"Em toda a sua vida, sempre longe da pátria, entre povos diversos, cheia de impressões diferentes tomada de preocupações de estudos, jamais conseguira chegar a uma dedução lógica e satisfatória a respeito da sua procedência. Não sabia ao certo quais eram as circunstâncias em que viera ao mundo, não sabia a quem devia agradecer a vida e os bens de que dispunha." - O Mulato, Aluísio Azevedo, 1881.
Vamos lá, então, avançar esta série, série que gesta em seu seio tão delicado tema quanto aquele que a pergunta recobre e do qual os ricos 19 (no momento em que escrevo) comentários feitos ao número inaugural são um testemunho exemplar.
Nas Cartas Persas do barão de Montesquieu, uma jovem francesa perguntou: como se pode ser persa?
Essa pergunta emblemática do mundo das diferenças pode ser utilizada, por exemplo, da seguinte forma: como se pode ser Barack Obama? Como se pode ser presidente do Estados Unidos sendo mulato?
Estais a ver quão complexo pode ser o mundo das perguntas. Das perguntas e, especialmente, rigorosamente, do tema que as produz, do tema da raça.
A história da humanidade está cheia de gavetas identificadoras, de conflitos sem fim, grandes e pequenos, cheios de sangue muitos, infiltrados de ódio passivo a maior parte, a propósito da cor das nossas peles e dos atributos que lhes temos atribuído, que todos os dias atribuímos e reproduzimos de forma mecânica.
Vamos lá, então, avançar esta série, série que gesta em seu seio tão delicado tema quanto aquele que a pergunta recobre e do qual os ricos 19 (no momento em que escrevo) comentários feitos ao número inaugural são um testemunho exemplar.
Nas Cartas Persas do barão de Montesquieu, uma jovem francesa perguntou: como se pode ser persa?
Essa pergunta emblemática do mundo das diferenças pode ser utilizada, por exemplo, da seguinte forma: como se pode ser Barack Obama? Como se pode ser presidente do Estados Unidos sendo mulato?
Estais a ver quão complexo pode ser o mundo das perguntas. Das perguntas e, especialmente, rigorosamente, do tema que as produz, do tema da raça.
A história da humanidade está cheia de gavetas identificadoras, de conflitos sem fim, grandes e pequenos, cheios de sangue muitos, infiltrados de ódio passivo a maior parte, a propósito da cor das nossas peles e dos atributos que lhes temos atribuído, que todos os dias atribuímos e reproduzimos de forma mecânica.
Nesta série limitar-me-ei a colocar algumas ideias no sentido de mostrar três coisas:
1. O peso das representações sociais racializantes
2. A associação entre representações racializantes e recursos de poder
2. A hipótese de que cada um de nós é mulato, mestiço, produto híbrido
Sugestão: permitam-me sugerir-vos que importem da internet o livro em epígrafe referido, aqui.
Sugestão: permitam-me sugerir-vos que importem da internet o livro em epígrafe referido, aqui.
34 comentários:
A questão de Barack Obama é muito mais vasta e mais ampla do que apenas racial. É, creio, uma mestiçagem racial, cultural e de classes que contribui (ou pode, ou deve contribuir) para se sentir em casa em dois mundos, dois povos, dois continentes, duas raças, entre pobres e ricos, compreendendo-os melhor e com mais potencial para os ajudar a aceitar-se e a caminhar em conjunto.
Restringindo isso ao "mulato", é essa riqueza que muitas vezes "assusta" quem julga ter no seu sangue, digamos, apenas uma "raça".
Felizmente o mundo é cada vez mais verdadeiramente mulato.
O "mulato" é apenas um pretexto para eu tentar chegar aos 3 pontos indicados. Vamos aguardar. Obrigado.
Graças a Deus, esta segunda parte não começou com uma pérola!
Que mulato, em Moçambique, é que não sabe o que é receber um insulto de rua, um "vai para casa!" ? Pois em "Vou pra casa, mas não é pra já" - http://www.voupracasamasnaoja.blogspot.com/ - podemos, ler:
A negritude constitui um conceito de origem francófona, desenvolvido por indivíduos de descendência africana, nascidos nas ex-colónias francesas. Esses intelectuais criaram um movimento cujo objectivo se orientava para a união de todos os “negros”, de forma a combater a discriminação a que eram submetidos e a revalorizar o seu papel político e sócio-cultural.
