Creio que temos de considerar dois tipos de criminalidade: a criminalidade do desenrasca e a criminalidade acumuladora. Na primeira procuramos sobreviver: o pilha-galinhas ou o pilha-celulares de rua é a sua figura dominante. Na criminalidade acumuladora (grandes roubos de arma em punho, tráfico de armas, de drogas e de seres human0s, desvio de dinheiro) o princípio é muito diferente: consiste em acumular capital e em investi-lo depois em múltiplas formas branqueadoras.
A criminalidade acumuladora generaliza-se e intensifica-se no país. A frase-feita aqui é agora "crime organizado". Algo que vários acreditam poder ser tecnicamente tratado e analizado, algo espúrio às relações sociais e aos processos capitalistas de acumulação.
Mas há coisas mais exemplarmente profundas, falo dos magos do verbo encantatório (et pour cause), os analistas dos textos-sedativos, que entendem que, afinal, a criminalidade não tem a ver nada com a criminalidade. Esses magos são especialmente incomodados com a exclusão social, que tendem a atribuir ao malabarismo de algum xicuembo de Marx ou à exaltação dos marxistas. Para eles a criminalidade tem a ver, sim, com as mónadas leibnizianas. As causas da criminalidade estão nas enteléquias.
3 comentários:
Apenas para referenciar que parece estar a existir uma tendencia global para o crescimento do crime violento. Vejo ha dias exemplos de assaltos frequentes em Portugal e Tanzania. Similares aos que estao a ocorrer em Maputo.
Creio ser algo interessante e que vale a pena olhar a fundo.Alias, estou fazendo nos ultimos dias, nao numa perspectiva sociologica, mas numa perspectiva "cidadanica" se me permitem dizer esta besteira.
PP
Besteira nada! Se achar bem, mande para aqui o que está a estudar. Aceita?
Negocio feito...Sem perguntas.
PP
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