05 fevereiro 2008

Em meio ao "sismo" popular: tarifas voltam ao estádio anterior

Em meio ao sismo popular que preenche Maputo desde sensivelmente as 5.30 horas de hoje, as tarifas dos chapas voltarão ao estádio anterior pois está suspensa a aplicação das novas, que hoje deviam ter entrado em vigor: cinco meticais em Maputo e sete para zonas exteriores à cidade - essa uma decisão governamental anunciada há momentos pela estação televisiva TVM.

18 comentários:

Anónimo disse...

E O POVO SAIU À RUA!

AGRY disse...

A primeira ilação a extrair é a de se ter optado pela mais cómoda e mais democrática das decisões. A sua transparência não será aqui o mais importante.
Reservo, para outra altura, a concretização do que está implicito no primeiro parágrafo.

J Francisco Saraiva de Sousa disse...

Viva o povo em revolta! O poder nas ruas soa a vontade de lutar! Avante!

Anónimo disse...

Será que o nosso governo tem noção que acabou de abrir um precedente.
De ora em diante, cada vez que o povo estiver descontente com qualquer coisa, vai estar tentado a criar distúrbios porque sabe que o governo vai ceder.
E se a única opção era esta, porquê que à mínima reacção negativa recuaram logo?
Será que revela que este governo rege-se pela lei do menor esforço?
Enfim.
Guebuza no seu melhor.
Muita coisa negativa e em curto espaço de tempo a acontecer no mandato de Guebuza.
O povo não esquece.
Em 2009 a FRELIMO vai suar se quiser manter o seu posto.
A RENAMO calma, serena.
Culpando a FRELIMO pela reacção do povo e pela falta de soluções que oferece à população, mas repudiando a violência e apelando à calma e ordem.
Estiveram bem.

Anónimo disse...

E o dia de hoje como será? São seis e meia e não há a certeza de que os chapas venham a circular. Na Julius Nyerere não passa nenhum, e já recebi telefonemas de trabalhadores que vivem na Machava e Matola dizendo que não sabem como vir para o trabalho!
A decisão agrada ao povo, mas e os transportadores? E os serviços, com tantos trabalhadores residentes na Matola e na Machava?

Anónimo disse...

Do balcão de informações da LAM (21465148) ninguém atende para informar se se mantêm os voos para hoje. Assim se respeita o consumidor!

Anónimo disse...

VIVA A VITÓRIA POPULAR!!!

A LUTA CONTINUA EM OUTRAS FRENTES!!!

JUSTIÇA SOCIAL OU MORTE, VENCEREMOS

Anónimo disse...

"Será que o nosso governo tem noção que acabou de abrir um precedente. "

Eu digo o contrário...

PARABENS AO POVO que abriu um precedente!!! De hoje adiante os xiconhocas vao pensar 20x antes de mexer com a vida do povo. E talvez agora de tanto receio, vao comecar a trabalhar para arranjar solucoes e alternativas...e talvez vao apertar o cinto nos seus Mercedez,ajudas de custo, combustivel gratis e escoltas de 13 carros...

Ou talvez nao....

De qq forma, PARABENS AO POVO MOCAMBICANO....foi tarde mas foi.

PUSERAM O PODER ARROGANTE EM SENTIDO!!!

Pensem Nisso

Anónimo disse...

O que aconteceu ontem em Maputo é sintomático de vários factores:

1. Há um enorme descontentamento popular, não só por causa do aumento do preço dos chapas,;
2. Há uma enorme falta de análises e projecções por parte do Governo, demostrando que não há nada que suporta as decisões do governo em certas áreas. É caso para perguntar: onde andam os gabinetes de estudos dos ministérios? Não previam isso ou pretendiam ver a reacção dos populares? Porque a questão não foi estudado antes do Governo de tomar a decisão de alterar o preço?
3. As vontades e as pretenções do povo e até a condição social são ignoradas pelo Governo. Houve diversos apelos por parte da população por diversas vias;
4. Há falta de libertade de manifestação: Se não vai a bem, vai a mal. Por isso, a violência. Se nao se permite a livre manifestação o resultado é esse.

Ora, a combinação destes factores todos resultou precisamente na manifestação que, para mim, aconteceu de forma espontânea e não organizada por qualquer grupo. Houve, de certeza uma agitação social para o início das manifestações de desagrado.

Isto tudo cria um precedente: no futuro, qualquer decisão que não seja favorável ao bem estar social ou que provoque algum prejuízo à população vai ser respondido da mesma forma e, talvez, em proporções maiores, pois a população sabe e percebeu que só com esta forma de protesto o Governo os ouve.

Foi uma clara manifestação contra a governação deste país. Acautele-se Governo! Foi assim que as revoluções iniciaram.

Unknown disse...

