15 setembro 2007

Biocombustíveis: a nova moda moçambicana

"(....) promover uma cura pior que a doença que tentam tratar" (Relatório da OCDE)
Após o festival de encómios à jatropha (cujos deméritos parecem ser grandes) e, bem à medida política da terra, ao seu milenarista papel na luta contra a pobreza absoluta, embarcámos alegre e decididamente na moda dos biocombustíveis, moda consolidada desde a visita do presidente Guebuza ao Brasil. Ninguém internamente discutiu a sua oportunidade. Como sempre, o Estado não abriu nenhum debate público. Tal como o não abriu para a Mozal.
Internamente, o jornalista Jeremias Langa do "O País" é o primeiro a colocar de frente o problema e a mostrar reservas.
Agora é a minha vez de aqui lançar o repto: a necessidade de discutirmos seriamente as implicações de biocombustilizarmos o país.
_____________________
Foto da RFI.

13 comentários:

mozinovador disse...

Eu agora gostaria de ver a cara dos nossos Governantes e a escumalha de deputados da FRELIMO. Lembro-me que a RENAMO se bateu tanto da assembleia da Republica sobre esta questao.

Mas como sempre, prevaleceu a arrogancia, a ignorancia..e a estupidancia (!!!).

O tempo se encarrega de tudo, mas por vezes depois dos males terem sido consumados.

Salvador Langa disse...

Sabe mano mozinoivador nesta terra quem pensa diferente pensa mal vc sabia? Pensar diferente sempre igual a pensar de desestabilização dizem muzungos e muzungas lá em cima na casa do milho.

mozinovador disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
mozinovador disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Carlos Serra disse...

Bem, por aqui o acesso não tem tido problemas...Deve ser temporário no que concerne ao seu provedor.

Anónimo disse...

Caro amigo,

Belo blog você tem por aqui!

De fato, a questão dos biocombustíveis não estão ainda bem esclarecidas. Nem no Brasil. Podem ser tanto porta para uma nova relação com os combustíveis, como a repetição de velhas dominações...

um abraço,

Carlos Serra disse...

De novos estragos tb...No Brasil não são já poucas as vozes que questionam a prática. Obrigado pelo comentário e pela visita.

Anónimo disse...

Infelizmente mais uma vez o governo do batuque e macaroca avanca para um projecto sem ter de alguma forma discutido o assunto internamente. Nao sei se a decisao de avancar para a producao em escala de biocombustiveis esta' suportarda por algum estudo cientifico. No meu entender, trata-se de mais uma aventura dos nossos governantes. Se nem para o milho de Morrumbala, feijao de Lioma ou Batata reno de Tsangano conseguimos tirarar algum proveito, sera que o faremos com os tais biocombustiveis? quem estara por detras deste grande movimento? tenho alguns receios nomeadamente: 1. que mocambique nao seja apenas pais produtor de biocombustiveis e o tacho das exportacoes fiquem no bolso dos tais parceiros estrategicos; 2. que a fraca producao de cereias e outros produtos fique fortemente afectada pela producao de materia prima para os biocombustiveis; 3. a super utilizcao de fertilizantes inorganicos, pesticidas afecte drasticamente os diferentes ecossistemas, qualidade dos solos e agua. E' pena que nao temos o estudo em mao para melhor percebermos o que pensam os governantes do improviso

Carlos Serra disse...

Há vários alertas nesse sentido.

JAIME disse...

Apoiado !
Há que discutir com a sociedade moçambicana !
Se traz alguns benefícios sua utilização, também existem muitas críticas e apontam-se inúmeras desvantagens.
Questões sociais não se resolvem com soluções imediatistas, de procedêcia populista e que poderão trazer danos irreparáveis ao meio ambiente.

Carlos Serra disse...

Justamente!

mozinovador disse...

Postei no meu Blogue uma resposta ao Langa e as questao que ele coloca.

Carlos Serra disse...

Excelente!