04 agosto 2009

Dilemas na ponte AEG

De acordo com o "Notícias", dezenas de vendedores informais que faziam seus negócios antes da ponte AEG entrar em funcionamento instalaram-se junto à portagem, desbravaram o capim e começaram a construir barracas. A polícia não conseguiu removê-los. O director do Gabinete de Implementação do Projecto da Ponte sobre o rio Zambeze afirmou que isso é irregular e grave. Os vendedores disseram que precisam continuar o negócio.
Adenda: recorde aqui.

8 comentários:

Joaqum Macanguisse disse...

esses aspectos ja deveriam ser vistos no estudo do impacto ampiental, deveriam serem levantados todas as melhores formas de metigacao dos impactos ambientais negativos .que valeu tanta festa ,com uns bons 13 milhoes de meticais gastos e depois termos tanta confusao.com uns 2 milhoes podiasse construir um mercado e um pequeno parque de repouso seja em chimaura ou caia ai ,haveria continuidade do negocio de uma forma razoavel.para me a populacao tem 100% de razao .sempre se se fizer projecto de grande envergadura por favor façam um plano de metigacao dos impactos principalmente financeiros e de saude.

Portal de Sena disse...

O portal de Sena ja havia escrito e o professor Serra repisou aqui neste blog.
o Governo fez o possivel de construir a ponte, algo positivo, mas deveria haver quem pensasse ou defendesse os afectados.
Quero dizer que os grandes culpados por sofrimento desta gente nao e' o Governo mas e' de todos aqueles que no momento oportuno preferiram CALAR. quem tem capacidades de fazer algo e nao o faz, esse e' o pior assassino.
eu acredito que ainda podemos remediar a situacao, portanto, vamos promover um dialogo entre as partes.
Baptista Joao

Rildo Rafael disse...

Caro Kimmanel.

Passo de seguida uma citacao da sua autoria em relacao a ponte do zambeze:

"esses aspectos ja deveriam ser vistos no estudo do impacto ampiental, deveriam serem levantados todas as melhores formas de metigacao dos impactos ambientais negativos .que valeu tanta festa(...)"

O estudo de impacto nao se resume apenas aos impactos ambientais mas tambem se podem incluir os impactos economicos, sociais, politicos, etc.

As pessoas com barracas podiam ser incluidas nos impactos economicos ou sociais. Muitas pessoas ficaram sem a sua fonte de sobrevivencia e muitas criancas podem passar fome por causa da ponte, seus pais ja nao tem a fonte de sustento.

Se poderia salvaguardar interesses dessas pessoas que faziam matabichos na zona do batelao.

Aquele abraco

Rildo Rafael

Rildo Rafael disse...

Caro Kimmanel

Voltei para elaborar um pouco mais sobre analise de impactos

Olha qualquer projecto de desenvolvimento deve ser acompanhado de uma analise de impacto de uma determinada intevencao/

As analises de impactos actuais devem ser diferentes das que se faziam ha anos? Deveremos pensar na pobreza numa perspectiva multidimensional e ai facilitarianos a ver os impactos ambientais como avancaste, sociais, politicos, economicos, culturais, infraestruturas ou fisicos. E nao apenas pensar nos impactos ambientais

Hoje deveremos perguntar em primeiro lugar? Quais os impactos no geral e so depois poderemos saber. Que impactos estao realmente associados a ponte. Muitos podem questionar como fazer isso se a ponte foi recentemente inaugurada?

Para responder a estes devemos avancar com prognosticos de impacto (elaborarmos hipoteses de impactos)a longo, a curto e a medio prazo.

Asim nao perderemos de vista a zona de atribuicao (impactos que tem a ver com a intervencao) e as lacunas de atribuicao (impactos que nao tem aver com a nossa intervencao). tambem nao perderemos de vista os impactos directos e indirectos e ainda negativos e positivos, so assim poderiamos ter ideias de como nao matar a fonte de vida das pessoas, pois a travessia nao ajudara em nada para aqueles que fazima matabichos nas barracas

Anónimo disse...

 Ora aqui está uma das razões porque > tal como Nametil <, sempre defendi que mais importante do que debater o nome da ponte, é saber como transformar este Activo em factor dinamizador da produção, de crescimento económico, nas zonas adjacentes: preocuparmo-nos com a barriga da população.

 Entendi o 1º comentário de Kimmanel como abrangente, incluído todos os impactos mencionados por Rildo: concordo com ambos.

 No entanto, pela notícia pode subentender-se que todos esses estudos, com maior ou menor detalhe, foram feitos.Aliás fazem parte da metodologia para elaboração e avaliação de projectos desta natureza, e são pré-condição para os financiadores aprovarem os projectos. Prova disso, parecem ser as passagens seguintes da notícia:

“ Entretanto, do lado de Chimuara … … vão-se transferir em breve para a zona da maçaniqueira, mesmo à entrada da ponte, até à conclusão das obras do mercado, que deverão começar este mês, NO ÂMBITO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL DO PROJECTO DA PONTE.”

(obviamente que estes projectos deveriam estar concluídos antes da conclusão da Obra e não iniciarem-se depois: desrespeito pelas pessoas!)

