03 setembro 2007

Cartografar os capitalistas nacionais


Podemos fazer a história do país de múltiplas formas. Os anúncios publicados na Boletim da República são uma dessas formas. Por exemplo, podemos saber a quem pertencem as empresas do país, quais os seus ramos de actividade, quem são os seus accionistas, etc. Podemos cartografar e periodizar o capitalismo moçambicano. E por veredas como essas, podemos chegar a resultados inesperados ou pouco conhecidos ou nunca previstos. Façam a experiência aqui na base de dados da Pandora Box.

21 comentários:

Salvador Langa disse...

Xamuali - antigos novos futuros governantes estao la, aquilo parece empresa colectiva das macarocas va ver.

JCTivane disse...

Que mal tem sido minha Senhora? Se quer ficar pobre o problema lhe pertence. Tenho dito.

Eugénio Chimbutane disse...

Excelente observação. Mas a questão que se coloca é: Que acções podemos tomar depois desse exercício? Se formos a agir, será que seremos ouvidos? Até porque, eu com um pouco de mais tempo, sou capaz de fazer uma espécie de "investigação forence" a volta do assunto. Mas depois dos resultados ou seja, depois de detectarmos irregularidades, qual seria o passo seguinte?????

Salvador Langa disse...

Mano Eugenio coloca boa questao mas eu penso que sempre vale a pena fazer esta historia para que futuro encha seu papo como galinha enche seu.

Anónimo disse...

mano Tivane tem razao sim. Que povinho sem ambiçao!!! é o capital que faz desenvolver o mundo, até Marx sabia disto...

Salvador Langa disse...

Mano Marx que Deus o tenha em paz ensinou bem como Estado pode ser banco privado por isso mataram Cardoso e se Marx estivesse vivo entao queimavam o pais para o matar mesmo.

Anónimo disse...

conversa de marxistas. tenho dito. O que Marx disse nao é o que os Marxistas dizem e ainda bem por isto reafirmo que Tivane tem razao.
cumprimentos

Eugénio Chimbutane disse...

A outra questão é do património registado em nome de outras pessoas. Ou seja, o nome do cidadão que aparece no Boletim da República (BR) pode não corresponder ao verdadeiro dono do capital investido. Os supostos tubarões que publicam seus nomes nos BRs podem o fazer para disfarçar. Só metem nome naquelas empresas pequenas ou em poucas grandes, para a gente pensar que eles tem, mas só têm aquilo/ às vezes pouco. Portanto, aquilo que sabdemos que eles têm sem fazer esforço, pode ser uma "ponta do iceberg". Eles podem ter muito mais do que a genete imagina. Senhor anónimo, de facto o capital é que gera desenvolvimento. Mas o que interessa é que esse capital tem que ter sido acumulado como resultado de trabalho árduo e honesto, e não fruto de jogos de influências e até mesmo alta corrupção.

Anónimo disse...

Nenhuma revolucao se faz sem lider. E infelizmente em Mocambique anda nao temos o Lider da revolucao. Talvez eu asuma essa posicao no futuro....

Anónimo disse...

Caro Eugenio, mostre apenas um capital que tenha sido acumulado com honestidade e sem jogos de conhecimento. Nem mesmo Patrcio Langa parece convencido da "honestidade" como factor de desenvolvimento do país... por isto

Ja agora donde é que vem a nossa elite? Tiveram alguma herança dos pais. queremos uma elite custe o que custe, nao?Nao somos todos iguais custe o que custe,nao? é preciso assentuar a diferença.

Ha que acumular capital seja ele simbolico ou economico. se forem os dois ainda melhor o que é preciso é acumular o poder; mostrar um país dinamico, de "novos ricos"...

Carlos Serra disse...

Ainda não foi feita nesse país a arqueologia dos processos de acumulação de capital. E o que diz Eugénio é vital.

Anónimo disse...

Mas se admitimos as afirmacões do anónimo e o do Tivane, então não é estranho nem devemos nos preocupar pelos criminosos que duma ou doutra forma, isto é, agora com armas assaltam os bancos? É a todo custo que eles também são ou querem ser ricos?

O mesmo é que não devemos nos preocupar com o médico ou professor a extorquir no hospital ou na escola - O CABRITO COME ONDE ESTÁ AMARRADO. Eles conseguem algo só desta forma e alguns se tornam pequenos empresários, pelo menos.

Reflectindo

Carlos Serra disse...

Os assaltos que refere são uma das formas de acumulação de capital. Não tenha qualquer dúvida.

Eugénio Chimbutane disse...

Agora consegem ver as causas da tamanha desordem que tomou o país no últimos tempos? Grandes disparidades na distribuição de rendimentos. Peter Tosh dizia: I DON´T CARE ABOUT PEACE, BUT EQUAL RIGHTS AND JUSTICE (Não me interessa a PAZ, mas sim Igualdade de direitos, oportunidades e Justiça acima de tudo). Cada um quer enriquecer ou sair da pobreza à sua maneira (visto que faltam políticas claras de redistribuição dos rendimentos). Daí pequena corrupção (na saúde, educação, justiça), grande corrupção (lobies, jogos de interesses, cobranças de comissões, criação de empresas já com vendas garantidas, desvio de fundos, etc...), criminalidade organizada ou não, etc....

