Uma impressionante frente policial constituída pela Força de Intervenção Rápida, pela Polícia de Protecção e por agentes do Serviço de Informação e Segurança do Estado, fortemente armada (incluindo gás lacrimógéno e "potentes viaturas") abortou uma manifestação pacífica e espancou camponeses da Manhiça que exigiam a tomada de "medidas imediatas para travar acções de pessoas e empresas que, tendo como interesse central, o lucro e a riqueza, exploram os associados da Manhiça". Os camponeses, que disseram não terem armas de fogo, queriam entregar aos governos distrital e municipal um manifesto no qual exigiam "o fim da usurpação de terra pelos privados". A União Nacional dos Camponeses afirma não ter perdido a batalha e que a marcha de protesto será reactivada no dia 17 de Abril, dia do camponês - isto vem hoje reportado na edição do "Magazine Independente", em trabalho do jornalista Celso Ricardo, que exibe os testemunhos de dois camponeses agredidos, um dos quais ficou com um braço fracturado (p. 5).
Comentários: 1) quero acreditar que a procissão vai ainda no adro no tocante à penetração rural e ao impacto do grande Capital latifundiário; 2) é notável verificar como num distrito rural distante de Maputo surge uma tão espantosa concentração de forças policiais e de segurança do Estado; 3) faz muito que não se via na imprensa local uma descrição que fosse para além da fotografia superficial dos conflitos e aflorasse claramente o que está em jogo: camponeses associados frente ao grande Capital latifundiário; 4) fiz uso no título de uma palavra extraída de uma outra de Mussa Raja: capitalocracia.
Comentários: 1) quero acreditar que a procissão vai ainda no adro no tocante à penetração rural e ao impacto do grande Capital latifundiário; 2) é notável verificar como num distrito rural distante de Maputo surge uma tão espantosa concentração de forças policiais e de segurança do Estado; 3) faz muito que não se via na imprensa local uma descrição que fosse para além da fotografia superficial dos conflitos e aflorasse claramente o que está em jogo: camponeses associados frente ao grande Capital latifundiário; 4) fiz uso no título de uma palavra extraída de uma outra de Mussa Raja: capitalocracia.
6 comentários:
Será que palavras como justiça social, bom senso, diálogo deixaram de ter sentido?
BASTA!
É lamentável que os trabalhadores sofram tal tipo de constrangimento. Infelizmente o mesmo ocorre também no Brasil.
O repórter que foi além da fotografia-e-nada-mais está de parabéns.
A coberto do controle da criminalidade, do tráfico de droga, do terrorismo, assiste-se, hoje, um pouco por todo o lado, ao aumento da repressão!
Em última instância, o que se pretende é aterrorizar a população trabalhadora e abortar qualquer iniciativa de luta.
Retiro duma postagem minha, este excerto:
Os trabalhadores descontentes, mal remunerados, explorados, não têm outro caminho que não seja exigir mudanças.
O livre arbítrio dos empresários só poderá ser combatido por um movimento sindical forte.
As funções do Estado, mais ou menos comprometido com o poder económico, é o de exercer uma acção fiscalizadora, mais ou menos séria.
Mas a defesa permanente e sem tréguas tem que ser assegurada pelos próprios trabalhadores.
Se nada se fizer, é melhor esperar sentado.
Sim professor Carlos Serra, este e um problema as vezes que remonta na forma como os politicos encaram o povo, agora o caso Kenya, e com essa reportagem de Manhica, Mocambique leva a crer o quao a policia que as vezes esquece que e esquecido pelo governo a analisar a dinamica da liberdade de expressao e a democracia. E muito triste, tambem ha que repensar na politica de terras em Mocambique em que agora este assunto esta meio enterrado.
Há quem amaria que silenciássemos problemas como este. Mas aqui, neste diário, jamais haverá silêncio sobre isso ou eclipses docemente epistemológicos.
Mais aqui (inexplicavelmente em castelhano)
http://www.viacampesina.org/main_sp/index.php?option=com_content&task=view&id=441&Itemid=34
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