As resistências ao poder assumem múltiplas formas, como sabeis. E dependem integralmente do poderio da tecnologia política ao serviço das classes dirigentes. Quanto mais forte for o poderio da tecnologia política do Estado, mais o informal, a astúcia, o golpe rápido, a noite, o invisível organizado se tornam as armas de luta, mais a resistência opera nas margens do poder, nos seus interstícios, nas suas costas.
Por exemplo, quando a Frelimo produziu a saga da luta de libertação nacional, fê-lo organizando não um exército convencional para fazer face ao Estado colonial, mas organizando uma guerrilha, destinada a desgastar pouco a pouco a máquina repressiva contrária, o que, diga-se em abono da verdade, conseguiu de forma admirável.
Essa guerrilha exigia uma rigorosa disciplina, um comando permanente, tentacular, uma estratégia sem fim de avanço e recuo, de estocada e sumiço, de atenção contínua ao invisível operacional (para a força inimiga) para o tornar mais visível, mais eficiente, mais penetrante.
A savana insubmissa e guerrilheira venceu a cidade-fortaleza, fez desagregar a alma repressiva do Estado colonial.
Mas deixemos esse passado e entremos no dia 5 de Fevereiro, em Maputo.
Adenda: a qualquer momento posso modificar algo no texto, o que, a suceder, será assinalado por uma cor diferente.
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