Aguiar disse...

Caro Eugenio
Nao sera a disparidade na distribuiçao de rendimentos condiçao necessaria para a produçao de uma elite moçambicana? O problema estara verdadeiramente na distribuiçoa de rendimentos?

Sabe, Caro Eugenio É que faz-me mta confusao, esse mundo idilico onde paira a sombra de um fantasma, produtor de desigualdades sociais, que todos nos amamos, tanto, culpabilizar e responsabilizar...ao mesmo tempo que nos acomodamos à diferença da nossa cadeira social...

Senao vejamos, Caro Eugenio, vamos começar a capitalizar a corrupçao a partir de qdo, da formaçao do País, altura em que os lobies politicos, economico, e jogos de interesse eram, digamos, tacitamente autorizados, no sentido de consolidar o nome das GRANDES FAMILIAS economicas e politicas e outros satelites familiares ou individuuais que gravitavam em torno dessas, mesmas, GRANDES FAMILIAS e que hoje, sao, nao mais do que, a elite moçambicana.

Vamos capitalizar a corrupçao qdo, no periodo socialista, no periodo neo-liberal, na fase de transiçao entre estes dois periodos?

Vamos capitalizar corrupçao onde , nas contas das GRANDES FAMILIAS, na herança colonial, na penumbra dos caminhos, pelos quais andamos, afim de produzirmos os valores contabilisticos (total de investimentos realizados, gastos governamentais, consumo privado, etc) deduzidos no resultado de contas de Moçambique? Enfim Vamos contabiliza-la na historia do “estado fiscal” moçambicano?

Agora,o mais intersssante para mim, como incutir todos estes dados na diminuiçao das desigualdades, na igualdade de opurtunidades e no desenvolvimento do País?

Mais, para que serve tudo isto, para que serve todo este zururu? Se se descobrir que certas familias acumularam capital pela via ilicita, essas familias serao destituidas de seus bens? :)
Serao esses bens repostos nos cofres do Estado moçamicano? Serao estes bens restituidos aos moçambicanos? Quais as medias a serem tomadas para que nao mais haja acumulaçoa ilicita de capital? Enfim quais as medias a serem tomadas para que as premissas da contabilidade nacional moçambicana se tornem transparentes?

Ja agora, inverto a questao que o amigo Eugenio coloca no seu blog e pergunto a construçao de uma elite passa necessariamente pela acumulaçoa intransparente de riqueza?

Saudaçoes cordiais.

Carlos Serra disse...

Temos vários problemas no país, deixem-me ser truístico. Um deles é trivial e seguro: consiste em tomar o Estado como um dado técnico, moralmente mudável, alfo que se pode tratar pela reforma do sector público (por exemplo). Daí o caudal de discursos morais, de ética refinada, o apelo ao debate inteligente, racional, a convicção de que os políticos dependem de nós, etc. É sempre ao mesmo tempo difícil e fácil pegar no Estado e desmontá-lo marxianamente. E a base de dados da Pandora Box é um excepcional instrumento de ajuda. Abraços! Prossigamos!

Salvador Langa disse...

Xamuali precisa comecar contar nomes e empresas que estao la na Pandora. Mas outros nomes nao vao aparecer so aparecem os pisteiros.

JCTivane disse...

Devemos ter a honestidade de reconhecer que os empresarios nacionais lutam para enriquecer a nossa terra. Tenho dito.

Anónimo disse...

Interessante, isto me diz que o errado já começa a vir á superfície... Mas, a meu entender, tudo tem a ver com o facto de continuar-mos a comparar Moçambique, ou até mesmo Africa com o ocidente, se recuarmos na historia de muitos países desenvolvidos, chegaremos facilmente á conclusão que apenas estamos atrasados na nossa evolução económica… o que se está a passar em Moçambique, que se ve a olhos nus, é revoltante e n vale a pena aqui focar, é de conhecimento geral, mas, já aconteceu noutros tempos, noutras monarquias no resto do mundo, infelizmente estamos atrasados um século ou coisa assim... o que me preocupa é q realmente é o que nos irá acontecer com o que vem a seguir, porque a historia tende a repetir-se e as vezes perco-me a pensar qd o povo se irá revoltar em massa para este roubo descarado... enfim... vivendo para ver!
Qt ao Sr. Tivane continua perdido… ou é realmente uma alma ingénua ou vive noutro mundo... ou então é burro mesmo, o que vale é q a maioria começa a ser feita por gente q n teve lavagem ao cerebro. Cumprimentos Sr professor! È sempre um prazer vir visita-lo por aqui.
SF

Anónimo disse...

Ups, peço desculpa pela linguagem agressiva, ando tão saturada de algumas atitudes retrógradas q me excedo, n quero de forma alguma ferir susceptibilidades, troco a palavra burro por otario, sinceramente bastante mais apropriada á situação,...
Cumprimentos, a todos os outros Moçambicanos que falaram muito bem...
SF

Carlos Serra disse...

Cá por mim já me "tivanizei" (credo!) um pouco, aprendi a viver com esse senhor desagradável e petulante.