12 julho 2007

Eufemismos

Nos últimos meses a nossa imprensa tem reportado a forma irregular com os sete milhões alocados aos distritos para gerar emprego e comida têm sido usados. Ainda ontem as páginas 10 e 16 do semanário "Magazine" dedicaram amplo espaço ao tema, referindo a insatisfação popular e as decisões dos governadores de Inhambane e Niassa de substituir administradores distritais contestados pelo povo. Neste diário tenho múltiplas entradas sobre o problema.
Todavia, segundo o "Notícias" de hoje, o ministro da Administração Estatal, Lucas Chomera, afirmou ontem à imprensa que a substituição de administradores no país tinha a ver com "um processo normal de gestão de recusos humanos". E acrescentou: “Os 132 administradores estão a fazer maravilhas nos distritos, mas também tínhamos situações de desajustamentos. São quadros experientes, mas para aquela função não estavam a responder bem”.
Os eufemismos são coisas necessárias na história. Creio, até, que melhoram a nossa saúde. Mas há sempre um limite para a sua recorrência. E o ministro Chomera esqueceu-se disso.

2 comentários:

Bayano Valy disse...

Esqueceu-se sim. A substituição de quem quer que seja sempre representou ou uma promoção ou despromoção. No caso vertente houve uma evidente despromoção. A não ser que o ministro esteja a utilizar a lógica moçambicana (?) de transferir esse e àquele quadro quando comete irregularidades ou não faz o tipo. Talvez isso seja de facto gestão de recursos humanos.

Carlos Serra disse...

Falta frontalidade e chamar as coisas pelos seus próprios nomes. Abraço.