O café da manhã de hoje da Rádio Moçambique (7:30) versou sobre os estragos causados na cidade de Maputo pelas recentes chuvas. Alguém ligou para o Emílio Manhique dizendo que não era apenas o Conselho Municipal que era culpado de não fazer manutenções regulares por forma a atenuar os efeitos das intempéries, mas também a população, nada cuidada e cuidadosa no tocante ao asseio e ao lixo. Este é um termo vasto, de natureza zoológica, que surge por tudo e por nada: a população, as populações, ela, elas, coisas amorfa, suposto gado social. Como um dia escrevi, estamos perante um um eufemismo que nos tranquiliza pela sua amplitude passiva de gente domesticada, sem rosto, sem individualidade, sem vida própria.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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