13 novembro 2008

Associativismo e intervenção social

Associativismo e intervenção social: eis o tema de uma palestra amanhã, 16:45, Faculdade de Medicina da Universidade Eduardo Mondlane: o Venâncio Mondlane, o rapper Azagaia (Edson da Luz) e eu, seremos oradores, com moderação de Paulo Langa, por ocasião do Dia Internacional do Estudantes e numa organização da Associação dos Estudantes Universitários.
Venham, estejam connosco amanhã, debatam connosco.

19 comentários:

Anónimo disse...

o elenco dessa Universidade vai ser demitida!


Como é que foram convidar este Trio d´ATAQUE??!estes inracionarios!?estes PROFETAS DA DESGRAÇA?!!









hahahhahaha...devem estar a pensar algumas mentes!



Já tou a ver o Venâncio,Azagaia e Serra a explicar os estudantes que não podem aceitar (lutar contra) uma UNIVERSIDADE partidarizada e primar pelo PLURARISMO.



Vai ser interessante.


estarei lá...





Carlos Magno
______________________
tugga_carlosmagno@live.com
"Ai de quem revelar o "SEGREDO DE ESTADO"!?
Era logo evacuado e aseguir DECAPITADO"


A VERDADE É CRUEL MAS TEM QUE SER REVELADA.

Anónimo disse...

"o elenco dessa Universidade vai ser demitida!"



Associação dos ESTUDANTES não consultaram os CHEFES PQ ESTÃO TODOS NAS PROVINCIAS A FAZER CAMPANHA...

vai parecer o AZAGAIA que foi convidado ao programa da TVM e desconidado a seguir pq o outro não consultou o CHEFE.!?









Carlos Magno
______________________
tugga_carlosmagno@live.com
"Ai de quem revelar o "SEGREDO DE ESTADO"!?
Era logo evacuado e aseguir DECAPITADO"


A VERDADE É CRUEL MAS TEM QUE SER REVELADA

Anónimo disse...

Ja era tempo de se levar esse tema ao debate. Uma vez que o associativismo, sobretudo o juvenil, pode constituir a base da revolucao das mentes, neste pais governado pela impunidade daqueles que se dizem fazedores da patria. Na verdade, quando fala-se de intervencao social, pode se comecar por reparar em coisas pequenas, mas grandes no valor que caregam, falo pr exemplo do voluntarialismo. Neste pais o voluntario tem cor e uma lingua propria. Temos no pais centenas de voluntarios, mas se formos a reparar sao quase todos estrangeiros, maioritariamente europeus. Penso que nesse debate eh necessario levantar-se questoes ligadas a fraca participacao dos jovens mocambicanos em accoes sociais que contribuem para o desenvolvimento da nossa sociedade.

Votos de uma boa palestra!!

Helder

Anónimo disse...

realmente todos chefes estão na campanha por isso esse debate não vai encher. a associação é autonoma pode convidar quem quizer até o dhakama um dia sera convidado.
mas claro! sem os chefes saber.

Anónimo disse...

CARLOS MAGNO é engraçadinho.
você é tuga?

jonas

Anónimo disse...

Boa visao Carlos, eu tb estarei la e se possivel gostaria de conhece-lo.

Falando da AEU, penso que eh uma associacao fantasma, que nada faz em prol dos estudantes. Eh uma autentica aberacao.

O debate que estao a promover eh importante ate certo ponto. Mas temos agora um problema mais serio ainda, o novo curriculo que sera lancado proximo ano. Esse sim, devia ser o assunto de dia, uma vez que todo o estudante tem consciencia de que o nivel de formacao proporcionada pela UEM eh deveras deficitario.

Sera que o novo curriculo ira alterar este cenario?

Temos por exemplo a Faculdade de Letras e Ciencias Sociais que vem desde Junho do ano passado sem uma biblioteca e agora que a biblioteca bonita abriu, os livros so estao disponiveis na base de dados e nas estantes nada.

Prof. Serra, quero aproveitar o momento para limar a minha ignorancia. A questao eh:

No curso de Historia, eh aceitavel que os estudantes realizem uma prova de multipla escolha?

