10 junho 2008

Rombação

Uma nova auditoria vai ser feita ao Instituto Nacional de Segurança Social, lá onde, segundo o "Notícias", se verificou um rombo de oito milhões de dólares. Na verdade, o jornal voltou a escrever rombo e não roubo.
Rombar fica definitivamente na praça linguística.

6 comentários:

Anónimo disse...

O que anda errado neste país?(mesmo a propósito do rombo)

O que anda errado neste país são as pessoas que nela vivem e não o País. Este país, sempre esteve no mesmo sítio, acreditem. No mesmo sítio quando foi pilhado pelas naus, no mesmo sítio quando Caim e Abel subverteram a ordem e agora no mesmo sítio quando pilhado pelos seus.
Portanto, este país nunca andou errado, pelo contrário, não anda e se o tenta fazer é para trás. Não haverá aqui contradição. Se o país não anda como é que meia volta anda para trás?
Bom se entendermos que atrás é que o caminho este país anda, agora se a frente é que é o caminho não anda mesmo.
Este pais não cria revolta, porque já é revolta em si. Sim, não tarda que exploda e transborde de todos os lados. Se subida do preço de chapa foi um aviso? E desde quando o povo avisa? Desde quando o povo pensa, para avisar? Desde quando o povo tem vontade? Desde quando este país foi do povo?
Um certo Marechal disse para consigo mesmo um dia a seus presumíveis sequazes que “temos de ser primeiros nos sacrifícios e últimos nos benefícios”? o quê? E ele insistia ouviram?...ouviram?....ouviram?, de tanta insistência tiveram que responder sim, verdade é que ninguém ouviu.
Este recordou-me Jesus, pregando no deserto.
Este país nunca se importou com a guerra, porque tal guerra nuca matou seus filhos. E talvez me pergunte quem são os filhos deste país? Alguns, menos o povo, não se esqueçam, quando o povo morre, é seu destino, alguns é que não devem morrer.
O povo passa, há de sempre passar, mas repare, este país estará sempre no mesmo sítio, este país, que nunca foi meu, mas habito nele. Este país que me nega ser eu, e nega mesmo, este país que estereotipa e como o sabe fazer tão bem, este país que me exclui.
Uma vez, certas perdizes reclamaram e se ausentaram da dita casa do povo e alguns disseram que não estamos preocupados com os ausentes, mas sim com os presentes.
Meia volta tocaram apitos, batuques dançaram e espernearam. Mas não sabiam que papel na verdade faziam. Há quem diz que já discutem, mas o quê, como? Com quem?
Discutem das razões do povo ou da falta de dinheiro, porque se for por causa deste último problema que o perguntem ao outro; o tal negociador mor que agora, só fala para nos lembramos que existe.
Se este país é culpado pela minha desgraça? Nada, nunca foi porque já tive o meu tempo de laissez faire e nada fiz, e se agora o mote é combater este espírito que não sabemos se é shona ndau, sena shangana, mas verdade é que, é espírito e parece que deve a todo custo ser combatido!?
Esta de combater os espíritos meu avó já avisava, cuidado meu filho os espíritos não se combatem porque invisíveis e mais, são completamente vingativos.
E este vigoroso apelo veio com um novo condimento, que diz que a pobreza é das nossas mentes, pudera!
É pobre o empobrecido? É rico quem empobrece o outro para enriquecer? Nada, até em certos institutos de uma lei que nunca dominarei fala se de enriquecimento sem causa....mas ai está, quem enriquece as custas de quem? Quem aproveita a inércia de quem?
Neste país dorme-se em sono letárgico, porque quando pensamos que matamos o tirano que gritava l´etat cest moi, mentimos e como mentimos. Neste país, quando vamos acordar do sono e erguermo-nos? O que anda errado neste país somos nós que não acordamos, nós que dormimos e quando despertamos é somente para nos espreguiçarmos e voltamos, com vontade de dormir mais décadas de atraso.
Este pais nunca foi errante, errante somos nós que por conta própria sempre tocamos a mesma sanfona, mas pudera, como se pudéssemos mudar e mudar para qual?
E esta agora de criarmos problemas, rompermos com os mesmos e sem os resolver para depois ensaiarmos uma volta com consultores como se tivéssemos descoberto o remédio para a peste, é justo?
Mas desde quando preocupou a justiça neste pais? Quem procura a justiça o povo ou o cidadão e qual a fronteira entre um e outro. E se as togas carregam no seu preto o luto dos oprimidos e injustiçados pela justiça valerá a pena vergá-las? Envergonhemo-nos em conjunto e saiamos desse sono letárgico, caminhemos como irmãos uma única vez e digamos: nós é que estamos errados!
Porque acreditem, irmãos acreditem este país, tem quem pense nele, este país tem filhos que se preocupam com o mesmo, este país tem a quem tire o sono, este país este projecto de país é possível um dia.
Nunca quis outro profeta que aceitasse carregar os fados de outros, nunca procurei neste país senão aquele aceno que sei poder dar-me, nunca estive errado, da minha pretensão, pois mesmo que este não me queira e me exclua bem como o sabe fazer, este país é meu!
Mesmo que a Banca colorida nos seus front officers, me afaste à migalha das minhas quinhentas e pigmentação indesejada, mesmo que os vermes e abutres munidos de cacetete e cadeados que fecham e nunca abrem me engulam, mesmo que a minha pena nunca mais risque, estarei aqui, pronto para deitar fora este discurso, pelo meu país, porque meu!
Este é o começo do que pretendo dizer, o que me vai pela alma ainda será dito e em mesmas palavras magras qual meu salário. Em gélidas falas, do sempre inverno que é a minha vida, do frio chão onde me deito todas as noites, qual lápide dos meus idos precocemente pela ganância e avidez destes capitalistas que trucidam a luz do dia, destes capitalistas que procuram onde nunca encontrei, destes abutres que esperam a minha morte para debicarem o já inexistente!
Pátria que me pariu, eu é que sou errado sim. Eu é que não ando, eu é que nunca acordo, mesmo quando hipotecam o país a fundos e latifúndios de ontem, mesmo quando sei onde anda a verdade e me acobardo, porque tenho de sobreviver, mesmo que as minhas manas comercializem o pouco pudor que me resta na próxima esquina, mesma que a minha honra seja atirada no meio da estrada diariamente pelo malcriado cobrador, mesmo que......
Este país é meu, porque independência ou morte....vencerei, vencerei, vencerei!
Amosse Macamo

