Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
07 setembro 2007
Judith e a sacarose
Interrogada em Maputo por um jornalista do "Savana" sobre o futuro das ciências sociais, a socióloga Judith Head, da Universidade do Cabo, afirmou que existe uma ideologia das ciências sociais que nega a realidade social e sustenta que é tudo uma questão de como a vemos, de como a conceptualizamos (edição de 07/09/07, p. 17). Sem dúvida que Judith - que trabalhou no nosso Centro de Estudos Africanos no início dos anos 80 - identifica um problema importante: a do idealismo neo-kantiano pós-socialista que, hipervalorizando a visão de uma certa sociologia americana (em especial do interaccionismo simbólico da Escola de Chicago) e retomando a neutralidade axiológica de Max Weber, é fortemente defensora de um modelo de cientista politicamente neutral. O Capital ama esta gente fina (aqui também a temos), amante da sacarose epistemológica, dos diálogos racionais e das análises não-tomo-partido.
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