Se entedermos que o que se pretende no nivel superior, nao retencao de datas e nomes, mas sim a capacidade de analise e interpretacao de certos factos historicos.

Abracos!!!

H

Jornadas Educacionais disse...

Anónimo
Não quero passar por cima do professor Serra, mas como pesquisador da área de educação, posso ajudar a lhe esclarecer. O que está em causa, numa prova de multipla escolha, não é a forma mas sim, os objetivos expresso nos conteúdos da prova. Já passei por muitas provas de múltipla escolha, uma para o vestibular quando cá cheguei(Brasil) nos idos anos 98 e outra para entrar no doutorado.
Pela experiência, essas provas exigem raciocínios lógicos de uma elevada complexidade e não apenas a retenção de datas e nomes. Provas que se baseiam em retenção de datas e nomes, em história, são frágeis. O que se busca, dependendo do tipo de multipla-escolha, ou é a capacidade análita, relacionando fatos, ou de intepretar ideias. Quando fomos discutir a didática do ensino superior, durante o mestrado, pude melhor perceber o processo de elaboração e a complexidade de uma prova de multipla escolha que, de longe, passa pela memorização.
Espero que tenha lhe respondido, com o devido respeito ao profesor Serra.

Abraços
António Cipriano

Unknown disse...

Anónimo, Eu também tenho a mesma dúvida.

Antonio, Apesar da sua explicação não vejo como uma pergunta de multipla escolha pode permitir objectividade analítica dos factos!

Veja o exemplo que se segue:

Onde é que foi preso Ngungunhana?

Em Gaza
no Distrito de Chibuto
no Posto administrativo de Xaimite X
No joão Belo

Com a explicação que coloca é objectivo colocar o X na terceira alternativa mas isso nos permite ver se o estudante sabe o que devia sobre este assunto? porque a resposta mais cabida a meu ver seria foi preso em Gaza, Distrito de Chibuto em Xaimite, já viu que a objectividade que se chama, pode deixar lacunas e não termos como limar pelo facto de o metódo de avaliação não nos permitir ver onde efectivamnete reside a eneficácia dos resultados académicos.

Será objectividade saber que Ngungunhane foi preso em Xaimite mas não saber que este localiza-se em Gaza no Distrito de Chibuto? isso é dizer que não posso corrigir erros autográficos porque não sou professor de Lingua Portuguesa.

Mestre, convença me nisso

não que as alternativas não poderiam ser colocadas de outra forma, o problema é a relevância dessa forma em relação a dita Objectividade. veja hoje um estudante de ciências Humanas não tem palávras para explicar um determinado fenómeno, como é que este método de avaliação estimula argumentação?

Tudo bem Mestre, Traga nos as vias com que lhe convenceram que este método é viável. isso implica desenhar um cenário com Objectivos, Conteúdos, Metodologias e Avaliação em multipla escolha.

Abraços

Anónimo disse...

I will be there.

Maxango

Jornadas Educacionais disse...

Chacate
Antes de entrar em pormenores sobre as tuas inquietações, é necessário levar em consideração que uma avaliação não pode centrar-se em 100% na múltipla escolha, isto é, em ciências humanas. Devem-se, outrossim, colocar perguntas abertas que exijam a argumentação. Tem sido assim em muitos sistemas de ensino.
Quanto à pergunta que colocas: mais uma vez, depende dos objetivos por detrás da pergunta. Se o elaborador da pergunta, apenas quer avaliar a província, então, colocará de um determinado modo a questão. Ademais, o exemplo que você deu, no meu entender, é simplista demais para as provas de múltipla-escolha. Você ressalta e muito bem que as questões poderiam ser colocadas de outra forma, dependendo dos objetivos que se pretendam alcançar. Se o objetivo era aquele que você mencionou, então, a pergunta está mal colocada. Poderia, por exemplo, dizer, que no início do século XX, na província de Gaza, Distrito de Xaimite, reinou um dos maiores guerreiros e lider de resistência contra a ocupação colonial. O líder em referência é:

a) Mutota
b) Mwenemutapa
c)Ngungunhana
d)Tchaca
e)Nenhuma das alternativas anteriores

Veja, os dados estão dados, cabendo ao aluno relacionar os fatos e chegar a resposta. Uma das regras dessas perguntas é: uma resposta acima do pedido, outra abaixo, uma aproximativa e uma certa.

