Segundo a BBC, o candidato do MDC, Morgan Tsvangirai, afirmou que não participará nas eleições presidenciais no Zimbabwe, marcadas para o dia 27, sexta-feira. Pediu ainda à comunidade internacional para evitar o que chamou “genocídio”. Confira aqui. Sirva-se deste tradutor se quer ler em português. Foi Ricardo, meu correspondente em Paris, quem mandou a referência.
1.ª adenda às 17:45: creio que a situação política pode precipitar-se e agravar-se muito rapidamente no Zimbabwe.
2. ª adenda às 17:52: a primeira volta das eleições mostrou que Tsvangirai era claramente o novo presidente do Zimbabwe. Ao afastar-se agora da segunda volta, o ex-líder trabalhista, sistematicamente diabolizado por Mugabe e seus pares, dá três passos políticos importantes: primeiro, assume, homologa pelo seu gesto, o que muitos observadores nacionais e internacionais – incluindo, cada vez mais, líderes regionais – têem dito: que as eleições do dia 25 serão uma farsa; segundo, oferece a indicação de que, afastando-se da corrida presidencial, poupa o povo zimbabweano a mais violência por parte do partido de Mugabe; terceiro, deixa Robert Mugabe ainda mais visivelmente isolado, sozinho no palco. Vamos, agora, ver o que vai passar-se.
5 comentários:
Postura muito inteligente.
A bola ficou no lado do regime mugabiano, que por seu turno, continua na táctica da fuga em frente.
E os líderes regionais vão ter que explicar, nas instâncias internacionais, porquê que a democracia não funciona na região.
Difícil…
Mugabe is a disgrace to the whole African continent. Shame and responsibility fall on President Mbeki, President Guebuza and President Pohamba.
Claro, esses dirigentes regionais vão ter que explicar por que a famosa democracia não funciona na Palestina, no Sudão, no Butão, no Paquistão, no Rwanda, no Burundi, na Somália, na antiga Jugoslávia (onde apesar de eleições regulares, há lá ainda muita confusão), em alguns países da ex URSS, nos Estados Unidos onde se desrespeitam flagrantemente os direitos humanos (é só lembrar a pena de morte e Guantánamo)...
Prevejo, realmente, grandes dificuldades para os líderes regionais. Deveriam ter invadido o Zimbabwe, com os seus exércitos e, de lá, remover o ditador. Agora que não o fizeram vão ter que se ajoelhar a dar penosas justificações aos líderes mundiais. Suponho que serão chamados para a próxima cimeira do G8 para, de forma contricta, darem explicações convicentes. Tenho muita pena dos dirigentes regionais.
Seria, de toda a forma, interessante verificar o que mudou no Zimbabwe para, a dois dias das eleições, o candidato da oposição decidir abandonar o processo. A sugestão de que o faz por pena do sofrimento do povo não convence. Afinal esse povo não vem sofrendo as agressões de Mugabe ao longo dos últimos meses do processo eleitoral? A imprensa internacional não vem reportando verdadeiros massacres desde essa altura? Porque é que o Santo Tsvanguirai não abandonou o processo logo que Mugabe começou a assassinar o seu querido povo? E vem faze-lo justamente dois dias antes das eleições? Depois de muito povo ter sido massacrado?
Alguém está a brincar com a nossa inteligência. Creio que seria interessante examinar o contexto político actual do Zimbabwe, incluindo as sondagens. O que é que esse contexto diz?
Obed L. Khan
Obed L. Khan
Com democracia em Mocambique houve massacre de Montepuez, tens razão, Obed.
No Zimbabwe Mugabe quer continuar a massacrar os que não o elegeram nos próximos 8 anos e em nome de eleicões falsas.
Nao brinquemos com inteligência de ninguém.
...O QUE SE PEDIA EM RELAÇÃO AOS LÍDERES DOS PAÍSES VIZINHOS NÃO ERA NADA DE FORA DO NORMAL....
ERA APENAS QUE MOVESSEM AS SUAS INFLUÊNCIAS NO SENTIDO DA LEGALIDADE,DO TENTAR AJUDAR O ZIMBABWE A ENCONTRAR UMA SOLUÇÃO JUSTA,LEGAL E VERDADEIRA!!!!
...mas o silêncio comprometido, semanas a fio ,até este infeliz desenlace é que é preocupante e lamentável....
deixemo-nos de subtilezas e sejamos adultos....
O PODER CORROMPE,E MUITO MAIS QUANDO AS CONDIÇÕES PROPICIAM UM PODER ETERNO!!!!
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