Acho muito interessante o facto de ser na maioria jovens os que fizeram protestos. Isto deveria ser o ponto de partida da analise. Porque nao havia pessoas de 30/40/50 e mais anos a protestar? Acho que isto tem a ver com a "posiçao" que as diferentes geraçoes tem hoje na sociedade Moçambicana e com as suas perspectivas futuras. A pergunta que faço é: que esperança de futuro tem as jovens geraçoes hoje? Educaçao fraca, sem trabalho e sem perspectivas de encontrar trabalho, sem representaçao politica e sindical (onde estao os jovens dentro dos partidos politicos? E nos sindicados? Quem defende assim os seus interesses?) e com os preços de produtos e serviços basicos a subir de 50% dum dia para o outro. Um quadro pessimo!
Quando os mecanismos de representaçao social e politica nao funcionam o povo (ou, neste caso, uma sua parte) tem que encontrar outras maneiras para ter a sua voz ouvida.
Sinceramente nao sei bem se este grito de alarme foi bem ouvido nos plano altos da classe dirigente. Ja nas ultimas eleiçoes os resultados mostraram claramente uma grande dissatisfaçao do povo com a classe politica mas nao vi ate agora uma reacçao digna deste nome. Por a caso a Frelimo acha que o facto de ter uma oposiçao fraca e ganhar as ultimas eleiçoes com uma abstençao elevadissima significa ter o apoio da maioria do povo? Para mim isto significa o contrario! O Machado da Graça calculou que a Frelimo ganhou as eleiçoes com os votos de pessoas equivalentes a menos de 20% do total da populaçao. O mesmo Governo esta na oposiçao! Se nao voltar a ganhar consenso atraves duma governaçao orientadas por resultados concretos (chega com a demagogia!) e focalizada nas componentes mais fracas da populaçao (jovens, populaçao sub-urbanas, camponeses) acho que vamos ter outras reacçoes deste tipo no futuro. O que nao è bom para ninguem porque, ate provar o contrario, no uso da força o estado é muito mais poderoso que o povo...

Anónimo disse...

Parabens Professor este foi o espaco mais util para espelhar o que aconteceu ontem na cidade de Maputo, ao povo Mocambicano mais coragem para exigir a justica social e condicoes dignas de sobrevivencia.

Um abraco a Mocambique

Maxango

Anónimo disse...

UM PRECEDENTE PERIGOSÍSSIMO. A DECISÃO É MÁ PARA O FUTURO E ESTABILIDADE DO PAÍS. DE ORA EM DIANTE, QUALQUER AUMENTO DE PREÇOS EM PRODUTOS COMO PÃO, TRANSPORTE E PORTAGENS SERÁ RESPONDIDA COM TUMULTOS. O POVO SABE QUE O GOVERNO TEM MEDO DO BARULHO>

O MAIS GRAVE É QUE ESTE GOVERNO NÃO TEM COMO ENCAIXAR OS AUMENTOS DE PREÇOS INTERNACIONAIS DOS COMBUSTÏVEIS. UMA DECISÃO DEMAGÓGICA

Anónimo disse...

"O MAIS GRAVE É QUE ESTE GOVERNO NÃO TEM COMO ENCAIXAR OS AUMENTOS DE PREÇOS INTERNACIONAIS DOS COMBUSTÏVEIS. UMA DECISÃO DEMAGÓGICA"

Perdoe-me e humildemente lhe digo... a ignorancia lhe aflige nesta matéria ou entao está cego e acomodado...

Por favor leia o comentário de um jovem economista, que está prestes a terminar...Isso no post anterior.

Se o estado racionalizar os gastos, facilmente se consegue obter $$ suficiente para subsidiar os transportadores privados (numa 1a fase e muito curta) e por a funcionar o tranporte publico (seja TPM ou outras alternativas).

Mas para isso é preciso TRABALHAR e mais importante ainda, deixar de ter primos, sobrinhos e camaradas nos postos de trabalho mas sim todo o individuo que seja competente.Enquanto forem promovidas os lambebotas,os acomodados, os incompetentes, enfim, aqueles que tem o cartao do partido....a coisa só piora.

Este sistema/partido vos deixou tao cegos, vos deu uma educacao tao básica que acham que os PROBLEMAS NAO TEM SOLUCAO e que a CULPA é dos OUTROS!!! Se nao é do petróleo é do trigo, senao é do trigo é da oposicao, senao é da oposicao é dos estrangeiros...

Para que uns tenham Mercedez e 1a classe nas viagens aéreas, outros tem que andar a pé Maputo-Matola...

Simples qnt isso...simples, básico e muitoooooo antigo.

Pensem Nisso

Nelson disse...

Postei a dia no meu blog algo sobre semelhanças e diferenças entre Moçambique e Quénia(vale a pena conferir). Baseando-se na resposta que o presidente Gebuza dera numa entrevista em comentário à situação do Quénia. Quero concordar com que fala ""de "limites da paciência". Oque me intriga é como o governo subestima o povo. Como não "lê" os tantos "sinais" de insatisfação. Será por estar demasiado desligado/distanciado da situação popular ou por uma cruel insensibilidade que se "ignora" o resultado de algumas medidas tomadas lá no topo. Agora o povo aprendeu que "criança que não chora não mama". Aprendeu que "governo não gosta de barulho". O povo aprendeu a "mexer no remoto control" e a "mudar de canal" o futuro é assustador.

Anónimo disse...

