07 agosto 2009

Extractos de um relatório: o preço da oposição (5)

Continuidade da série:
"A oposição activa à FRELIMO está a tornar-se cada vez mais um motivo de exclusão da política, do governo e do desenvolvimento económico. Moçambique tem a sua quota parte nas divisões regionais, com base na fé, género, classe e urbanas - rurais, mas a divisão em termos de partidos políticos agora tem um peso bastante maior. A versão mais obscura de se estar do “lado errado da política” é caracterizada por rumores de que Moçambique está a tornar-se num “Zimbabwe mais suave.”
Neste momento, esta ideia mantém-se como uma caricatura, mas a exclusão pode resultar na:
• Perda de emprego
• Não promoção
• Transferência do local de trabalho
• Perda de um negócio
• Processo legal
• Perda de estágios de formação
• Impossibilidade de viajar se estiver nos negócios estrangeiros
Não acesso a investimentos"

Autores do relatório: Robert J. Groelsema, ARD, Inc.; J. Michael Turner, Professor, Hunter College; Carlos Shenga, Consultor Local
(fim)
Adenda às 16:34 de 9/8/09: no editorial do semanário "Domingo" de hoje, o relatório, afirmado como sendo "da USAID", é considerado péssimo, sem estrutura científica e concebido apenas para denegrir o governo, é um panfleto baseado em preconceitos que "poderia muito bem ser elaborado em torno de uma sessão de copos" (p.2).

7 comentários:

Abdul Karim disse...

O relatorio 'e CLARO.

o MDM deve encara-lo como DESAFIO.

e a FRELIMO tem que saber se 'e mesmo assim que pertende manter-se no PODER.

forte investimento na EDUCACAO DE QUALIDADE, um pouco de espaco( tolerancia) ao MDM e outros partidos, alguma abertura na MEDIA, oportunidades para PRIVADOS crescerem, melhoria nos criterios de distribuicao dos 7 MILHOES, nao partidarizacao, mas PROFISSIONALIZACAO DO ESTADO, eram capazes de fazer DIFERENCA e lancar o pais RUMO 'AO CRESCIMENTO.

ficara a quetao da CREDIBELIDADE para afectuar essas ABERTURAS, pois continua haver um DISCURSO e outra ATITUDE.

essa CONTRADICAO entre o DISCURSO e ATITUDE, 'e a razao pela qual a FRELIMO esta com quebra de POPULARIDADE.

agora ate mais complicado porque ja nao sabemos se somos Socialistas Capitalistas ou Capitalistas Socialistas.

Nao sei se a FRELIMO estara disposta a essas ABERTURAS DEMOCRATICAS, ja que a polica da FRELIMO 'e assumida como a mesma de ha 40 anos.

Anónimo disse...

Li o condesado do artigo em referencia no jornal savana, Me espanta como só agora os doadores internacionais se aperceberam dos tentáculos que eles mesmo alimentaram para crescer desmesuradmente. Na verdade nós temos no pais um simulacro de democracia. " OU ESTÁS CONNOSCO OU ESTÁS CONTRA NÓS " . Nas proximas eleições a Frelimo vai continuar a dominar o espectro politico e é de se prever uma maior exclusão aos que pensam diferente do Edson Macuacua. Que fazer? Bem gostaria de saber!

Foquiço disse...

Bom tarde!