Outro fato que gostaria de sublinhar é pensar que existe uma pura objetividade. Até certo ponto, mas questões subjetivas, mesmo por parte de quem elabora a prova, estão presentes. A objetividade refere-se apenas ao modo de responder, que evita divagações.
Dou-lhe dois exemplos de provas dessa natureza que elaborei para estudantes de Filosofia durante a minha estadia em Moçambique:

No discurso filosófico sobre a educação, a respeito do lugar de destaque ocupado por Platão, é correto afirmar que:

a)Foi um dos maiores filósofos a pensar em erigir uma nova sociedade com base na escola
b)Elaborou a primeira filosofia educacional propondo uma reforma da mentalidade
c)Concebeu a primeira teoria filosófica envolvendo a reforma social e a educação
d)Viu na educação uma solução para alguns males que assolavam a sociedade do seu tempo
e)Nenhuma das respostas anteriores

Nessa pergunta, embora alguams alternativas contenham verdades, no fundo, são meias verdades. Então, é uma questão de relação e interpretação das respostas, exigência de quem faz filosofia e estudos em ciências humanas e sociais.

A segunda:

“Os filósofos até agora se ocuparam em interpretar o mundo de diversas maneiras. Agora trata-se de agir para transformá-lo”. A partir dessa frase, segundo o discutido em sala de aula, é correto afirmar que, excepto.

a)É uma crítica de Marx ao idealismo Hegeliano
b)Ela pertence a Marx e foi utilizada por Gramsci no seu projeto político-educacional expresso através do conceito de Estado ampliado e da Escola Unitária.
c)Serviu de mote para Gramsci afirmar a importância das idéias no processo de transformação social
d)Aponta para a necessidade da compreensão do mundo para se poder agir.

Dá para entender a lógica da objetividade? Está na forma de responder, o que exige, primeiro, um amplo e minucioso conhecimento do tema em questão.

Ou a pessoa sabe ou não sabe, eis a lógica.Copiar do colega, pode ser um desastre. É uma forma de avaliar o aluno. Mas fixar-se apenas nessas questões, sem dar possibilidade do aluno desenvolver a argumentação é mutilar o próprio aluno.

Abraços

Unknown disse...

"...O líder em referência é: a);b);c) e d)"

"Cabe ao aluno relacionar os factos e chegar à resposta"

Será que esse chegar à resposta é relevante em relação à pôr o aluno a descrever, comparar, "valorar" por exemplo quém foi Ngungunhane? em termos de Sujeito e acção?

"A objetividade refere-se apenas ao modo de responder" Concordo, modestamente isso reduz a àrea de reflexão do estudante e possível perda. Isso só é bom se a futura massa crítica tiver que encontrar factos tão objectivos no terreno. Sim, porque será chamada a dar responta à situações complexas da sociedade que lhe exigirão mais curiosidade. É por isso que a vantagem parece estar mais do lado do avaliador do que do avaliado.

O Mestre salva e muito bem "sem dar possibilidade do aluno desenvolver a argumentação é mutilar o próprio aluno".

Eu sou de opinião que o pedagogo deve começas a ver os maus resultados no ensino com um problema antes seu depois do aluno enquanto os resultados nesta área afectarem somente este elo! os sistemas educativos vam continuarem a perderem recursos e o professor a continuar a optar pela via mais fácil. veja que o método argumentivo funciona mesmo sem a escolha múltipla nas ciências humanas. Mais o aluno sempre procurou sentar do lado de quem entende melhor determinados conteudos (matemática ou História) é mais fácil copiar um X do que um pensamento de alguem e aqui?! não corremos o risco de engano redondo? mesmo troca de ideias esta "forma de responder objectiva" facilita a falcidade porque é fácil eu ditar em voz baixa a), b), c) ou d) ao meu colega cocho e juntos passarmo em caso de sumativa e daí há qualidade?

Muito obrigado.

Jornadas Educacionais disse...

