05 janeiro 2009

Queface: quefacer?

O Sr. Tomás D. Queface escreveu para o "Notícias" muito zangado com a juventude que temos. O que se aproveita dela? Nada, absolutamente nada - tenta ele provar: "A nossa juventude adora o luxo, é mal educada, goza com a autoridade e não tem o menor respeito pelos mais velhos. Os nossos filhos são verdadeiros tiranos. Eles não se levantam quando entra uma pessoa, respondem aos seus pais e são simplesmente maus. Não tenho mais nenhuma esperança no futuro do nosso país se a juventude de hoje tomar o poder, porque a nossa juventude é insuportável, desenfreada, simplesmente horrível. O nosso mundo atingiu o seu ponto crítico. Os nossos filhos não ouvem mais seus pais. O fim do mundo não poderia estar mais longe. Esta juventude está estragada até o fundo do coração. Os jovens são malfeitores e preguiçosos. Eles jamais serão como a juventude do antigamente."
Nota: o autor certamente quis dizer que "O fim do mundo não poderia estar mais perto".
Adenda às 22:55 de 06/01/08: peço a vossa atenção para o comentário do leitor Pinto, aqui.

16 comentários:

Anónimo disse...

é mais uma tolice para denegrir a nossa imagem como Jovens! Säo eles os mais que näo aceitaam mudanças. O tal Sr so vomita a sua Colera sem antes olhar o que estará por detras deste tal mal comportamento da Juventude. Säo jovens que tem a 2M e CNCS como diversäo no meio de tantas oportunidades que näo säo criadas. OS Jovens näo tem nenhuma diversäo se näo beber e fornicar. A Eduacaçäo está em declineao(näo sei se ja esteve melhor). Säo estes e mais motivos que nos deixam frustrados.

Abraço, Boaventura Matule.

Anónimo disse...

o mercado està a progredir tenta ignorância

Anónimo disse...

Bom, os jovens sao movidos por novos valores, devemos primeiro olhar para a nossa sociedade e ver que jovens temos. fica mau andar-se a generalizar sem ter-se sefeito uma analise aturada da questao. por vezes é mau levar experiencias de vizinhos e mesmo familiares para conotar toda sociedade como esses pequenos focos de acção. é um debate que a nossa soviedade vai sempre fugir. Cada juventudfe tem os seus tempos e valores por se inspirar e seguir, os problemas começam là de casa..................................

micas disse...

Hum....isto dava pano para mangas...

Tendo por hipótse que estas afirmações sejam verdadeiras, onde fica a responsabilidade de pais e educadores? Ou o Sr. Tomás Queface faz como Judas e limpa dai as mãos?

Será que pais, educadores e demais elementos da sociedade estão a saber transmitir os valores certos aos jovens?

Tenham dó! Os jovens de hoje como os de ontem podem ser irreverentes, mas são solidários.Sabem o exacto significado da palavra justiça ou paz.

Por favor, deixem os jovens CRESCER!

A nós mais velhos cumpre-nos o dever de apontar caminhos e dar exemplos.Olhemos primeiro para o nosso umbigo.Nada mais.

Anónimo disse...

O ponto é certo e bem levantado (ou bem cuspido a vista de todos os leitores), sem o minimo de consideraçao do provavel lado "B", senti me com tripas fora como jovem...

Duas Perguntas simples...
1. P: O que tem vindo fazer o Sr. Tomas para levar a outro porto esta situacao que descreve???
R:

2. P: Os jovens ou filhos com quais divide a sala nao lhe tem causado um constante enjoo, vitimas da educacao que os tera transmitido????

O Inconsciente

Reflectindo disse...

Eu propunha aos jovens que criassem uma possibilidade para debater com Tomás Queface e pessoas da sua altura. Eu também gostaria de participar nesse debate. Tenho dificuldades de o entender em quase tudo o que ele diz, ora

- Uma coisa é adorar o luxo (muitas vezes luxo é relativo), a outra é exibir o luxo; Também uma coisa é trabalhar para adquirir o luxo, a outra coisa é querer ter o luxo a todo o custo, incluindo pratica de crimes. O primeiro caso não considero negativo antes pelo contrário, é a razão para um trabalho árduo. O segundo caso, me parece injusto responsabilizar a esta juventude e nem a juventude da geracão de Queface, pois é do nosso conhecimento que os mais envolvidos na corrupcão em Mocambique não são jovens e nem comecaram isso quando eram jovens. Se calhar os jovens desta geracão, só passaram a ver os pais que são jovens de então, a virem com luxo que não corresponde aos seus salários nem ao tempo que trabalham...

- Um outro ponto é o gozo das autoridades de que ele fala. Que quer dizer ele? Que os jovens são críticos? Aqui parace estarmos perante quem clama por autoritarismo.