A negritude traduzia um conjunto de traços que se defendia serem característicos do “negro”, como a solidariedade, a capacidade de emoção ou a importância conferida ao simbólico e ao sagrado. Defensora da ideia que a cor da pele deflagra uma identidade comum, esta ideologia foi criticada pelo facto de veicular um essencialismo africano, imaginado por uma elite intelectual, alheia à heterogeneidade das populações do continente. A negritude constitui, por isso, não só uma reacção como uma extensão das ideologias racistas coloniais.
Raça! Afinal o que é raça ou racismo?
Pode haver racismo dentro de uma mesma raça?
Faço estas perguntas porque eu nem própria sei o que quer dizer..
Trabalho numa escola onde a maioria dos alunos são negros, mestiços, uns mais claros outros mais escuros e até á data entre brancos e africanos (Jovens) nunca houve problemas maiores até ao dia de ontem..
No Ano passado chegou-nos uma jovem vinda da Guiné .O pai já cá estava com 2 filhos e fez vir mais 3 dos 9 filhos que ele teve com outras mulheres. Este ano, ele fez vir uma das mulheres ( Cabo Verdiana) com um filho.
Sendo madrasta da moça , parece que as coisas lá em casa não andavam muito bem( desabafos da moça)..
Ontem a madrasta apareceu na escola pela simples razão que a moça não tinha lavado a loiça do almoço, e que tinha que ir para casa, chamando-a de PRETA PORCA …Os ânimos foram-se alterando entre professores a defender a aluna e eu própria..
Conclusão disso tudo, a madrasta tira não se sabe de onde uma faca atirando-se a moça perfurando-lhe o pulmão..Ficamos hoje a saber que ela está em perigo de vida..
Fico sem saber o que é mesmo o racismo.
Uma mulher Cabo Verdiana contra uma moça Guineense..
Afinal o que é mesmo o Racismo?
Lisa
Excelente enquadramento, em especial no que concerne à essencialização cultural-fenotípica. A referência à extensão das ideologias raciais coloniais, idem. Procurarei, entretanto, ao longo da série, mostrar que o racismo com raça pode ir de par com o racismo sem raça.
Tinha acabado de escrever o comentário anterior, quando dou, agora, com o seu, Lisa. Vamos reflectir sobre o que contou. E excelente pergunta a do fim.
Não só a pergunta prof: Mas essa mulher chamou a moça de Preta Porca sendo ela tb preta..E não vou dizer os outros palavrôes que ela disse sobre a raça da moça..
Raça!!!! E eu que achava que eramos todos iguais..Porque quando um ente querido morre seja no meio africano ou Europeu a dor é igual..Se eu sangro o meu sangue é igual ou deles e a dor tb.
Hoje sinto-me revoltada , triste, magoada, desolada e confusa pelo episódio..
A Fanta ( moça)não merecia ...Ninguém merece..
Quando penso que o pai a trouxe para lhe dar uma vida melhor , retirando-a dos braços da mãe fico revoltada quando uma pessoa da mesma "RAÇA" quase lhe tira a vida..
Lisa
volto a repetir que este debate é de cegos, surdos e mudos.
eu escrevi aqui há dias atrás:(mas OBAMA não é um negro na casa branca (se ganhar) é um cidadão do mundo na Sala Oval da Casa Branca).
porrrrrrrá!!!!!COLLIN POWER é um afro-americano, MAS se ele um dia ganhasse a eleiçao para presidente dos EUA e logo aseguir faz o mesmo que BUSH!!!??? será a questão racial (cor da pele) que determina o caracter,ideologias dos seres humanos...
Eu como cidadão espero que os americanos voltem a ser amigos doutros povos e ajudar a contruir um mundo melhor, independentimente de ser OBAMA ou Amadin EJAD...
EU acho que se ADMINISTRAÇÃO OBAMA não conseguir cumprir com as ideias chaves da campanha eu e o resto do mundo vamos nos virar contra eles.
