17 fevereiro 2008

Agora é Malembe agitado pela "mão invisível"

Amplia-se a histeria da mão externa ou, nesta versão agora, da mão invisível.
Com efeito, na sua domincal coluna do sobe/desce (louvando ou criticando acções a nível nacional), o semanário "Domingo" publicou hoje na sua página 4, no fim da coluna, o texto que surge na imagem.
Assim, pela acusação do semanário, surge-nos o Sr. Marcos Malembe, presidente da Associação dos Trabalhadores Desvinculados dos CFM, a ser agitado por um feiticeiro político invisível "em momento inoportuno e que remete a concluir que, por detrás, existe uma mão invisível no incentivo às agitações".
Não está em causa se Malembe tem razão no que exige, se a ATDCFM tem ou não razão, o que está em causa é, imediatamente, numa verdadeira caça às bruxas, decidir que ele está possesso da malignidade política feiticeiral.
Portanto, Malembe é um Calibão mais agitado do que o costume, face a um Próspero feiticeiral de maus fígados políticos, não na Tempestade de Shakespeare, mas na Tempestade aqui da terra.
Parece-me ser evidente que temos, agora, dois fenómenos para estudar em profundidade: as revoltas populares e a caça às bruxas na produção ideológica histérica de mãos externas ou invisíveis.
Observação: num crescendo de produção de mãos externas, declara-se que qualquer protesto mais consistente só pode ser obra de um poder externo politicamente interessado na desestabilização do país. Quando acontece uma doença na sociedade, torna-se evidente que o problema não está na doença - é suposto que o corpo social em si é puro e resiste a qualquer intempérie patogénica normal -, mas na acção maléfica de um mau espírito político. A feitiçaria política está agora em curso.

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