"A reconstrução do país, reconciliação nacional e reforma agrária foram as prioridades estabelecidas para os próximos tempos pelo líder da oposição, e agora primeiro-ministro indigitado, Raila Odinga (na foto à esquerda)" - eis o que noticia a BBC hoje. Na foto, da BBC, Odinga, à esquerda, é cumprimentado pelo ex-secretário-geral das Nações Unidas (1997/2006), Kofi Annan, negociador da paz, estando o presidente Kibaki ao centro.
Comentário: Aqui está o epílogo aparente de uma parte do processo de paz política no Quénia: a partilha de poder, um governo de coligação. Eleições marcadas por irregularidades, protesto da oposição, manifestações populares, centenas de mortes, milhares de refugiados. Agora, a partilha do poder, com tudo o que isso representa de recursos de poder a nível dos postos governamentais. Tenho para mim que o Quénia representará, doravante, o protocolo de um efeito político mimético que - prevejo - repercutirá na cena política africana.
Comentário: Aqui está o epílogo aparente de uma parte do processo de paz política no Quénia: a partilha de poder, um governo de coligação. Eleições marcadas por irregularidades, protesto da oposição, manifestações populares, centenas de mortes, milhares de refugiados. Agora, a partilha do poder, com tudo o que isso representa de recursos de poder a nível dos postos governamentais. Tenho para mim que o Quénia representará, doravante, o protocolo de um efeito político mimético que - prevejo - repercutirá na cena política africana.
4 comentários:
Diz e prevê muito bem, Professor.
Não fossem os camaleões essencialmente Africanos, agora no bom sentido, claro está.
Os segredos da vida política talvez sejam, afinal, sensamente simples, ainda que os efeitos sejam, frequentemente, severos.
Essa medida resolvera o problema de violencia no Quenia, mas no computo geral, e' uma medida catastrofica. Enquanto Africa continuar a ter governos ilegitimos, dificilmente sairemos desta condicao miseravel que nos assola. Os governos tem que ser eleitos de acordo com o seu desempenho. Apesar das altas taxas de analfabetismo em varios paises africanos, os seus povos percebem bem isso de "desempenho" dos seus governantes. Se estes estivessem efectivamente a "dar o litro" pela melhoria das condicoes de vida dos seus povos, nao precisariam de partidarizar as CNE's e consequentemente, efectuar fraudes eleitorais. Este e' um cancro q ao ser combatido criara uma Africa nova e prospera!!
O que se passou no Quénia mostra bem a fragilidade de manter um compromisso com a transparência processual das eleições. Face a um sismo social grave, faz-se um arranjo no topo e encaixa-se no acesso aos recursos de poder uma faixa de candidatos. Mas, tal como escrevi, é apenas uma parte dos problemas que se se procurou resolver.
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