"O uso dos sete milhões de meticais, adstritos aos distritos pelo governo central, tem sido motivo de debates em todos os cantos do país, pelo que a Zambézia não foge à regra. Aliás, nesta província, a maior parte deste valor, alocado aos governos distritais para produzir comida e gerar emprego às populações, foi transformado em Orçamento geral do Estado. Foram construídas e reabilitadas casas de funcionários, palácios dos administradores, compra de mobílias e de meios circulantes. Resultado; a população continuou mais pobre, sem comida e, pior ainda, sem emprego, como era seu anseio." - este o cabeçalho de uma excelente reportagem inserta no semanário "Magazine Independente" na sua edição de hoje, assinada pelo jornalista António Zefanias.
Este diário tem várias entradas sobre os destinos obscuros dos famosos sete milhões (confira aqui, aqui e aqui, aqui e aqui). A história vai andando e, como diz o Zefanias, o governo "defende que os desvios de aplicação constituem experiência.
Este diário tem várias entradas sobre os destinos obscuros dos famosos sete milhões (confira aqui, aqui e aqui, aqui e aqui). A história vai andando e, como diz o Zefanias, o governo "defende que os desvios de aplicação constituem experiência.
Os integristas do verbo e da razão amada dirão que nada de especial aconteceu, acontece ou vai acontecer, porque tudo é apenas um "ponto de vista": o do povo que protesta, o dos jornalistas que reportam e o meu, que aqui sistematicamente dou conta desta desalmada desvida dos sete milhões. Ou - finalmente -porque tudo é um "aludido" desvio.
7 comentários:
professor!
Cada dia que passa somos forçados a aceitar que o país está mesmo doente. Recebi,esta tarde, uma sére de mensagens "sm" a dar conta da falta de combustível nas bombas das cidades de Maputo e Matola. Será isto verdade?
Aproveito para deixar aqui site do meu blog http://debateereflexao.blogspot.com
abraço
Jorge Saiete
Leia a última adenda na postagem sobre o editorial do "Notícias", onde reporto o que o ministro da Indústria e Energia disse há momentos.
E darei conta do seu blogue. parabéns!!!!
Se forem a verificar, todos os anos ha' uma "porrada" de seminarios regionais, com presenca de altos dirigentes, quer provinciais (governadores, administradores), quer centrais (so' ministro da planificacao), para discutir esta questao da aplicacao dos "sete milhoes". Nao e' possivel obter resultados porque, este pai's nao tem ainda uma POLITICA DE DESENVOLVIMENTO sectorial (se ha' que me digam, pois estou ha anos a procurar essa informacao). Tudo e' feito de improviso! Ninguem sabe que areas e como elas devem ser potenciadas em cada provincia, em cada distrito. Acham que e' so' entregar o dinheiro aos administradores e pronto "criem emprego, produzam produtos"! Produzir o que', como, para que'? E' preciso que se pense na inter-disciplinaridade dos sectores e que nao se ande aqui as apalpadelas! E em certa medida, os administradores tem razao! Muitos vivem ainda em "palacios" construidos pelos colonos e em condicoes lastimaveis! As sedes distritais nao tem infrastruturas publicas (mercados, moagens, etc) e inevitalmente, essas partes "omissas" do governo (orcamento do estado) continuarao a ser resolvidas com esse dinheiro! Eu fiz uma serie de levantamentos para a elaboracao de projectos de reabilitacao de "palacios" de muitos administradores distritais, no primeiro ano dos "sete bilioes"! Quando os processos ja estavam em fases muito adiantadas, veio uma contra ordem "superior" a cancelar esse tipo de aplicacao! A pergunta que eu faco e' a seguinte: Como e' que se decide alocar fundos dessa grandeza as administracoes, quando nao existem sei la', uns termos de referencia para a sua aplicacao?? E' assim que se pretende desenvolver o pais, as apalpadelas, com "EXPERIMENCIAS"?? Este governo precisa de ter um plano nacional de desenvolvimento, estruturado e que indique de forma clara, o que pretendemos ser/alcancar em 5, 10, 15, 20 anos e toda a nacao se empenhar em materializa-lo! Eu como essa fraccao previlegiada de bloguistas, somos uma infima porcao de MZ's minimamente esclarecidos, mas digo com sinceridade que, eu nao conheco o plano de desenvolvimento do meu pais!!
Obrigado professor já li a adenda. A situação é simplesmente triste. Jonathan, concordo plenamente contigo. o sete biliões apareceram nos distritos sem que os dirigentes locais tivesse informações claras do destino a dar, só no ano passado é que as coisas começaram a ficar um pouco claras. O fundo é para iniciativas de desenvolvimento local ou projectos comunitários de geração de renda. Mas isso só ficou um pouco claro a partir de 2007. Em 2006 não havia clareza e o que aconteceu é o que todos sabemos. Agora, numa coisa saimos a ganhar, tivemos alguns palacios distritais reabilitados. Pessoalmente ví tantos no centro e no norte do país.
PS: E os membros dos conselhos consultivo conhecem o seu papel ou por outras, os que idealizaram estes órgão têm claras as suas competencias no desenvolvimento local?
Bem, sou obrigado a pensar no que escreveram, no voluntarismo, na falta de infra-estruturas básicas e em outras coisa mais. Obrigado.
Jorge, referi o seu blogue na última adenda da postagem concernente ao editorial do "Notícias".
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