09 janeiro 2009

Ainda sobre o Monte Mabu (3)


E termino esta série.
Cheguei à Eng.ª Tereza Alves através da Eng.ª Lídia Brito.
Há, certamente, estudos zoo-botânicos feitos desde há vários décadas. Porém, o fundamental é o registo das descobertas. Pesquisas feitas nos arquivos e nos herbários, por exemplo, não permitiram encontrar o registo de descobertas eventualmente feitas em períodos anteriores. Nem todas as espécies encontradas são desconhecidas, no caso das plantas, por exemplo. Não é fácil chegar ao Monte Mabu, a sua inacessibilidade é grande, por nisso muitas coisas podem permanecer desconhecidas. O nosso país tem cópias de espécies descobertas a nível botânico na pesquisa em curso.
Esse, o resumo do que me foi dito pela Eng.ª Tereza Alves. Como ela conhece este blogue, poderá em qualquer momento corrigir-me caso eu tenha traído o seu pensamento.
Muito obrigado às duas engenheiras florestais pelo préstimo dado de forma imediata e gentil.
(fim)

4 comentários:

Anónimo disse...

Caro Professor,
1. Se criarmos uma brigada de biólogos moçambicanos, com os meios com que a equipa Anglo/Moçambicana trabalhou no nosso país, e a enviaramos para uma missão de 3 anos numa qualquer floresta da Europa, América, Ásia etc., asseguro-lhe que, finda a missão, terão identificado /classificado novas espécies de insectos, plantas etc.,

1.1. Quero com isto realçar que não há razão para estupefacção pelo facto de no nosso país termos insectos, plantas, repteis DEVIDAMENTE IDENTIFICADOS PELA POPULAÇÂO mas não classificados pela nossa comunidade científica.

2. Como bem diseram as Engªs que consultou, trata-se de espécies conhecidas pelas populações, provavelmente com exemplares nos nossos institutos de investigação, mas não classificados: Normal!

3. Sobre a víbora /cascável / surucucu, que é apresentada nas fotos, gostaria de referir que é frequente na zona do Gilé: cabeça triangular, corpo largo, cauda pequena.

3.1. Não há muitos meses deparei-me no campo, próximo do Gilé, com um destes exemplares. Alertei os elementos da população que me ecompanhavam. Apressaram-se a dizer-me que não podiamos matar aquela espécie de cobra. Surpreso, procurei saber porquê. Disseram-me: "quando partimos para a caça ou para qualquer tarefa e encontramos esta cobra, é sinal de que tudo vai correr bem". Intrigado, procurei saber mais sobre tal procedimento: acabaram por se abrir e dizer-me: "esta cobra, larga, pachorrenta, pode até entrar numa casa e viver lá durante vários dias à vista de todos nós. Se não lhe fizermos mal ela também não fará: "sabe, estas cobras são espíritos que nos visitam, mostram-se, e se não lhes fazemos mal acabam por ficar reconhecidos e por nos compensar". Respeitando a sabedoria do camponês ... seguimos o nosso caminho ... coincidentemente ou não: o trabalho correu bem.

Um abraço,

FM

Carlos Serra disse...

Muito obrigado pelo comentário.

Anónimo disse...

http://fr.news.yahoo.com/4/20090109/twl-france-justice-gabon-bd5ae06.html

o que està longe...
o gabonês Bongo està là com as madeiras dele desde 1967, ao lado dele Mugabe é um recruta

umBhalane disse...

"depois da emoçao, a razao"

Por acaso li várias notícias, em diversos meios de comunicação em Portugal, imediatamente a seguir à postagem inicial sobre o assunto.

Mas não quis intervir.

Li que foram utilizados meios tecnológicos potentes para o efeito, uma versão adequada do Google Earth, pelko menos.

Li sobre a cooperação com Moçambique.

Mas como é proibido "descobrir", calei-me...

Assim já é maningue nice.