- Os jovens não se levantam quando uma pessoa entra. Para que tipo de pessoas eles deviam levantar? Que significado tem esse levantar? imagino em jovens a trabalhar ou estudar e que deixam de trabalhar logo que os mais velhos chegam. Foi assim mesmo quando durante a minha formacão de professor em 1978. Quando um instrutor/professor se aproximava onde faziamos estudo individual, tinhamos que nos levantar, interrompendo a actividade do cérebro, consequentemente eu fui exigir o mesmo. Hoje, acho isto de muito rídiculo, ainda que me lembro que o administrador Casimiro no tempo colonial exigia o mesmo e foi alcunhado por "neemelazake" em macua, o que significa "vamos levantar". Quem é tirano afinal.

É bem possível que Tomás Queface tenha alguma razão, mas ele não transmitiu isso no seu texto.

Nota: não sou jovem, mas não vou ao círculo dos velhos para humilhar os jovens. Como disseram os outros, nós temos uma responsabilidade para transmitir os bons modos ao jovens e por vezes senão muitas, isso passa por uma convivência harmoniosa eles. Aliás, até isso nos ajuda a rejuvenescer, aprendendo com eles o que é moderno.

Paula Araujo disse...

Sou docente há 4 anos em Moçambique e quero deixar aqui uma palavra de apreço a todos os meus alunos que qualifico como dedicados, trabalhadores, educados.
Paula Araujo

Anónimo disse...

Penso que não se pode desaproveitar de todo o que Tomás disse. Também não há dúvidas que o discurso foi tão inflamado que as raias da irracionalidade roçou(!)
Mas que a esta juventude (a minha) impõe-se uma atidude mais abnegada, masi sólida, não há dúvidas. Incomum é encontrares um jovem de 18 ou 20 anos (e não só!) a trocar ideias sobre o “estado da nação”. But... “a nova consola”, a “nova vizinha do bairro”, o “novo albúm do icóne hipopiano das terras do sam”, lá estão, e com argumentos fulminantes!
Contudo, também é esta “malta” que é a verdadeira esperança, “novos heróis”, e farão (alguns e muitos) este país orgulhar-se.

Vamos estimulá-los irmão “Tomás”.

Um abraço

Hermenegildo Chambal

Carlos Serra disse...

Haveria muito que dizer sobre esta posição do Sr. Queface, posição que, aliás, surge com frequência nas cartas de leitores do "Notícias". E muito que dizer a vários níveis : critérios, extensão catalogadora, etc.

Anónimo disse...

Acho que temos que definir quem é o jovem porque cá em Moçambique há gente de 35-40 anos que se considera jovem. Até o MC Roger se considera jovem e fala dos "mais velhos" como se ele não fosse um deles. Alguém mais acima mencionou que "Cada juventudfe tem os seus tempos e valores por se inspirar e seguir...", a juventude de hoje tá crescer a ver materialismo e corrupção como algo normal, desrespeito no parlamento por pessoas mais velhas que elas, lingua mal falada na televisão por apresentadores também mais velhos que eles. Existem muitos velhos que podem inspirar os jovens, mas poucos desses velhos são tão conhecidos como os que são más influências. Concluindo, o problema é bem mais profundo, de nada vale os velhos apontarem para os jovens porque no fim os jovens darão o troco fazendo o mesmo.

Anónimo disse...

Antes de criticarem o Sr. Tomás (e digo isto especialmente ao titular do post) façam uma pesquisa à origem das frases que ele escreveu e depois aperceber-se-ão rapidamente da sua intenção. IRÃO TER UMA SURPRESA.
Mas vou já adiantar: a 1ª frase ("A nossa juventude adora o luxo, é mal-educada, goza as autoridades e não tem o menor respeito pelos mais velhos. Os nossos filhos hoje são verdadeiros tiranos. Não se levantam quando um velho entra, respondem aos pais e são simplesmente maus.")é de Sócrates (470 A.C. - 399 A.C.); a segunda frase ("Não tenho mais nenhuma esperança no futuro do nosso país se a juventude de hoje assumir o poder amanhã, porque essa juventude é insuportável, desenfreada, simplesmente horrível.") é de Hesíodo (720 A.C.); a terceira frase ("O nosso mundo atingiu o seu ponto crítico. Os filhos já não ouvem os pais. O fim do mundo não deve estar longe.") é de um sacerdote do ano 2000 A.C. e a quarta frase ("Essa juventude está estragada até ao mais profundo do coração. Os jovens são malfeitores e preguiçosos. Jamais serão como a juventude de antigamente. A juventude de hoje não será capaz de manter a nossa cultura.") estava escrita num vaso descoberto nas ruínas da Babilónia (actual Bagdade) e tem mais de 4 mil anos.

