Enquanto alguns andam por aí em terríveis golpes de rins para mostrar que, afinal, nada se passa no país (salvo pontos de vista enfeitiçados por mãos invisíveis), outros, como o Sr. J. Lacitela, acham que sim, que há coisas que se passam no país: "O tecido económico no geral está degradado. O que estamos a assistir é um Governo que diz “vamos tentar resolver este assunto do chapa antes que os pobres se apercebam do real problema”. É este pobre que vive do carvão vegetal que de 350,00MT até à última subida de combustível passa agora a pagar 400,00MT porque o outro transportador desconhecido de carvão teve de agravar o preço de transporte, como exemplo. Quem vai subsidiar a este transportador de modo o carvão voltar ao preço anterior? (...) Esta é a verdadeira imagem dos nossos governantes no conjunto. São lhes dado grandes gabinetes, mordomias inimagináveis, etc, etc, e não arranjam sequer um minuto cada um no seu gabinete, para pôr a mão na cabeça e se lembrar porquê está ali sentado. (...) Acho chegada altura de os nossos prezados deputados esquecerem de perder tempo discutindo igualdade de género, homossexualidades, etc, coisas que não fazem parte de nós, e aprovar uma resolução de contratação para cada ministro de um curandeiro. Assim talvez podem trabalhar!"
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
A ironia, por vezes, é ultrapassada pela realidade.
Imagina, alguém que julgue saber as coisas que "fazem parte de nós" que se pode chega a Director-Geral (quanto mais a Governador ou Ministro) sem bom(s) curandeiro(s)?
Quantos desses pobres homens e mulheres não tiveram que interromper abruptamente as suas férias de verão (que também as têm, como qualque mortal bem sucedido) logo em início de Fevereiro e estão desde então em regime de trabalho intensivo, sem tempo para falarem com mais ninguém?
Sempre me espantei que essa vertente de realidade nunca aparecesse nos estudos de ciência política (e de outros temas que não mencionarei).
Isso, isso, Paulo...
Enviar um comentário