Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
11 setembro 2007
Jovem necrófago reincidente
O jovem Jaime Tomás foi novamente detido em Chimoio, capital da província de Manica, após ter sido surpreendido a desenterrar um crâneo humano num cemitério local. De acordo com a Rádio Moçambique - que designou Tomás por canibal e dedicou ao caso cerca de 10 minutos num programa de 30 - no seu noticiário das 19.30 de hoje, Tomás tinha sido detido e julgado o ano passado por desenterrar e comer órgãos de cadáveres. E segundo um porta-voz da polícia, o jovem detido vai ser sujeito a um exame psiquiátrico.
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6 comentários:
Nada surpreendente...trata-se de um necrófilo enquadrado na chamada civilização ocidental. Este fenômeno da necrofilia é bastante remoto na história humana. Existiram/existem comunidades denominadas canibais que praticam este acto. Estas comunidades estão identificadas e localizadas pelos antropólogos, historiadores e outros estudiosos da área. Será que o jovem Jaime Tomás não se encontra perdido ou distante da sua comunidade? Julgo que não será uma detenção e julgamento que lhe vão cortar o "apetite" de comer carne humana principalmente quando por de tração de uma determinada acção existe uma motivação bem forte que faz com que o indivíduo acredite na suas acções para alcançar um determinado fim...
Um caso para já individual, mas, claro, merecedor de estudo.
O fenómeno do canibalismo interessa-me muito, porquanto procuro elaborar uma explicação neurobiológica desse fenómeno, levando em conta dados históricos e antropológicos, mas sobretudo casos como este do jovem Jaime Tomás, que nasceu no Chimoio como eu. Esta explicação não invalida necessariamente a de Marvin Harris, de natureza mais ecológica e plausível no âmbito do canibalismo ritual asteca.
Mas devo divergir do comentário de Wetela que afirma ser o canibalismo ou a necrofilia um fenómeno ocidental, o que não é antropologicamente correcto, mesmo nada correcto. A diferença reside no facto de possuirmos arquivos escritos...
Será possível ter acesso a mais dados sobre esse caso individual?
Obrigado.
Infelizmente por agora não. De resto, a nossa imprensa pouco tento toma, infelizmente, em aprofundar e relacionar casos como este. De qualquer das formas, no centro do país existe um fenómeno que merecia ser estudado: o do aproveitamento de certos órgãos humanos para confecção de "remédios" destinados a fortificar ou a dar sorte em algo, como na pesca, por exemplo. A imprensa dá periodicamente disso.
Francisco, nao digo que seja um fenomeno da sociedade ocidental, muito pelo contrario eles ate acham que este fenomeno e tipico de cominidades primitivas africanas e asiaticas...mas existem relatos de que o canibalismo fez parte da cultura nativa não somente na Asia, Austrália e africa, mas também na Europa, na América Central e América do Sul, enfim, em todo o mundo, o homem comia seus semelhantes estrangeiros ou rivais de território com objectivo de firmar a sua superioriade. Neste caso o Jaime Tomas, julgo estar mais ligado a questoes do poder sobrenatural. Se a memoria nao me trai, a primeira vez que Jaime apareceu em cena, afirmava estar a praticar seus actos a "mando" de um grande feiticeiroem troca de poderes sobrenaturais...e realmente um caso que merece uma analise profunda.
A informação acrescentada por Wetela ainda torna mais atractivo este caso do jovem Jaime Tomás.
De resto, estamos em absoluto acordo. Prazer conhecê-lo Wetela
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