ADMINISTRAÇÃO OBAMA representa a correção das POLITICAS TERRORISTAS DE BUSH.
A vitória de OBAMA é uma rotura com o passado.
Todos olhos estão postos na ADMINISTRAÇÃO DE OBAMA.
O Jornalista da CBS perguntou a ele se for eleito "se gostaria de ser recordado como 1º PRESISDENTE afro-americano"....e ele respondeu que não!!! gostaria de ser recordado como um homem (ser humano) honesto, quer contribuir para um mundo melhor.
PORTANTO EU VEJO AS PESSOAS COMO SERES HUMANOS E NÃO COMO PRETO,MULATO,BRANCO,ALBINO,ETC
por favor, procurem um PSIQUIATRA!!!!
obs: PROCUREM LER O ARTIGO DO DR. MÁRIO SOARES DE ONTEM! vejam como ele vê a ELEIÇÃO dE OBAMA
Carlos Magno
_________________________________
tugga_carlosmagno@live.com
"Depois, como já escrevi nesta coluna, um afro-americano sentado na Sala Oval da Casa Branca representa, só por isso, "uma revolução cultural enorme". Como a própria campanha eleitoral dos últimos tempos representou, pelo seu sentido didáctico, participativo e pelo seu dinamismo, um contributo muito relevante para a mudança das mentalidades dos americanos, de todas as classes, contaminando mesmo certos sectores mais fanatizados, empedernidos e ignorantes do mundo."
MARIO SOARES
Lisa, lá tentaremos, de forma colectiva, chegar. Ao outro leitor: não creio que seja inválido este debate. Acresce que o meu objectivo é, justamente, o de mostrar e descodificar as representações racializantes.
So para lembrar oque por aqui ja se escreveu acerca de Obama: Tolero que os "democratas brancos (racistas)" não apoiem Obama, mas difícil que os "racista negros" não acreditem em mudanças evidentes. Mesmo que Obama não seja eleito, ele deixa um capitulo novo nas paginas da historia americana.
Meu comentario a uma das postagens em 8/6/08 11:48 PM e a resposta dum anonimo ao meu comment:
Anonymous Anónimo said...
Nelson : É cego quem não quer ver". Tenho de o informar que não sou negro, apesar de não me importar, e muito menos racista. Aprendi na minha infância, nas margens do Indico, a respeitar os povos independentemente da côr da sua pele e sempre, em toda a minha vida, pugnei pela igualdade de direitos e transmiti aos meus disciplos esses valores.
A História tem-nos mostrado que o que parece não é e muitto menos do Império USA que caminha para a sua derrocada como os outros.
As ultimas notícias da livre e democrática América dão conta das manifestações e ameaças de racismo, contra Obama, nos jornais e rádios.
Em Novembro voltaremos ao tema para celebrarmos a "mudança". (Vejam as declarações sobre a politica externa de Obama).
Lisa, contarei uma experiência tida numa pesquisa que há cerca de dez anos conduzi sobre racismo e etnicidade em Moçambique. Isso, a propósito de alguém, sendo negro, chamar negro ou preto a outrem da mesma raça. Aguarde a continuidade da série.
Isso, Nelson...
Permita-me, Nelson, mudar de tema e perguntar-lhe se corresponde à realidade o retrato feito da Beira política por uma senhor referida na postagem do diário de campanha. Pode comentar lá, dizer se existem outras perspectivas?
COMEÇO-ME REALMENTE JÁ A DAR CABO DA CABEÇA!!!!
PROF. Serra! onde é que quer chegar? Por favor, explique aqui os leitores onde lhes quer levar?
não consigo perceber!
ACHO QUE DEVIAMOS DEBATER OS PROS-E-CONTRAS DESTA ELEIÇÃO?
@VERDADE É QUE O MUNDO LIVROU-SE DA AMÉRICA BESTA (666) DO BUSH...
"Barack Obama deve "colocar os direitos humanos no centro" do seu governo, considera a organização, determinando uma lista de acções para o democrata adoptar "nos primeiros cem dias" da sua presidência, que assumirá a 20 de Janeiro.