O meu amigo economista deve estar neste momento aborrecido com a decisao do Governo em voltar atras no preço dos chapas. Afinal para alem dos consumidores a quem mais pode pagar a factura. Obvio que eles vao apertar nos de outro lado, mas mesmo assim nao precisam de sacrificar os poucos contribuintes.
A soluçao para cobrir o defice resultante dos subsideos podem ser cobertos por uma estrategia eficaz de alargamento da base tributaria. O que ministro Chang tem de fazer ‘e rever a sua táctica de conquista de mais contribuintes. O Prof Dr. Castelo Branco (na optica do meu amigo economista: um tagarela) mostrou que para alem do aumento das tarifas existiam outras soluçoes e uma delas era mexer na politica fiscal. Perante uma crise social com consequencias nefastas para o mercado, a ciencia economica tem sempre soluçoes: Tudo que precisamos 'e vontade, inteligencia, criatividade e dedicaçao a causa nacional.
Mesmo assim, esta parece ser uma soluçao de curto prazo; cabe ao Governo pensar e executar soluções sustentaveis a medio e longo prazo. Logo de principio descordo com a estrategia de reestruturaçao da frota dos TPM. Parte dos autocarros recentemente adquiridos encontram se inoperacionais e, o que mostra que o problema nao esta apenas nos autocarros, mas em no conjunto dos factores/determinantes que influenciam/condicionam o bom desempenho de uma frota de transportes publicos a altura das necessidades do Grande Maputo; nomeadamente, qualidade da frota, gestao (o conselho municipal de maputo e matola tem uma palavra a dizer), serviços de apoio (manutençao de frotas, acessorios ..., recursos humanos (quadro de tecnicos (qualificados), estado das rotas cobertas pelos TPM, etc.
Sr minsitro, nao se preocupe em comprar autocarros para o sector privado, a sua função é regulamentar o sector, definir critérios para rotas e frotas, fiscalizar, criar confinaça no sector finaceiro para atender as necessidades dos transportadores isto 'e, criar um ambiente propicio para que os transportadores possam realizar suas actividades sem grandes sobressaltos Em paralelo com isto é preciso que se esclareça qual a mais valia de todo este investimento em energias alternativas no sector de transportes publicos: O que um pais produtor de gás natural pensa fazer, ou como pensa aproveitar o gas, bio disiel na melhoria do sector de transportes?.
Por outras palvras, uma verdadeira e ambiciosa politica de transportes publicos ultrapassa as ja limitadas capacidades do minsterio dos transportes, e sugere nos uma abordagem holistica envolvendo o Governo central e locais por inteiro.

Leonardo Vieira disse...

Caro Tsintiva

Infelizmente terei que concordar contigo!
Esta triste realidade está a estagnar a vida do Povo. Até quem tem carro, ontem se viu à rasca para sair às ruas.
A Policia, uma autêntica comédia, apenas serviu para escoltar os ministros e vices, para o aconchego das suas residências, que os nossos impostos ajudam a manter.

E como resultado, hoje não há sítio a funcionar a 100%.
Isto porque as pessoas estão nas paragens a espera dos chapas que simplesmente não estão nas ruas...
e agr???

Leonardo Vieira disse...

Permita-me acrescentar uma coisa, Caro Junior.

Maputo está a crescer a olhos vistos. Cada vaz mais as rotas vão ficando maiores. Por um lado há a necessidade/obrigação do Governo em expandir os transportes públicos a esses novos bairros que vão surgindo, e, para aqueles privado que queiram fazer esse transporte por outro lado, terão claro, que o fazer de uma forma que lhe seja sustentável!!
Por isso concordo qnd diz que tem que se começar a pensar a longo prazo.
Ainda mais porque o Povo neste momento está com o rastilho de pólvora muito curto. Qualquer decisão mal tomada e eles estão prontos a sair às ruas de novo. É preciso ter Cautela!!

Anónimo disse...

O dia de ontem acabou sendo chocante para muitos de nós,as crianças questionando se era o paiol outra vez ou se é guerra.Chocante!O que fazer quando não temos sociedade civil organizada?Quando o privado está preocupado com o lucro e não com o desenvolvimento?E pior é ter um governo que também é privado.Não temos oposição,não temos sociedade civil e pior é que não temos Estado.Se organizas manifestação(Ex.Madgermans)a policia aparece em peso com tudo para exibir a força.E hoje?Que vandâlos destruíram carros,jogaram-nos pedras e ameaçaram-nos de viva voz.Onde estava a policia?
Eu penso que devemos nos organizar como sociedade e a dita plataforma da sociedade civil,G2o.. devem saber apresentar este estado de coisas ao Governo,porque como já foi postado aqui parece que os Camaradas não estão conscientes do nível de insatisfação das massas.
Não ir votar não basta!Não estamos aresolver ainda o nosso problema.O aviso está dado.Temos que parara com os discursos de que..."Somos exemplo em África e no mundo porque temos cultura de paz..."Afinal não estamos tão bem assim.

Transportadores organizem-se!Governo Manifeste-se!Onde está O governo?AUTORIDADE!