O historiador brasileiro Caio Boschi esteve em Maputo e proferiu a aula de sapiência na Universidade Politécnica, por ocasião da abertura do ano académico. Eis um extracto do que ele disse, feito pelo jornalista Emídio Behula: "À lupa do historiador, a consciência que as classes desfavorecidas vão adquirindo da sua marginalização do cenário político é que lhes permite, gradativamente, tornar-se efectivos sujeitos e actores históricos. No seu entender, a História é o veículo para aquisição da consciência de direitos e deveres, o factor de formação para a cidadania. Formação, pois, segundo disse, cidadania, tal como a História, não é doação do Estado, mas uma conquista dos excluídos através da educação, do exercício político e das lutas e inconformismos sociais. Boschi precisou que os excluídos se educam, sobretudo, nas lutas de reivindicação e nas resistências. Na sua óptica, para se alcançar tal desiderato, é imperioso que os educadores façam da História a sua ferramenta privilegiada, por forma a anestesiar os esforços tendentes a controlar consciências e a impor conteúdos."
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Sem comentários:
Enviar um comentário