“… estão cansados das promessas do Governo que visavam a atribuição de um novo espaço para exercerem a sua actividade, o que não aconteceu até agora, EMBORA TENHAM RECONHECIDO QUE LHES FOI ATRIBUÍDO UM TERRENO na zona da vila Ndaluza, mas que, segundo eles, sempre que chove fica alagado.”

(terreno, sem infa-estruturas, apenas espaço físico: incompreensível!)

 Pelo exposto, certamente, não há falta de estudos, mas sim, irresponsabilidade, desrespeito e falta de diálogo com as comunidades abrangidas.

> Não me espantaria ouvir coisas do género: "aquela gente já sabia à mais de 3 anos, desde o início da obra, que o negócio deles ia acabar com conclusão da ponte e encerramento do batelão: porque não se desenrrascaram? pensam que governo é pai? está ai muito terreno para fazer machamba; são é malandros."

>> As festividades da inauguração teriam tido muito mais brilho se, na mesma altura, Guebuza tivesse inaugurado TAMBÉM as infra-estruturas para o reassentamento daqueles concidadãos, e se nos mais de 3 anos de construção tivessem sido desenvolvidas acções estimulando a reconversão de actividades em consequência do encerramento do batelão que constituía PARAGEM OBRIGATÓRIA, geradora de negócio. Mudam-se os cenários, os carros deixam de parar; mudam-se as oportunidades de negócio; mudam-se ou morrem os negócios!

>> A fiscalização da obra parece ter funcionado para o controlo da execução física da ponte; faltou, ao que parece, a avaliação do cronograma e qualidade da execução dos Projectos de Responsabilidade Social.

 O Governo, a Direcção do Projecto da Ponte, e também esse pomposo Gabinete de Desenvolvimento do Zambeze comportaram-se como o Burocrata, que REAGE sobre factos consumados, em vez de prever, antecipar-se, agir.

> Com um pouco de criatividade (nem é preciso muita) e com os recursos previstos - No âmbito da Responsabilidade Social do Projecto - é possível, seguramente, criar espaços, numa e noutra margem, com actividades organizadas capazes de transformarem os locais em pontos de "paragem obrigatória" para muitos.

> Finalmente, diria: Como em tão poucos dias, se prova a banalidade da discussão sobre do nome da ponte, face á preocupação do bem-estar das pessoas.
__

Viriato Dias disse...

Fazer o "chekin" para depois comprar a passagem é o que está a acontecer. No mínimo, como tenho dito, em países organizados cujos governos respeitam os seus povos, os ministérios de tutela não teriam mãos a medir, dando solidariedade a quem mais necessitasse. Não sendo este um caso de solidariedade entanto que tal, os vulgos 7 milhões de meticais já deviam estar a ser usado por aquela gente empreendedora. É pena, os deputados do círculo eleitoral das duas províncias, nomeadamente Sofala e Zambézia, da oposição ou não, tinham uma boa oportunidade para fazer valerem os seus prestígios que na verdade não têm!


Um abraço

Joaqum Macanguisse disse...

excelente comentario de Viriato ,de facto ai estao os verdadeiros emprendedores ,bem identificados ,com uma longa cultura de negocios ,dinamicos as mudanças .de facto seria bem merido os 7 milhoes .a proxima no lugar de mandar a policia , mande tecnicos da MICOA ,pois o regulamento sobre impactoas é bem claro sobre a possibilidade de serem retificados todas anomalias resultadentes da marginalizacao de um certo impacto negativo no primeiro estudo . tentei sem sucesso obter o estudo relatorio das recomendacoes no estudo do impacto ambiental para construcao desta ponte . o estudo foi feito pela consultoria IMPACTO ,e no seu site nada existe em relacao a isso.

Anónimo disse...

Em Caia o embaixador Japones no seu discurso mencionou o fundo disponibilizado pelo seu governo para cumprir com as indicacoes mencionadas no Estudo de Impacto Ambiental e relativas accoes de mitigacao...
E nao era so' o reassentamento de comerciantes de um e outro lado da ponte (em lugares seguros e infra-estructurados), era tbem a elaboracao de dois planos de urbanizacao (um para caia e outro para chimuara), a reabilitacao e ampliacao do PSAA da vila de caia, furos de agua, uma lixeira industrial para tratar os residuos do estaleiro, actividades ligadas a sensibilizacao sobre HIV etc etc etc

NAO FOI FEITO NADA

Apenas comprar carros e reabilitar as casas para os funcionarios da ANE.

O fundo disponibilizado pelo Japao rodava avolta de 8mln de euros!!!
Acho que quem se preocupou de avaliar a qualidade gramatical do Portugues de sua excia embaixador de Japao, preocupou-se tambem para tomar conta daquele dinheiro.

A unica actividade no ambito do HIV que eu lembre ter sido executada na zona da Ponte foi por uma chapa na entrada da Discoteca em Caia que indicava a necessidade de se proteger para nao trasformar uma noite de diversao numa noite de contagio...
Para lembrar tbem que a acima mencionada discoteca tinha sido transformada numa especie de prostibulo gerido pelos proprios trabalhadores da ponte...

Querem mais?!?!

Posso continuar ate cansar...