Barack Obama deverá "anunciar um plano e uma data para o encerramento do centro de detenção de Guantanamo", base norte-americana na ilha de Cuba, "proibir a tortura e os maus tratos ... e criar uma comissão independente para inquirir sobre os abusos cometidos pelos Estados Unidos durante a guerra contra o terrorismo".
Washington deverá igualmente "avançar com as políticas de incentivo dos direitos humanos" e proporcionar a liderança necessária para "acabar com as atrocidades de massa contra os civis em locais como o Darfur", no Sudão, adianta a organização.
As saudações e felicitações pela vitória começaram a chegar aos EUA ainda antes de Barack Obama terminar o discurso de vitória, em Chicago.
O regime iraniano, que tem entrado em confronto inúmeras vezes com o actual presidente norte-americano, George W. Bush, nomeadamente devido à questão do programa nuclear de Teerão, considera a vitória de Barack Obama uma “prova de que as políticas de Bush falharam". As palavras são do proeminente deputado Gholam Ali Haddad Adel, citado pela agência oficial iraniana IRNA. "Os norte-americanos não têm outra opção que mudar as suas políticas para se salvarem do atoleiro que Bush criou. A derrota dos republicanos é o preço que pagam pelos enganos estratégicos e tácticos de Bush", refere também um editorial do diário governamental ‘Iran’, enquanto o vice-presidente da Assembleia do Irão, Mohammad Hasan Abutorabi-Fard, espera que “Obama aprenda com as políticas falhadas de Bush e corrija as más políticas no Médio Oriente".
As reacções internacionais à eleição do democrata Barack Obama para a presidência dos EUA começaram a surgir logo que o rival republicano, John McCain, admitiu a derrota. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, presidente em exercício da União Europeia, foi um dos primeiros chefes de Estado a felicitar, efusivamente, Obama: 'Numa altura em que temos de enfrentar, unidos. grandes desafios, a sua eleição criou enormes esperanças na França, na Europa e mais além. A França e a Europa vão descobrir novas energias para trabalhar com a América na preservação da paz e da prosperidade no mundo'.
Para o PCP, Barack Obama “está longe de corresponder às expectativas criadas com a gigantesca campanha mediática de construção de uma ilusão de mudança política nos EUA'. Ângelo Alves, da comissão política do partido, salientou que “caberá agora ao povo norte-americano e de outros países continuar a lutar por reais mudanças', alegando que tanto a candidatura de Obama, como a candidatura do seu rival republicano John McCain 'não disfarçaram a sua vinculação ao plano de dominação' norte-americana.
O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, saudou os 'valores progressitas' de Obama e 'sua visão para o futuro'.
A embaixada do Paquistão, país considerado crucial pelos EUA no combate ao terrorismo, fez chegar ao novo líder dos EUA a mensagem do presidente Asif Zardari, exprimindo 'a esperança de que as relações do Paquistão com os EUA sejam reforçadas sob a nova liderança'.
Do vizinho Afeganistão, o presidente Hamid Karzai enviou 'um aplauso para o povo americano' e manifestou esperança que a eleição de Obama 'possa trazer paz ao Afeganistão e prosperidade ao povo afegão'.
O presidente Mwai Kibaki, do Quénia, país natal do pai de Obama, manifestou 'orgulho' pelas 'raízes quenianas' do novo líder norte-americano. 'A sua vitória não é apenas uma inspiração para milhões de pessoasem todo o mundo, como tem uma ressonância especial para nós aqui no Quénia', afirmou.
'Com a eleição de Obama vou fortalecer a aliança Japão-EUA e trabalhar em conjunto para solucionar problemas globais', afirmou o primeiro-ministro japonês, Taro Aso.
Também o presidente alemão saudou a vitória do senador democrata. 'O senhor está perante grandes desafios para o seu país, mas também para o mundo', referiu Horst Koehler, garantindo que o próximo ocupante da Casa Branca 'pode contar com a Alemanha como fiel parceiro e amigo'.
Igualmente da Alemanha, chegaram também as felicitações da chanceler Angela Merkel, que classificou o resultado conseguido por Obama como 'uma vitória histórica'. 'O mundo está perante importantes desafios, e estou convencida de que, em estreita cooperação entre os EUA e a Europa, enfrentaremos decididamente os novos perigos e saberemos aproveitar as variadas oportunidades que se abrem ao nosso mundo global', referiu a chefe do executivo alemão.
