Após o sismo social de 5 de Fevereiro, actuando num meio onde o povo guarda ainda a memória viva das explosões de Malhazine e numa cidade que é um concentrado da Nação pois aqui vive gente um pouco de todo o país, a Frelimo, partido no poder, desdobra-se numa ofensiva política rápida, potencialmente destinada a fazer face a possíveis erosões de legitimidade, tanto mais que nos aproximamos das eleições. Eis cinco dos passos indicadores, noticiados pela imprensa oficial:
1. A governadora de Maputo, Rosa da Silva, iniciou uma campanha nas escolas dos bairros periféricos de Maputo, destinada a pedir às crianças que não se deixem instrumentalizar pelos adultos nas manifestações populares.
1. A governadora de Maputo, Rosa da Silva, iniciou uma campanha nas escolas dos bairros periféricos de Maputo, destinada a pedir às crianças que não se deixem instrumentalizar pelos adultos nas manifestações populares.
2. O presidente do Conselho Municipal de Maputo, Eneas Comiche, pôs-se em movimento acelerado e iniciou uma presidência aberta também nos bairros periféricos, aí recordando, inclusive, o seu manifesto eleitoral.
3. Para os bairros periféricos foram igualmente destacadas brigadas do partido.
4. O secretário da Frelimo para a área de Mobilização e Propaganda, Edson Macuácua, fez ontem uma intervenção pedindo aos Moçambicanos que utilizem as instituições do Estado para a resolução de conflitos, evitando a violência social.
5. O presidente da República, Armando Guebuza, afirmou estar preocupado com a subida sistemática do preço do pão, "desafiando o Ministério da Agricultura a intensificar campanhas da produção do trigo para o consumo interno, de forma que o país não seja refém de factores externos."
2 comentários:
Pois é, caldo entornado, caldo revertido.
Além da exclusão económica e social existe a exclusão política: SE NÃO ESTÁS COMIGO ESTÁS CONTRA MIM! O tempo dos discursos vazios e comicios já passou, o povo está maduro, quer inclusão, quer resposta aos seus problemas, quer expressar livremente o que lhe vai na alma. Repito, não só as dificuldades económicas dificultam a vida do cidadão, o facto de no aparelho do estado, empresas públicas etc. "obrigarem " as pessoas a preencherem a ficha de aderencia a um determinado partido, cria desagrado, embaraço.Quem não adere é agente do inimigo, agente da " mão externa".
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