Detentor dos recursos de poder, o grupo X tudo fará para mostrar que os grupos Y, Z, N não fazem nada, não são nada. Ou, se algo são, são anormais, antipatrióticos, confusos, quezilentos, etc., gente sem princípios, grupos sem programas, gente desviante, sem moral, sem futuro, incapaz de dirigir outrem, de governar. Repetida até à saciedade, mediante os mais variados meios públicos, pelo grupo detentor dos recursos de poder e da possibilidade oficial de estigmatizar, a ideia da anormalidade subvertora está sempre presente por forma a dragar e drogar as pessoas de tal forma que, ao mais pequeno alerta oficial, o diagnóstico aja de imedito e o coro colectivo brote espontaneamento, pavlovianamente: não fazem nada, não são nada, não têm futuro, X já fez muito e o que fez é visível a olho nu, etc. O único capaz de fazer algo e que por isso é tudo, é proprietário da história, é futuro assegurado, evidentemente que é X.
(continua)
2 comentários:
O Professor referiu, e bem, os argumentos de quem é detentor dos recursos de poder.
Porém, uma grande parte do Povo argumenta:
“Os que estão no poder já estão governados, estão cheios; os candidatos ao poder, se chegarem lá, a primeira coisa que vão fazer é encher-se! Mal por mal, deixem ficar quem está cheio; pode ser que comecem a olhar também para nós!”
No fundo identificam-se com M.Mbeky, quando diz:
“O Nacionalismo estabelece-se para derrotar seu inimigo, perfeitamente identificado: Mas ele vê o modo de vida do seu inimigo como seu modelo. Ao imitarem o seu inimigo, eles herdam as contradições do sistema social de que eles tomam conta.” ... um circulo vicioso!
Perante esta ideia, de que, mesmo que houvesse mudança de detentores de poder, nada mudaria a favor da população, entra-se no CONFORMISMO, nesse mundo de ABSTENCIONISMO, que os detentores do poder nem sequer vêem como “cartões amarelos”: são simples preguiçosos, acomodados.
Faltam ideias novas, originais, para atacar este problema,
> pois, em rigor, o modo de actuação de quem detém os recursos de poder, não colide com o sistema democrático que instituímos.
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É só pegar isso e checar em cada comício da campa eleitoral que poderá encerrar com: reduzir à sua insignificância.
Contudo, o caro anónimo fez-nos recordar um discurso popular que nunca discutímos aqui, mas é corrente. A percepcão pode ser correcta tal igual o nosso amigo correlacionou com o que o intelectual M. Mbeki, falou sobre os nossos nacionalistas. Os detentores do poder, sabendo que esta percepcão do povo eleitor ajuda-lhes a manterem-se no poder, podiam fazer outra coisa que estimular esta crenca entre os eleitores? Por outras palavras, eles não são a favor das abstencões?
E o que aconselhamos aos eleitores? Não vale a pena arriscar votando nos "famintos" primeiro como forma de prová-los e segundo como forma de punir os "gulosos"?
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