Lula da Silva, presidente do Brasil, espera que a vitória do próximo inquilino da Casa Branca signifique “uma relação mais forte com a América Latina, com o Brasil e com África”. “Espero que se construa, aqui no continente, mais desenvolvimento e possibilidade de investimento nos países mais pobres. Espero o fim dos subsídios agrícolas e o fim do bloqueio a Cuba”, destacou o presidente brasileiro, que espera também que seja possível “fazer, finalmente, um acordo de paz no Médio Oriente”.
Para o primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodriguez Zapatero, a eleição do senador do Illinois constitui “um triunfo que transporta esperança e confiança para um Mundo que está a atravessar momentos de dificuldade e de incerteza'.
O presidente de Timor-Leste, José Ramos Horta, felicitou o novo presidente norte-americano, salientando a importância da acção da sua adminstração para uma futura resolução do conflito israelo-palestiniano e a necessidade de 'pôr ordem no escândalo financeiro de Wall Street. 'É uma agenda enorme para um homem só, por isso todos nós devemos ter paciência e dar-lhe tempo', sublinhou.
De acordo com a agência noticiosa oficial chinesa, Pequim, através do seu presidente, Hu Jintao, e do primeiro-ministro, Wen Jiabao, enviou uma mensagem de felicitações a Obama, enquanto o vice-presidente, Xi Jinping, felicitou o seu futuro homólogo, Joe Biden. Hu Jintao garantiu estar pronto a trabalhar com o novo presidente norte-americano para 'fortalecer o diálogo e a cooperação entre a China e os EUA', assinalando que 'promover boas e estáveis relações' entre os dois países 'significa muito para a paz, estabilidade e desenvolvimento mundiais'.
O presidente sul-africano, Kgalema Motlanthe, saudou a vitória eleitoral do 'primeiro presidente negro da História da nação mais poderosa do Mundo', realçando que Barack Obama 'tem sobre os ombros as esperanças e sonhos de milhões dos seus compatriotas, homens e mulheres, bem como de muitos mais milhões de pessoas, particularmente de descendência africana que vivem no continente africano e na diáspora'. Motlanthe afirmou ter esperança de que a eleição do senador democrata venha a 'contribuir significativamente para que o grande desafio que se coloca à Humanidade de eliminar a pobreza e o subdesenvolvimento em África venha a receber a atenção especial da nova administração norte-americana'.
O primeiro Presidente negro da África do Sul, Nelson Mandela, felicitou o senador do Illinois pela vitória na corrida à Casa Branca e salientou que demonstra “que ninguém, em todo o Mundo, deve ter medo de sonhar em mudar o Mundo para o tornar melhor”.
O Presidente da Venezuela, Hugo Chávez, grande crítico de George W. Bush, felicitou Barack Obama pela “eleição histórica” e expressou vontade de estabelecer “novas relações” com os EUA e relançar “uma agenda bilateral construtiva” para o bem-estar dos dois povos, baseada no “respeito da soberania, igualdade e de uma verdadeira cooperação”. “Neste dia de esperança para os americanos, o Presidente Hugo Chávez, em nome do povo venezuelano, felicita o povo dos Estados Unidos e o Presidente eleito Barack Obama pela sua grande vitória”, declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros venezuelano em comunicado.
No telegrama de felicitações enviado pelo Vaticano ao novo presidente dos EUA, o Papa Bento XVI saudou "a ocasião histórica" que constitui a eleição do senador democrata. Segundo anunciou o porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, Bento XVI dirigiu a Barack Obama a sua benção “para que Deus o apoie, a ele e povo norte-americano, e que todas as pessoas de boa vontade possam trabalhar para construir um mundo de paz, de solidariedade e de justiça".
in LUSA
Carlos Magno
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"Depois, como já escrevi nesta coluna, um afro-americano sentado na Sala Oval da Casa Branca representa, só por isso, "uma revolução cultural enorme". Como a própria campanha eleitoral dos últimos tempos representou, pelo seu sentido didáctico, participativo e pelo seu dinamismo, um contributo muito relevante para a mudança das mentalidades dos americanos, de todas as classes, contaminando mesmo certos sectores mais fanatizados, empedernidos e ignorantes do mundo."
