Temos expressões e palavras na nossa terra que são simplesmente exuberantes.
Vou dar cinco exemplos.
O “pouco mais” entrou bem no nosso vocabulário das contas do dia-a-dia. Assim, dizemos “um pouco mais de um milhão de dólares” ou “um pouco mais de 30 milhões de dólares”. Na rádio, na Assembleia da República, na rua, essa deliciosa expressão disfarça o peso da quantia, dá-lhe um ar de coisa pouca.
A “problemática” é uma palavra que está, ela também, em todo o lado: a problemática da água, a problemática do HIV/SIDA, a problemática dos buracos nas estradas e por aí fora.
Temos, ainda, o “prontos”, de um encanto irresistível. “Prontos, foi assim!”. Por outras palavras: já concluímos antes de começar algo.
A seguir vem o “precioso líquido”. Não dizemos que a água falta, dizemos, antes, que falta o precioso líquido.
Resta-nos finalmente as campanhas de educação “cívica”, que muitos de nós, certamente porque elas são raras, sazonais e de grande pressão conjuntural especialmente na altura das eleições , transformamos, gaiatamente, nos noticiários, no lufa-lufa, em campanhas de educação “física” (sic).
N.S. Seria interessante ouvir, aqui, a opinião da Fátima Ribeiro.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
2 comentários:
pergunta: "Então, como vais, tudo bem?"
resposta: "Tudo!"
Moçambique é maningue nice...
Sim, é verdade. Obrigado.
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