É sempre fascinante (e eventualmente natural) avaliarmos as coisas da vida e depois dizermos que elas tiveram aspectos maus e bons. Por exemplo, sobre o 25 de Junho, dia e mês da nossa independência em 1975, ontem assinalada. Nem todos nós conseguimos pensar no sistema social que em nós produz os conceitos de bom e de mau, regra geral esse sistema obnibula a compreensão dos seus fundamentos. Todavia, no editorial do semanário "Savana" desta semana decidiu-se ir um pouco mais fundo na avaliação do 25 de Junho, decidiu-se ir para além do bom e do mau, decidiu-se reflectir sobre o sistema. Permitam-me reproduzir, dele, o seguinte: "O poder político nessas circunstâncias vira uma fonte de acumulação (ilícita) de riqueza, uma plataforma de negociação de contratos empresariais e de acumulação de negócios pessoais em torno dos quais gravita uma pequena minoria de acólitos, amigos e familiares. É quando o poder se torna pessoal, distribuído na forma de delegacia a um grupo de aparitches cuja missão é criar um semblante de governabilidade, o resultado é que os benefícios da independência nunca se fazem sentir entre os menos fortes e influentes da sociedade. É neste ambiente de prosperidade ilusória que prolifera o discurso da retórica vazia, retomado, repetido e ampliado pelos elementos da corte por quantas vezes for necessário para fazer passar a falsa ideia de que se está a trabalhar para o povo, que entretanto vai sobrevivendo na sua condição de indigência absoluta. Este é o protótipo de um Estado tipicamente falhado". Importe e leia o texto completo aqui.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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1 comentário:
Mocambique hoje lembra a Nigeria no inicio nos finais da decada 60 inicios da decada 70, vejam como esta hoje a Nigeria, com muitos recursos mas por causa da ma redistribuicao o povo frustrado e desavindo rebenta oleodutos de petroleo e faz refens, para a producao, mata gente e morre gente nas explosoes de oleodutos, tentanto roubar petroleo bruto que passa pelos mesmos. Leiam a Flecha de Deus de Chinua Achebe. Vejam o Brasil, mesmo com carros blindados os ricos sao assaltados, criou-se Estados dentro de um Estado, o PCC e disso um dos exemplos mais visiveis. Que os politicos entendam que nao foi Deus coisa alguma que os deixa estar no poder, enquanto ainda e tempo.
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