17 fevereiro 2008

Morreu João Paulo

Morreu esta madrugada no Hospital Central de Maputo, onde se encontrava internado há duas semanas, o músico moçambicano João Paulo, uma das mais belas e antigas vozes do país. Iniciou-se na música no ex-Bairro Indígena da ex-Lourenço Marques (hoje Maputo) da era colonial e notabilizou-se como cantor de blues. Paz à sua alma. Os meus pêsames à família enlutada (Rádio Moçambique, noticiário das 12:30).

15 comentários:

Eugénio Chimbutane disse...

Grande voz, grande homem!
JP, descance em PAZ!

Anónimo disse...

Grande voz!
Os blues,o soul, ficarão marcados na história da nossa música pela voz rouca e única desse ºmonstroª!
Mais um valor patrimonial da cultura deste país que se vai em silêncio,quase pedindo desculpa pelos que o esqueçeram...
Onde andará o Jaimito?
Guitarrista da geração do JP,considerado o maior de sempre...o Jimmy Hendrix moçambicano.
Ouvi dizer que vive em condições muito dificeis...
Não haverá ninguem na Associaçao dos músicos que possa dizer do paradeiro do Jaimito?

Carlos Serra disse...

Espero que alguém o oiça, também me lembro de Jaimito.

Anónimo disse...

E com dor que tomo conhecimento no Brasil da morte do meu amigo Joao Paulo. Amigo que fisicamente partiu, mas acredito vivera eternamente em meu imaginario e de muitos mocambicanos. Joao era e continuara a ser uma referencia na musica musica mocambicana. Paz a tua alma irmao. A familia enludade os meus sentimentos. Obrigado ao Prof. Carlos Serra por nos manter
pernmanentemente informados. Luis Cezerilo

Ivone Soares disse...

Quando vi a imagem de João Paulo, hospitalizado, fiquei muito sentida. Minhas condolências à família enlutada, amigos e admiradores deste Monstro que se foi.

Carlos Serra disse...

Ainda sobre Jaimito: creio que ele foi professor de música em 1976 na Escola Secundária de Lhanguene, aqui em Maputo.

Anónimo disse...

...poucos anos após a independencia Jaimito foi para ou states.
Vive nos arredores de Maputo...
está esquecido...
Alguém poderá dar mais informações!
Jaimito faz parte dos grandes monstros da música moambicana.

Carlos Serra disse...

Lembro-me dele na escola citada, onde também fui professor. Está completamente no esquecimento. Vamos a ver se alguém duz algo sobre onde está.

Anónimo disse...

morreu o monstro dos "Monstros" !
O Jaimito pode ser encontrado de quando em vez pelo bar dos serviços sociais da RM. O pessoal ali conhece habitualmente o seu paradeiro ...

FL

Carlos Serra disse...

Ok!

Anónimo disse...

Triste noticia, a morte de João Paulo...As noites de BLUES e as sessões de AMIGOS contando com João Paulo ali no Xima, no Gil vicente..ficam para memoria.

Tentarei rabiscar algo em breve no www.maosdemocambique.blogspot.com

Quanto ao Jaimito, o Centro Social DA RM e' um dos locais sim..mais por vezes ali na mafurreira do jardim tunduro, na entrada pela Rua da Radio, ele costuma estar ali a dedilhar no período da tarde.

Anónimo disse...

EPAH muito sinceramente o JOÃO PAULO matou-se sozinho...

digo isto pq ele ano passado foi operado e recuperou!!!! depois voltou a cometer o mesmo erro ou seja o JOAO PAULO sempre que eu passaa do BAR GOA ele estava lá a morrer eu até comentava com os meus amigos que akele mano já era é um morto vivo...ou seja o João acordava e dormia no GOA BAR!!!! A ERDADE DEVE SER DITA nao sei como é que vocês kerem ocultar isso .... eu via o homem almoçar um mutlhutchu ao lado duma mulata puta!!!! epah eu vi o homem já tinha os dias contados e a morte dele não foi surpresa.

mas endereço a familia os mus pesamês...

um abraço!!!!

Anónimo disse...

Paz a alma dele. Os detalhes não fazem muito sentido agora, se calhar um pouco de remorço por não termos feito algo para evitar que ele voltasse a escravidão álcoolica.

Moçambique meus pêsames.

Maxango

Anónimo disse...

paz a alma de Joao Paulo.Conheci-o em Novembro quando desloquei-me ao Maputo vindo de Lisboa com dois amigos ,um portugues e outro alemao que simpatizaram bastante com o Joao ,pois dedicou-lhes umas cancoes no Gil Vicente e no Africa.Era um grande músico ,no seu estilo,Moçambique perde com o seu desaparecimento. Os meus pesames a familia em nome de Helmut e Luis .
Helder Ramalho

Anónimo disse...

Foi há cerca de um ano, na casa do artista (Gil Vicente), fui mesmo a propósito, par vê-lo tocar. Antes da actuação, encontrei-o na parte de cima,(esplanada do Gil), sorvendo o seu Jack Daniel (Wiskie de Tenesse), e falamos por alguns minutos. Pareceu me cansado, meio doente, na verdade, o seu pé já o apoquentava e via-se claramente, pelas caretas que fazia, sempre que o movia.
Olhei-o e disse para mim, hoje o show não está garantido. Deixei-o e dirigi-me aos lavabos, meio triste por vê-lo daquele jeito.
Qual foi o meu espanto; quando meia hora depois, pareceu-me ouvir o Muddy waters. Virei-me para o exíguo palco Vicentino e aí estava no seu estilo característico; cabeça deitada sobre a nuca, a afastar os seus dread com a mão esquerda para uma melhor visibilidade, enquanto isso, a mão direita segurava delicadamente o micro, com a sensibilidade de quem segura a anca da mulata. Era o John John no seu estilo característico e fazia jus ao dito de que quem canta seus males espanta, pois, naquele momento, estava outro John bem diferente do que encontrara lá em cima. Toda a tristeza e o mal estar que me pareceu ter constatado, desaparecera, como que por uma mágica. Irritava-me sempre com aquela sua mania (cerimonial) de dar o historial da música antes de cantá-la. Dizia cá comigo, “poupe nos dos detalhes John e vamos a música”.
Daquela vez, e porque extaziado por alguns duplos de Walker, exteriorizei o meu pensamento e gritei bem alto; John porquê não canta? Naquele seu estilo característico, típico de grandes homens, vagarosamente virou a cabeça na minha direcção, pôs a mão sobre a testa, para se desviar da luz e olhando e para mim perguntou: quem é esse papagaio que está para aí a gritar?
Ninguém se conteve nem eu, desatamos a rir e música como que uma mágica, a música começou a tocar. Na verdade, era justamente esse o efeito que eu queria, provocá-lo para que começasse a cantar.
Cá entre nós, nunca me irritou ouvir o John a dar o historial da música antes de cantá-la. Verdade, é que de todas as vezes que ia para vê-lo cantar, ficava tão ansioso qual adolesente no seu primeiro encontro e qualquer preliminar deixava-me mais ansioso, e ansiedade, que o diga o meu amigo Duma, aumenta meus riscos de apanhar um piff, algo que estava fora de cogitação naquele dia, pois, uma vez piff, não poderia ouvir o John, com os quatro ouvidos que costumava ouvir.
E agora morreu? não sei, porque cá para mim sempre que tapo os olhos, vejo-o revisitando os anais dos bons blues, e meia volta a dar a senha a espera claro da contra senha: mina auni......e respondiamos nós extasiados auni tenderi auni tenderi auni tenderi.
De Macamo para Macamo