplo: dez cadetes chegaram tarde a uma zona militar da cidade de Nampula e a sua entrada foi recusada pela sentinelas, seguindo-se um tiroteio, extracto de um relato do "Wamphula fax" de hoje: "Durante cerca de 10 minutos os gritos, movimento de carros e pessoas com disparos à mistura chegaram a fazer entender que algo não estava bem e muitos foram que de imediato associaram o caso a eventual guerra."
1 comentário:
Escrevi num outro post que a boateira já começou, sites fura vidas dizem que morreram sete pessoas no ataque de hoje.
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