Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
07 maio 2006
Marrabentanizemo-nos!
Houve uma época, remota já, na qual se discutiu muito sobre a origem da bela marrabenta. É o ritmo estrangeiro? Ou moçambicano?
Creio que hoje ainda se discute isso.
Estamos, aí como em outras coisas, confrontados com a angustiante questão das origens, da matriz placentária das coisas, da busca desenfreada da substância única, da identidade unívoca.
E se a nossa bela marrabenta fosse, o que certamente é, a diagonal de uma mestiçagem? Um produto das minas sul-africanas e das terras pastorais de Gaza?
Sabeis, já os pitagóricos adoravam o Uno indivisível, a igualdade perfeita consigo própria, a mónada irredutível. Que risco é a indeterminação, a alteridade!
Escutai, ó gentes do Uno: marrabentanizemo-nos, deixemos os pitagorismos locais, dancemos, meneemos as ancas livremente, cantemos com Dilon Ndjindji (foto acima), eventualmente o pai da marrabenta, hoje com 80 anos. Ou foi, antes, Pfani Mpfumo? Ou foram vários? Olhem: aberta a picada, alguém se lembra de quem a abriu?
E, com Abílio Mandlaze, lamentavelmente falecido, digamos, em passe de marrabenta: Juro palavra d’honra, sinceramente vou morrer assim!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
concordo plenamente
Obrigado, Langa, irei corrigir!
Enviar um comentário