O 5 de Fevereiro parece ter-se constituído no nosso imaginário como o marco iniciador dos sismos sociais que cobriram já várias pontos do Sul do país, tal como amplamente tenho aqui reportado.
Porém, quando um dia os historiadores escreverem a história de 2008, da saída social da garrafa, terão de ter em conta não o 5 de Fevereiro, mas o 24 de Janeiro, quando uma impressionante frente policial constituída pela Força de Intervenção Rápida, pela Polícia de Protecção e por agentes do Serviço de Informação e Segurança do Estado, fortemente armada (incluindo gás lacrimógéno e "potentes viaturas") abortou uma manifestação pacífica e espancou camponeses da Manhiça que exigiam a tomada de "medidas imediatas para travar acções de pessoas e empresas que, tendo como interesse central, o lucro e a riqueza, exploram os associados da Manhiça".
É um fenómeno ao qual apenas o semanário "Magazine Independente" parece estar a prestar atenção, tanto mais que, de acordo com a sua edição desta semana (onde pela segunda vez se referiram ao acontecimento), os camponeses prometem voltar à rua no dia 17 de Abril, Dia do Camponês.
Nota: foto de Inácio Pereira, inserta na edição de 13 de Fevereiro do semanário, p. 16.
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