Chacate

É boa a discussão que você levanta. Porém, penso que também existem certos equivocos nas tuas posições. Vejamos:

"Será que esse chegar à resposta é relevante em relação à pôr o aluno a descrever, comparar, "valorar" por exemplo quém foi Ngungunhane?"

Fui claro ao afirmar que cada pergunta está de acordo com os objetivos, neste, caso os de aprendizagem. Se trata-se de avaliar se o aluno sabe descrever, comparar e valorar algo, como é o caso desse heroi da resistência, nada impede que se coloque a pergunta nesse sentido. O que é grave é a simplicidade e o reducionismo das perguntas em nome da objetividade.

Ademais, uma resposta, mesmo no campo da avaliação multipla-escolha, não é automática, mas sim, o resultado de uma reflexão por parte do avaliado. Esses pressupostos pedagógicos vão na contra-mão da tua interpretação que vê na objetividade, enquanto modo de responder, uma redução da capaciade reflexiva do aluno. Um dos equívocos dos professores com os quais travei dialogos é o de reduzirem a avaliação multipla-escolha à clássica forma "Verdadeiro-Falso". Não tenho acesso aos recentes exames em Moçambique para emitir um juizo informado.

"Sim, porque será chamada a dar responta à situações complexas da sociedade que lhe exigirão mais curiosidade. É por isso que a vantagem parece estar mais do lado do avaliador do que do avaliado".

Não é uma avaliação que levará o aluno a ter curiosidades, mas, sim todo um processo educativo.Considerando que existem vários objetivos subjacentes à avaliação (diagnóstica, formativa, aprendizagem), então, a vantagem nunca deve estar no avaliador, mas, em se averiguar se os objetivos da aprendizagem foram ou não alcançados.

"Eu sou de opinião que o pedagogo deve começas a ver os maus resultados no ensino com um problema antes seu depois do aluno enquanto os resultados nesta área afectarem somente este elo"!

A minha opinião é contrária a tua: os maus resultados nem são somente do professor,nem dos alunos e nem dos pais! Há dias, em debate num forum estudantil, eu defendi que os maus resultados devem ser vistos em todo o sistema de ensino, nos seus fundamentos filosóficos, antropológicos, sociais, culturais, pedagógicos e também políticos. Responsabilizar o professor, pelos maus resultados, apoiando-se no tipo de avaliação, é um erro grave. Se o aluno não aprendeu, a culpa é apenas do professor ou, na tua lingugem, do pedagogo?
Esse conceito (pedagogo) é extensivo, a meu ver, também aos planificadores e gestores da educação. Se você estiver usando o conceito nesse sentido, então, admito que tenhas razão, porquanto ele abrange até os seniores do MEC. Mas se estiver restringindo apenas ao professor, ali eu me distancio.

As cópias: é mais fácil copiar um X e errar juntamente. Mas também tem o lado formativo. Nem sempre o que os outros dizem e fazem está certo, então, é preciso fazer o que se sabe. De igual modo também os alunos podem passar as resposta argumentativas para os outros. O risco é o mesmo.

Ainda repito: no campo pedagógico não se pode centrar apenas na múltipla-escolha. Uma prova deve conter os dois tipos de pergunta. Essa é a experiência e a prática no campo pedagógico. Mesmo os exames de admissão, em outros países, apresentam os dois tipos de perguntas de uma forma equilibrada. Agora, recusar a pertinência da multipla-escolha também é recusar uma forma válida de avaliar o processo de aprendizagem (deixei de lado o ensino).

Abraços

Anónimo disse...

Interessante o debate entre Sr. Chatate e Sr. António (não se ofendam com o uso de "Sr." no lugar de Dr.).

Chacate me parece ceptico na multipla escolha. António favorável à multipla-escola, depedendo, claro, dos objectivos das perguntas.

Tive um professor de filosofia africana, que num debate sobre a existencia da mesmame disse: O importa é antes se chegar ao consenso no cenceito "filosofia". O conceito em si, abrirá o espaço de debate etc, etc.

Pelo que entendi os dois estão a falar em contestos diferentes. Pessoalmente dou aulas, os exames formulados já para a 12aclasse contem 60 questões todas em multipla escolha. Não há espaço para nenhuma argumentação, muito para menos para desenvolver a capacidade da escrita; já que me dirão que a nível de formulação de ideias o aluno formula argumentos abstratos.


