21 janeiro 2009

Onde Dhlakama deve frente-a-frentar

Escreveu o "O País" que o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama (na imagem), quer uma frente-a-frente televisivo com o presidente da Frelimo e do país, Armando Guebuza, com vista "a expressar a sua visão sobre as políticas nacionais."
Sem dúvida que é um repto político importante, mas temporalmente a despropósito. O presidente da Renamo deve saber que Guebuza não aceitará, primeiro porque não precisa desse tipo de reptos (e justamente agora, quando está na posição de presidente do partido vencedor das autárquicas), segundo porque é Dhlakama quem propõe.
Onde Dhlakama - em clara inferioridade política - deve frente-a-frentar decisivamente, deixando o bulício vistoso de Maputo, é (1) na organização do seu partido e (2) na preparação atempada e cuidada das eleições, tentando viajar pelo país e comiciar com o povo.
Em última análise, deve trabalhar para organizar o repto na altura das presidenciais.

6 comentários:

Reflectindo disse...

Agora ficou apenas um município Nacala-Porto, qual é a razão de ele não mostrar algum esforco para que a Renamo ganhe pelo menos a presidência se é que ele se interessa pelo país?

Nelson disse...

Nao devia a Renamo lutar com tudo que pode para ganyhar esse municipio oh Reflectindo? Nao devia Dhlakama dar todo apoio que pode? Passar uma boa temporada la, moralizar o eleitorado e por ai em diante?

Reflectindo disse...

Nelson, aí está o que questiono sobre este tipo de líder. Até há esforço de pessoas não renamistas e apartidários do que ele faz. Agora estar a falar de coisas que não aconteceram durante quatro anos???? Acredito que ele está nos jogar,

Enfim, rogo que os nacalenses trabalhem no sentido de contrariar o plano monopartidarista.

Anónimo disse...

"Moralizar o eleitorado", afirma Nelson. Mas qual deles? O da Renamo? Ainda acredita nisso?
Já pensou bem, para quem Afonso trabalha e faz política, realmente? Não olhe para as palavras. Interprete as acções e os resultados do que faz.
Por acaso já pensou, ou repararou nos factos?
É bem evidente. O dono da Renamo, AD, há vários anos faz mais campanha contra do que a favor da Renamo. Não ficou claro nas últimas autárquicas? Contra quem fez campanha? Ainda há dúvidas?

AD ficará na história como tendo lutado 10 anos pela democracia em Moçambique, e os restantes 20 anos a lutar contra a democratização real do país. Fez ele mais contra a democratização do que a própria Frelimo.
Os factos são mais que muitos.

Mas AD ainda tem uma missão para concluir. Acredite, Nelson. Está quase a cumpri-la. Quase!
Se não surgir uma força a resgatar e liderar as bases da Renamo, para bem distante de AD, o multipardidarismo acabará nas próximas eleições. E aí Afonso terá cumprido a missão, ou agenda secreta, garantindo a maioria qualificada a favor da Frelimo. Aliás, a Frelimo já só precisa de conquistar 10 assentos à Renamo. Uma meta ao seu inteiro alcance, mesmo sem a ajuda de Afonso, e assumindo que nenhuma força resgate as bases da Renamo contra a união chamada Frenamo.

Então, bem podemos prepararmo-nos. Ficaremos com um multipartidarismo formal, indispensável para doador ver, e continuar a ter motivos de apoiar o Governo, mas na prática o multipartidarismo ficará defunto. Eventualmente, ainda vai ter que ser a Frelimo a devolver alguns assentos à Renamo, para que se finja que a bipartidarização não morreu.
Afonso está enfrascado. Bem enfrascado. Infelizmente, já não tem recuo. Vamos esperar que surja alguém que salve as bases da Renamo do suicídio final. Ainda podem ir a tempo, mas precisarão de acautelar e trabalhar muito. Yes, you also can. Mas se fizermos algo por isso.

Reflectindo disse...

Caro anónimo descreveu bem. É por isso que eu disse que ele está nos jogar. Aliás eles, AD e a Frelimo (Macuácua) e isso não é difícil ver quando o Macuacua finge que está insultar Dhlakama.

Temos que usufruir racinalmente o nosso direito constitucional para travarmos o regresso ao monopartidarismo. É IMPERATIVO para evitarmos células da Frelimo nas nossas famílias.

Anónimo disse...

Mas aí, é preciso massa crítica, tanto em qualidade como em quantidade. Qualidade, em termos de consciência cidadã, sobre a indispensável e urgente necessidade da maioria dos moçambicanos se libertarem dos libertadores, de uma vez por todas. A maioria, a verdadeira maioria dos moçambicanos, não está com a Frenamo.
Quantidade, em termos de números; as eleições ganham-se com votos. Neste caso, serão precisos muitos votos, em número suficiente para que os famosos erros aritméticos da CNE, não influenciem o resultado.
Seremos capazes de reagir, agir e transformar Moçambique num país para todos?
No fim de 2009 teremos a resposta, quanto à dimensão e poder da massa critica resistente e faminta de mudança.