Unknown disse...

"Incrível é que, após mais de cem anos, ainda nos encontremos tão desamparados, inertes, e submetidos aos caprichos da ruina moral dos poderes governantes, que vampirizam o erário, aniquilam as instituições, e deixam aos cidadãos os ossos roídos e o direito ao silêncio; porque a palavra, há muito se tornou inútil..."

- até quando???
Disse Maiakovski


Passaram-se alguns anos..., Gabriel O Pensador, perguntou "...até quando vamos levar porrada, até quando vamos dar murro em ponta de faca?"

Anónimo disse...

Professor viu como os nossos jornalistas são ridiculos, só o termo usado para o assunto percebe-se que muitos jornalistas não sabem o sentido da palavras.
Rombo está relacionado a abertura provocada por colisão ou arrombamento.

Mas, aqui o assunto é desvio ou seja uso indevido de dinheiro em benefício de chefes, isto não é rombo.
Professor eu até fico pensando como moçambique vai desenvolver com esse tipo de gente que distorce informações de utilidade pública.
Então neste assunto a palavra rombo esta no sentido figurado.

Carlos Serra disse...

Hum...Muitos textos aqui! Escrevi algo sobre o "rombo", de novo, vejam mais acima.

Sensualidades disse...

quanto mais se conhece mais se quer

Anónimo disse...

Pode-se utilizar rombo (fig.) no sentido de desfalque, prejuízo, roubo.
Neste caso está certo.