"Uma das regras dessas perguntas é: uma resposta acima do pedido, outra abaixo, uma aproximativa e uma certa."

Pelo que saiba os professores, muitos deles, não tem preparação para elaborar e se calhar uns, na sua vida estudantil, nunca fizeram uma prova do género.

REconheço ter entrado num outro entendimento da multipla escolha.

CMatusse

Jornadas Educacionais disse...

Matusse

Não me aborreço nada por me chamar de Senhor . Pelo que vejo, fez filosofia e, como tal, somos do mesmo barco, em nível de graduação.

A nossa disputa é, como você observou em outras palavras, aparentemente verbal, mas no fundo real. Estamos lidando com conceitos e contextos diferentes.

Em partida, os exames, cujas perguntas todas são de multipla escolha, são anti-pedagógicos, no sentido literal do termo. Não compreendo como um Ministério da Educação, cercado de "técnicos" pedágicos, admita uma "aberração" dessas. O que estão a fazer é mutilar a educação e, como tal, segundo um dia falou Kant, mutilar o próprio aluno.

Você sublinha que, "Pelo que saiba os professores, muitos deles, não tem preparação para elaborar e se calhar uns, na sua vida estudantil, nunca fizeram uma prova do género".

Matusse: não quero desqualificar os colegas professores. Mas, olhando bem as coisas, em Moçambique, a posse de um diploma de nível superior, em si, já é uma certificação para ser professor, seja, no ensino secundário, seja no ensino superior. Há problemas históricos, mas eles não no isentam de assumirmos responsabilidades pelo estado do ensino no país. Porque digo isso?

Pela minha experiência no Brasil, aquele que quiser dar aulas no ensino básico e secundário, e que não seja do curso de pedagogia, tem de fazer as matérias do âmbito pedagógico na Faculdade de Educação. Nessa faculdade ele(a) vai obter a Licenciatura (Licença para dar aulas). Ao fazer a Licenciatura, então, têm, entre outras disciplinas, a didática, onde se discutem, dentre outros aspetos, as formas de avaliação: objetivos e modalidades.

Para quem quiser dar aulas no ensino superior, se o mestrado não for na área de educação, então, tem de fazer a didática do ensino superior na faculdade de educação.

É na disciplina de didática do ensino onde, prioritariamente, se discutem as avaliações, se aprende a elaborar a avaliação. Na múltipla escolha, está presente um problema hermeneutico: a interpretação e compreesão do sentido de um texto, onde, às vezes, uma vírgula ou uma palavra, muda todo o sentido.

Não é apenas a história que é avaliada mas, também, outros saberes do aluno, isto é, numa avaliação de múltipla escolha.

Abraços e finalizo a discussão que era em torno do associativismo

Carlos Serra disse...

Bela discussão.

Anónimo disse...

Caro António

Só esta para ver até que ponto o nosso Ministério não está preparado. Ontem foram chamados os professores das 12aclasses, que quase todos estavam de férias, para corrigir os exames da multipla escolha que o ministério, inicialmente se propunha a corrigir centralmente via informática. Acontece que, quer os coordenadores dos exames(vindos das Direcões proviciais e do ministerio), quer os professores,estavam claramente preparados para explicar as técnicas a usar no preenchimento dos exames. Não e nem quero tentar tentar em vão imaginar que preparação tinham os alunos para tal, já que era pela priemira vez. Imagine essa! Numa escola, a uma determina disciplina, só transitavam 3 a 4 alunos (estou a falar de um universo de mais de 500 alunos). Vai me perguntar, como assim? O sistema detectava erros de preenchimento dos exames. Caricato, mas real e verdadeiro.
Mas como assim estava programado o sistema de correcção automática só imprimia "ERROR".

Aqui está o resultado da precipitação à modernização (des)organizada.

Mutilpla escolha tem as suas vantagens, isso é indiscutível. mas as desvantagem, aqui entre nós, superam as desvanatens. Pena que o que se quer, ao que entendo por aqui é formular perguntas objectivas - esta é a justificação nos corredores...

