Prossigo a divulgação de um texto que me foi enviado de Paris pelo sociólogo Albano Cordeiro.
"Um livro recente intitulado “Gouvernement des inégalités - critique de l’insécurité néolibérale” (Governo das desigualdades – crítica da insegurança neoliberal), de Maurizio Lazzarato, aborda um assunto bem moçambicano : a questão da “luta contra a pobreza absoluta” (pp. 56/57).
A análise dessa luta é pretexto para uma crítica radical do sistema capitalista neoliberal. O tema da “pobreza absoluta” é apresentado pelos defensores das idéias neoliberais como um objectivo que deve ser atingido para a boa governação da sociedade.
Lembremos que este tema da “pobreza absoluta” é apresentado como objectivo do Milénio Pelo Desenvolvimento (que corre até 2015) e figura nas disposições do Banco Mundial como elemento a tomar em consideração aquando da concessão de empréstimos e dons. É bem por essa razão que o Presidente de Moçambique, Armando Guebuza e o seu partido, Frelimo, fazem da “luta conta a pobreza absoluta” o slogan n.° 1 do mandato presidencial. Isto qualifica ipso facto Moçambique como destinatário “lógico” destas “larguezas” do Banco Mundial ou, em todo o caso, demonstra uma “boa vontade” merecedora das mesmas. Resta só em seguida apresentar “resultados”, mas esse é o trabalho dos estatísticas oficiais.
O que Lazzarato nos explica é que a criação de pobreza em vasta escala é consubstancial ao regime neoliberal, no quadro duma política que distancia sempre mais os ultra-ricos dos pobres, isto é, que tende a aumentar a disparidade de réditos na sociedade. Isto pode ser verificado nos países desenvolvidos, nos países emergentes e em via de desenvolvimento, com dados estatísticos agregados das organizações internacionais ou nacionais."
A análise dessa luta é pretexto para uma crítica radical do sistema capitalista neoliberal. O tema da “pobreza absoluta” é apresentado pelos defensores das idéias neoliberais como um objectivo que deve ser atingido para a boa governação da sociedade.
Lembremos que este tema da “pobreza absoluta” é apresentado como objectivo do Milénio Pelo Desenvolvimento (que corre até 2015) e figura nas disposições do Banco Mundial como elemento a tomar em consideração aquando da concessão de empréstimos e dons. É bem por essa razão que o Presidente de Moçambique, Armando Guebuza e o seu partido, Frelimo, fazem da “luta conta a pobreza absoluta” o slogan n.° 1 do mandato presidencial. Isto qualifica ipso facto Moçambique como destinatário “lógico” destas “larguezas” do Banco Mundial ou, em todo o caso, demonstra uma “boa vontade” merecedora das mesmas. Resta só em seguida apresentar “resultados”, mas esse é o trabalho dos estatísticas oficiais.
O que Lazzarato nos explica é que a criação de pobreza em vasta escala é consubstancial ao regime neoliberal, no quadro duma política que distancia sempre mais os ultra-ricos dos pobres, isto é, que tende a aumentar a disparidade de réditos na sociedade. Isto pode ser verificado nos países desenvolvidos, nos países emergentes e em via de desenvolvimento, com dados estatísticos agregados das organizações internacionais ou nacionais."
Nota: procurei simplificar o texto de Albano.
1 comentário:
"...mas esse é o trabalho dos estatísticas oficiais."
Pois é, e os números, convenientemente massacrados, acabam por nos dizer o que se quer.
Estamos conversados.
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