É de recordar um jovem que, num dos nossos bate-papo, indagava assim: para fazer face ao sistema colonial, com vista a recuperar a "terra", os moçambicanos (para o caso de Moçambique) não tiveram facilidades para desenvolver nenhuma acção nem para uma simples reunião... mas nós os jovens de hoje temos muito espaço e facilidades para agir, não obstante, passamos a maior parte do tempo a reclamar; insistia o jovem, se acharmos que existe alguém que, á equiparável ideologia colonialista, queira nos oferecer a sua "bíblia", que sintamos o peso deste grande livro e entendamos que é possível recebê-la mas sem troca-la por "terra"... assim, que imitemos (nos moldes contemporâneos) a forma como os jovens que quizeram haver a "terra" do "cliente esperto", com vista a recuperarmos a "terra" que esteja mal distribuida... enfim, ninguém vai abrir, os interessados devem agir...
Eu acredito que tudo vicia. A riqueza, o Poder... inclusive as desculpas/reclamações/lamentações...
Um dia eu parei pra reparar: é mais difícil ser chefe de uma turma (escola) do que ser chefe de um Departamento, não em como chegar lá, mas sim, em dirigir o seu grupo, pois, por força de lei mas também por medo, não conhecimento dos seus direitos... os subordinados do segundo estão sempre atento a tudo que o chefe disser e executam-no mesmo contra sua vontade e, ás escondidas, reclamam. O mesmo já não acontece com o primeiro; este, primeiro não tem sido ouvido imediatamente, quando ouvido, é imediatamente questionado... porque, na turma não há medo...
A ideia que eu queria deixar é a de que não devemos ter medo do que vier sempre que for justificada a nossa acção, e para tal, é preciso saber o que fazer, quando e como - as nossas escolhas devem ser conscientes e devemos lutar por elas sempre que estas forem nossas escolhas... é racional saboreiar 'peixe com legumes' e dizer que bom e quero repetir se, de facto, havermos escolhido 'peixe com legumes' e gostarmos.

Anónimo disse...

Estes relatórios hão-de se multiplicar agora que nos aproximamos das eleições. são relatórios politicamente motivados. Aparecem sempre que se aproximam eleições.

Bom, sugiro uma coisa que, provavelmente, vai satisfazer a "comunidade internacional". Minha proposta é que a FRELIMO não passe de uma maioria de 51%. Se por algum motivo chegar a 70% ou a 80% deverá diminuir os deputados a mais para o MDM. Talvez estes relatórios parem se a FRELIMO fizer isso.

Esta minha proposta era capaz de ser útil para a integração dos jovens que reclama. Por exemplo, dirigentes que atingem os 50 anos deveriam, voluntariamente, abdicar das funções que desempenham. Em seu lugar dever-se-ia buscar os jovens. De preferência os mais ruidosos.

Esta última proposta dever-se-ia aplicar também na academia. Docentes com mais de 55 anos fora! Em seu lugar, ir buscar recem formados, de preferência os mais ruidosos.

Assim, não haveria que insistir com os jovens para conquistar os seus espaços. As suas quotas estariam garantidas.

Viriato Dias disse...

Excelente comentário o seu, Foquiço. Gostei. Penso que a Frelimo já não tem resposta para os grandes desafios do nosso tempo: eliminação da pobreza, criminalidade, dinheiro sujo, desordem burocrática, problemas ambientais, grandes fraudes fiscais, a malária, a mitigação da SIDA, etc são males que não encontram resposta no executivo de Armando Guebuza. É preocupante, repito, ver gente a MORRER À FOME NO PAÍS. Jamais consigo me resignar a isto. Enfim, e ainda há um outro problema não menos grave -o da hecatombe cerebral a que está sujeito os nossos governantes, com algumas excepções. O antidoto para isto tudo continua sendo, sem dúvida, o MDM.

Um abraço

Anónimo disse...

Em resposta ao primeiro anonimo quero dizer que os doadores não são burros e sabem muito bem como as coisas se fazem aqui e a quem servem os seus dinheiros. Também eles não têm muitas hipoteses, porque a declaração de Paris diz que os "paises devem estar na direcção dos processos" e neste caso quem está na direcção do Governo... tem essa prerrogativa e faz com o dinheiro o que bem entender.

Agora uma mensagem para o professor: Aqui está uma das razões do ANONIMATO. As pessoas estão descontentes e muitas vezes não concordam com a exclusão, mas têm medo de perder o tacho.

Cumprimentos

Reflectindo disse...

Foquiço, continue nas tuas reflexões sobre o nosso Moçambique. É mesmo verdade que o mais difícil é ser dirigente de base que do topo.