Aqui, até a 12aclasse, a maior parte dos argumento (se é que posso considerar argumento)formulado pelo aluno é torto. O aluno nem consegue mudar de discurso directo para indirecto ao interpretar um texto.

É este o meu País real.

CMatusse

Seria interessante o ponto de vista do Prof. Serra

Carlos Serra disse...

Foram aqui dados exemplos de questões de provas de escolha múltipla. Mas só me abalançaria a tirar algumas conclusões caso pudesse estudar em profundidade todo o nosso sistema de ensino primário e secundário e as provas de avaliação. Como professor universitário, apercebo-me das crescentes dificuldades que os estudantes têem a todos os níveis. Talvez um dia eu tente pesquisar as causas, conhecer o habitat de formação dos estudantes, os nós de estrangulamento, etc.

Jornadas Educacionais disse...

Matusse

Tive que voltar a discussão, não gostaria de prolongá-la. O professor Serra, numa atitude cientifica, apontou o caminho que temos pela frente:pesquisar os possíveis problemas com que o nosso ensino se debate. É um desafio que se coloca aos alunos das Faculdades de Educação (UEM) e da Faculdade de Ciências Pedagógicas (UP,além dos técnicos do INDE (MEC).

Bom, voltemos ao problema que você levanta: pelo que entendi, havia risco de uma reprovação massiça nos exames de 12a Classe que, provavelmente, conforme o discurso oficial, estaria relacionado à deficiência da tecnologia. Até pode ser verdade, mas prefiro, como bom aprendiz da história da Filosofia, ser um pouco cético.

Porquê? Como eu me referi em outra intervenção aqui e no Forum "Mozucas", o problema pode estar relacionado com dificuldades de aprendizagem dos próprios alunos. Essas dificuldades devem ser responsabilizadas a todo o sistema de ensino e não apenas aos alunos e nem aos professores.

Uma avaliação múltipla escolha pode ter vindo revelar um fato: a baixa qualidade de ensino que o MEC, provavelmente, ante os resultados, não quer assumir.

O erro que você cita é uma possibilidade, sim. Erro de preenchimento? Me explique o que isso quer dizer,dando exemplos concretos, para eu melhor enteder e puder acreditar.

O MEC está cercado de boas inteções. Mas porque não fez a permuta dos exames entre as escolas, mandando para lá apenas as folhas sem identificação, de modo a serem corrigidos também manualmente, no lugar da tecnologia? Falta de confiança? Aqui se levanta um problema: onde nós chegamos no quisito ética profissional que, aliais, é o reflexo da Ética social que se vive no país.

Ainda: o que nós discutimos foi a validade de um exame de múltipla-escolha. Se aluno nem sabe interpretar um discurso direto para indireto,como você diz ,numa pergunta de múltipla-escolha, que se pretenda avaliar a capacidade de interpretação do aluno (ali está o nó da questão da objetividade: dar uma única resposta, após o exercício de reflexão), então, tenha certeza, que esse aluno não saberá responder a questão. Não se trata apenas de responder objetivamente, mas sim, de compreender o que está em causa e apontar de modo objetivo uma reposta.

Ando dando aulas aqui e em Moçambique no ensino superior. Mesmo em perguntas abertas, as dificuldades de alguns alunos, em uma questão que exiga, primeiro, a compreensão, depois, a capacidade de argumentação, tem sido tremendas. Os problemas nem sempre estão na forma de avaliar, mas também, no próprio ensino.

Os alunos precisam, de fato, uma preparação, ao longo do processo de ensino-aprendizagem para lidarem com as questões de múltipla-escolha, tal como elas são praticadas em muitos sistemas de ensino. Eu, repito, gostaria de ver como foram formuladas as questões nos exames em Moçambique.
Uma coisa é estar-se habituado a essa forma de avaliação como parte do processo de ensino e a outra é o treinamento para esse tipo de perguntas, o que condeno.

Abraços e, parece-me, que poderemos continuar a discussão!

Unknown disse...

Boa sugestão Professor C. Serra

António, Abraços

Anónimo não me preocupo com o "Dotorismo"

Bela contribuição Matusse