O Tomás, de forma propositada, espicaçou os portadores do síndrome de nostalgia (aqueles do "antigamente é que era bom") para eles berrarem de pulmão cheio. Mais tarde irá, com toda a certeza, revelar a proveniência das frases, para mostrar que o conflito de gerações é tão antigo como os humanos.
No entanto este "truque" não é da autoria do Tomás mas antes de um médico inglês que as pronunciou na abertura de uma conferência, para gáudio dos "velhos do Restelo", revelando, posteriormente, a sua proveniência.


Pinto

Carlos Serra disse...

Hum....Touché!

Anónimo disse...

Concordo com ESM que temos antes de falar de jovens ou juventude definirmos o que é ser jovem? O que é juventude? Me parece que em Moçambique o jovem é sinónimo de irresponsabilidade generalizada. E aqueles que são jovens responsáveis, trabalhadores, deixam por isso de ser jovens? Temos que ter critérios de definição. Ou usarmos expressões como "alguns jovens", a maioria dos jovens são isto e aquilo. Mas mesmo assim há necessidade de definirmos critérios, como faixa etária: os jovens partem de que idade e vai até que idade? de 18 a 24? de 18 a 35, etc. Existem uma consciência colectiva entre os jovens? Existe uma cultura juvenil em Moçambique? Para o tal senhor que critica os jovens existe tudo isso, basta olhar para os seus filhos bebendo 2M, caçando damas, vestindo a niggaz por ai fora.

Na minha opinião, os ditos mais velhos não são coerentes na sua crítica aos considerados jovens: por um lado fazem de tudo para impedir a progressão de tais jovens quer na política, quer em grande parte das instituições empregadoras alegando que jovens não têm experiências, jovens ainda não são maduros, jovens são irresponsáveis, e por outro lado vêem lançando culpa a estes mesmos jovens de estar a estragar o futuro do país.

Se a juventude está como está é, na minha opinião, em parte, devido a falta de confiança e inveja que alguns dos mais velhos têm em relação aos jovens. Acredito que fora daqueles jovens que passam a vida nas barracas a beber irresponsavelmente, existe muitos jovens que podem contribuir para o avanço deste país, basta que haja espaço para tal.

Atenção aos pais, quando quiserem falar de jovens não olhem apenas para aqueles que andam nas barracas a beber sem limites, olhem também para aqueles que andam no ensino superior, aqueles estudantes finalistas que clamam por um espaço para trabalhar!

Em defesa da Juventude Moçambicana, Here we go!

Anónimo disse...

Hmm,

Com base no comentário do leitor Pinto, concluo que afinal, o Sr. Queface "chapa" (i.e. copia) sem referenciar devidamente, o que é feio.

V.I.

Anónimo disse...

yah pra mim o Pinto demostar mais uma vez que neste blog qdo gente aparece a ir ao fundo ninguém pode seguir
e por isso nunca hà verdadeiramente debate porque falta nivel e so hà sim comentarios fait divers durante as horas do espediente e vamos dormir

YES1

Bob Dole disse...

Hi...
O Sr. Queface tem a sua razão de se pronunciar desta forma. Se tivesse fé cristã iria à Igreja confessar, como uma forma de expurgar o que apoquenta a sua alma, mas como tem um complexo de antiguidade, preferiu a forma demonstrada. O Sr. Queface, seguramente, vive numa esfera familiar e ou de amizades com as características que descreveu, fora de ser um “cabulador” nato, qualidade esta que faz sem escrúpulo. Esta esfera faz com que, por um lado, o nosso analista juvenil sofra de “miopia analítica” e por outro, sofra do complexo de "coco", segundo o qual transforma o seu círculo de parentesco no tamanho global, isto é, o comportamento por si descrito é fruto de uma observação participativa dos seus mais próximos e de forma patológica tende a globalizar a falta de civismo dos mesmos que pode ser visto como reflexo do seu colégio em que ele mesmo é pai, educador, padrinho, instrutor, professor … Há uma máxima segundo a qual “quando o macaco não sabe dançar, o culpado é o chão”.

Até que a ideia chave desta patologia não é originariamente dele, aliás, ele e “cabulador” nato. A ideia é de um político da praça, que também sofre do mesmo complexo.

Por favor Sr. Queface, as coisas não começam e terminam no seu senso comum, aliás, no seu umbigo, abre os olhos e deixe a ambição exacerbada a parte, mesmo Camuzu Banda que era considerado de vitalício partiu ao além e deixou a terra.

Finalmente dizer que a sociedade moçambicana tem os jovens que merece...

E força jovens...a luta continua, esta é uma desinformação para ganharem terreno e continuarem a afundar este barco que é MOÇAMBIQUE.