Na Beira, as pessoas oriundas de Manica são consideradas como grandes produtoras de feitiçaria.
No que concerne a esse fenómeno, os Mandau são especialmente havidos como os reis do mvukwa (capacidade de lesar outrém com o feitiço).
No prisma de residentes de Tete oriundos de outras províncias, os Manhungwe são considerados como "trabalhadores, mas ladrões", "gente tapada", etc.
Os estereótipos cobrem, ainda, outros campos, designadamente o asseio, o roubo e o emprego como serviçal doméstico.
Assim, os Zambezianos em geral, os Maquilimane ou Machuabo em particular e os da Maganja da Costa ainda mais em particular, são invariavelmente considerados como ladrões, criminosos, vendedores de peças roubadas (em particular, peças de automóveis), etc. Mas, também, como empregados domésticos por excelência.
Os Massena são considerados anarquistas, porcos e confusos, enquanto os Mandau são considerados ora como civilizados e conservadores, ora como "esquisitos" por, segundo um testemunho, comerem gatos, crocodilos e corvos.[*]
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[*]Extraído dos diários de campo de dois investigadores meus.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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