13 dezembro 2007

Auto-estimemo-nos com o maior hospital privado do país

Se estamos na cauda do desenvolvimento humano, estamos, porém, certamente, no topo do desenvolvimento privado. Assim, iniciam-se hoje as obras do maior hospital privado de Moçambique, com capacidade para 120 camas. Segundo o "O Paísonline", terá "três Blocos Operatórios, Medicina, Maternidade, Obstetrícia, Pediatria, Ginecologia, Ortopedia, Cirurgia, Radiografia e Patologia, Cuidados Intensivos, blocos de consultas médicas, Farmácias, Morgue, serviços auxiliares e parque de estacionamento com capacidade para cerca de uma centena de viaturas."
Vamos a ver se alguém nos diz quem são os meritórios accionistas.
A vida não precisa de muitas coisas, basta apenas uma: a auto-estima. Mas, claro, há uns que auto-estimam mais do que outros.

2 comentários:

AGRY disse...

Ia escrever mas , de repente, saltou-me o Delgado.
Ei-lo:
"Não, África não é dos africanos, defender tal absurdo é condenar todo um povo a uma vida de fome e miséria, de fuga à guerra e à doença, que em África não mói, mata mesmo. África é nossa, tem que ser nossa, de todos quantos acreditam na tal possibilidade de um outro mundo, e que lutam por isso neste mundo real e não em proclamações retóricas que nada solucionam e apenas servem para aliviar consciências. Debater África e os seus problemas e contradições, ajudar os africanos à emancipação, não apenas do neo-colonialismo mas também, talvez principalmente, dos seus demónios internos, é o que muitos de nós, nascidos em África e atirados por esse mundo fora, esperamos dos europeus de quem somos camaradas e amigos, mas de quem esperamos um dia despedir-nos de regresso à terra natal, finalmente em paz".

E que ninguém se esqueça da solidariedade internacionalista quando, findas a cimeira e a contra-cimeira, os déspotas entrarem nos seus jactos de regresso às minas, de onde extrairão mais uns milhões para ajudar a manter o nosso estilo de vida e os nossos governantes democratas.

João Delgado in Net-esquerda

Carlos Serra disse...

Coisas da vida, coisas das almas privatizadas. Abraço.