Num comício, um estudante, Nkana Saíde, dirigiu-se assim ao presidente Guebuza quando este visitou há dias Nangade, em Cabo Delgado:
“Todos os dias quando regresso da escola vejo camiões-cavalo levando madeira para o porto de Pemba, para ser exportada. Mas, senhor Presidente, aqui mesmo, na nossa cidade, quase todas as escolas não têm carteiras, os alunos sentam-se no chão, afinal esta riqueza é para quem?”
E acrescentou assim o Bula-Bula do semanário “Domingo”, na última página da sua edição de hoje:
“Nkana Saíde certamente não sabe que a madeira, em Pemba, é como o petróleo nos países africanos que o produzem. As populações vivem na miséria, enquanto o petróleo é vendido a preços altíssimos. O dinheiro vai parar nos bolsos dos dirigentes das multinacionais conluiados com os dirigentes nacionais e o povo que se lixe. É assim, caro Nkana Saíde.”
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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