O governador de Inhambane está preocupado com o saque da nossa madeira e com o perigo da "desmatação total" em Inhambane: "Num encontro com exploradores de madeira na província, administradores distritais e fiscais dos serviços provinciais de Florestas e Fauna Bravia na província para discutir e aprovar um pacote de medidas adicionais para corrigir a situação de corte de madeiras, bem como de estacas de várias espécies, o dirigente de Inhambane alertou que a província está a correr o risco de registar um desastre ecológico, que é ficar sem floresta principalmente por ausência de iniciativas concretas para a reposição das espécies."
A vida é sempre uma coisa muito curiosa. Na verdade, quando o ano passado aqui comecei uma campanha - escrevendo, inclusive, uma carta para o presidente da República - denunciando o saque impedioso da nossa madeira, mosqueteiros de vários azimutes atacaram-me pelos mais variados meios e das mais variadas maneiras. Chegaram a dizer que eu e outros estávamos ao serviço de obscuros interesses estrangeiros em troco de dólares ou euros, tal com escreveu o jornalista Lázaro Mabunda. Houve, até, vejam lá, algumas académicas cabeças cheias de hermenêutica sapiência que discutiram longamente o sexo madeireiro dos anjos dizendo que não havia desmatação, que tudo se resumia a coisas "aludidas". E certos técnicos apareceram e ainda aparecem, inabaláveis, na imprensa, a atribuir às "queimadas descontroladas" e à irresponsabilidade campesina o grosso do que se está a passar.
Agora até um governador diz o que qualquer um de nós sabe há muito. Basta sobrevoarmos de avião algumas das províncias para nos apercebermos do que se está a passar.
Volto ao aviso: se não tivermos cuidado, dentro de dez, quinze anos, teremos uma situação dramática no país.
3 comentários:
Se são chineses, japoneses, europeus tirando a madeira isso pouco me importa. Me importa o facto de se estar a tirar indiscriminadamente e com nenhum benefício para o "povo Moçambicano". Um ancião lá para as matas de Luala na Zambézia me puxou as orelhas em Setembro de 2005..." os teus netos não terão madeira para portas de suas casas" Tinha razão! Penso que até os meus filhos já sentirão a escassês....
Esse ancião tem razão, Nelson. Eu conheço bem a Zambézia...
10 anos e muito tempo a velocidade que as coisas estao a andar, ja vi alguns confundirem qualidade de vida com derrube de mato e construcao de cidades, shoping centres junto.
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