Quando vivemos problemas, há quem pense que a melhor solução consiste em esconder a cabeça como fazem as avestruzes em momento de perigo. Ou consiste em produzirmos discursos morais condenatórios. Mas também há outra maneira de proceder: consiste em estarmos atentos aos sinais premonitórios, em evitarmos que esses sinais se tornem realidade, em darmos ao futuro a moldura de uma sociedade mais justa, menos propensa à violência social, menos vergada ao que a Igreja Católica chamou "intolerância económica". Por exemplo, recebi hoje um email de Nampula do qual extraí a seguinte passagem: "Cá por Nampula, estamos à espera dos sismos, vamos lá a ver qual a face que levam. O diesel e a gasolina estão à volta dos 37,00MT, portanto pretexto não falta. A cidade capital está quase com meio milhão de habitantes, a maioria jovens desempregados. Ultimamente recrudesceram os assaltos às casas (incluída a minha na semana passada) e hijacks nas ruas. A PRM não aguenta a barra, não tem meios nem motivação. Tá-se mesmo a ver quem serão as vítimas preferidas, com os asiáticos a ostentarem tantos sinais exteriores de riqueza e os estrangeiros africanos, aos milhares, a seguirem-lhes o exemplo."
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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