MARIO SOARES
Eu concordo em pleno com o Carlos Magno, quem ganhou as eleições foi uma pessoa, não uma pessoa qualquer, um partido representado por alguém que inspirou, que prometeu a mudança num momento tão delicado, foi o discurso, o seu carácter, a sua humildade que o levou á vitoria, tudo o resto é conversa para boi dormir, assuntos arcaicos, que mais uma vez, faço lembrar, se não os ultrapassar-mos, ultrapassar-mos as magoas do passado, ficamos presos a ele, em vez de lutar-mos em conjunto por tempos difíceis, e é exactamente esta a mensagem de Obama.
Obama, tem a minha total admiração não porque finalmente um negro ou mulato, ou como quer que lhe chamem, chegou á casa branca, mas sim porque finalmente apareceu alguém nos USA, com o perfil de um presidente que transmite bom senso e inteligência.
Esta cantilena de vitoria de raças, chega a ser retrógrada, e sinceramente acho que por causa de comentários como os que tenho lido, que não avança mais e melhor!
Estão todos muito preocupados com as suas historias de repressão e desigualdade, com a sua tribo, com o seu ego, que se esquecem que não é com isto que se constroiem nações.
Não tenho duvida, nem ponho em causa, que no passado muitos erros foram cometidos, todos os povos um dia passaram por uma espécie de escravidão e injustiça social, que os homens aprendam com os seus erros, e que cresçam, que superem dificuldades com a força que ganharam com a experiência. Não parem sentados á sombra da bananeira a apontar dedos inertes, a olharem para traz cheios de rancor, o futuro não está lá!.
“camarão que dorme na minha terra, a onda leva...”
O segredo está na união, e Obama mostrou saber disso. Isso é uma regra básica para qualquer principio de força, aplica-se desde a matemática, á língua, á cor, ao espaço, á economia, á filosofia, a tudo o que existe na vida.
Convenhamos senhores! Isto é definitivamente uma discussão sem nexo.
Cumprimentos a todos.
carlos serra said...
"Deixe o diálogo prosseguir. É peneirando ideias, que chegamos à alma das coisas"
he he he.então vamos a isso.
Isto está escrito, não sei se vcs leram: "Nesta série limitar-me-ei a colocar algumas ideias no sentido de mostrar três coisas:
1. O peso da representações sociais racializantes
2. A associação entre representações racializantes e recursos de poder
2. A hipótese de que cada um de nós é mulato, mestiço, produto híbrido"
enfim ficou-se o dia todo a falar disto aqui neste blog. Mas que pena e neim chegaram a lado algum só vi cego batendo noutro.
Alguns cegos têm olhos, outros não, se calhar quando os olhos são anonimos.
eu compreendo o sr. magno é que dá a sensanção que o dono do diario anda aqui a levantar questões mesquinhas.
e parece que o lógico era partir para os aspectos mais relevantes do ponto de vista da espectativa criada nesta figura, e, parece-me que este debate é inútil.
beijinhos
Amigo Magno:
Começo a pensar que o Sr. é que precisa de ir ao psiquiatra.
Deixe as pessoas pronunciarem-se. O Sr. está com medo de quê?
A propósito de Obama estamos a debruçar-nos sobre um problema sério que existe entre nós, em Moçambique. O sr. parece-me uma avestruz, que enterra a cabeça na areia para fugir às questões.
O que se passa é a imensa estupidez de ignorar os mulatos, que, desde há muito, não são bem gente, mas um "fenónemo". Com todos os diabos Magno, o que é que custa aceitar que o Obama seja mulato? Porque é que quer roubar essa vitória aos mulatos? - Uma vitória para toda a gente do todo o mundo! Só os mulatos é que não podem ter orgulho? É triste, mas nós mulatos, fomos tão humilhados e desprezados no colonialismo como agora ainda o somos passados todos estes anos de independência.
epá volto amanha!!!
e arranjem qualquer coisa pra fazer,por favor!
ABRAÇOS!
Carlos Magno
_________________________________
tugga_carlosmagno@live.com
"Depois, como já escrevi nesta coluna, um afro-americano sentado na Sala Oval da Casa Branca representa, só por isso, "uma revolução cultural enorme". Como a própria campanha eleitoral dos últimos tempos representou, pelo seu sentido didáctico, participativo e pelo seu dinamismo, um contributo muito relevante para a mudança das mentalidades dos americanos, de todas as classes, contaminando mesmo certos sectores mais fanatizados, empedernidos e ignorantes do mundo."
MARIO SOARES
eiiipah
há com cada maluco aqui na terra, huium o debate ja cheira mal.
Vá a uma boa jam session e toque clarinete sr Magno.
Eu até me divirto a ler os comentários ..Isto aqui já parece uma montanha russa..Anda á roda e não chega a lado nenhum...
Desencontrados caminhos num só caminho: o da inquietação, o da busca de respostas, o da selecção temática.
Professor,
_ Admiro o Homem, Obama, independentemente das suas origens e desejo-lhe os maiores sucessos.
_ Porém, permita-me o preciosismo seguinte:
_ NUMA ÓPTICA RACIAL: sendo OBAMA filho de pai negro (originário de Àfrica) e de mãe branca (ascendentes originários da Europa), GENÉTICAMENTE, é um AFRO-EUROPEU, ou EURO-AFRICANO.
- Afro-Americano só na perspectiva da NATURALIDADE dos progenitores, que é irrelevante, em termos raciais.
_ Sabendo o PROFESSOR que, em regra, o Mulato é visto em África (e Moçambique não é excepção) com pouca simpatia, em alguns casos mesmo com desconfiança, por grande parte da população negra (quase como apátrida), como interpreta este repentino “ORGULHO AFRICANO” - com a chegada dum Mulato ao poder ?
Germana
Desculpe o tardio da resposta, escrevia algo fora do blogue. Uma boa pergunta, julgo ser possível responder-lhe. Se, por acaso, eu o não fizer na série, re-alerte-me para lhe responder aqui.Obrigado.
Caríssima Germana
Não gostaria de entrar neste tipo de debate em torno de Obama.
Mas como estou para explodir há já muito tempo, vou soltar uma válvula de escape.
A Sra. é acertivamente rigorosa e pôs os pontos nos is, onde eles devem estar.
Nos termos precisos.
Podem chuver facas, mas é isso mesmo.
Doa, a quem doer.
Parabéns.
É a GLOBALIZAÇÂO minha cara germana! ... é a globalização he he he!
voçê não sabe que vivemos num mundo cheio de preconceitos?
Veja só quando um atleta negro ou mulato português conquista um título internacional é nota de abertura de noticiário como ".. o português tal conquistou..." mas quando falha os tipos tratam logo de separar o trigo do joio e abrem assim " ... o atleta luso-cabo verdiano ...."
Aconteceu até com eusébio que é considerado o melhor jogador português de todos os tempos que no campeonato europeu quando portugal perdeu no último jogo da série com a suiça alguem escreveu que " ... Scolari terá dado ouvidos ao moçambicano eusébio daí a derrota de portugal"
aquele abraço
qual a raça do Sr. carlos Magno? é apenas para percebe-lo melhor
O debate foi deveras interessante, e na minha optica penso que eh pertinente essa diversidade de opinioes. O Prof. trouxe o debate e o sr. Magno expressou um ponto de vista. Penso que, nos outros eh k fazemos a montanha russa, uma vez que estamos preocupados em criticar opinioes ao inves de procurar explorar outras vertentes de interesse neste debate.
Abraxo a todos e vamos trabalhar na busca de solucoes!
Helder
Há dois novos números da série.
Anónimo disse...
6/11/08 8:07 AM
“…" ... Scolari terá dado ouvidos ao Moçambicano Eusébio daí a derrota de Portugal"
Queira desculpar mas introduzi umas correcções no texto.
Longa vida ao Eusébio.
Contudo, à morte dele, se quiserem a trasladação /reversão dele para Moçambique, ½ do Eusébio ficará em Portugal, como aconteceu com o Santo António de Lisboa/Pádua.
E é inegociável, definitivamente.
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