19 junho 2008

Mbeki pediu cancelamento das eleições no Zimbabwe a a formação de um GUN

O presidente sul-africano, Thabo Mbeki, pediu o cancelamento da segunda volta das presidenciais no Zimbabwe e a criação de um governo de unidade nacional (Rádio Moçambique, noticiário das 18 horas). Leia igualmente aqui. E leia ou recorde aqui.
Observação: aqui está uma notícia surpreendente, o timoneiro da diplomacia silenciosa passa, de repente, à diplomacia ruidosa. Ou não? E aqui está uma fórmula elegante destinada a manter no poder a actual elite governativa. Ou não? E, já agora, aqui está também mais um indicador de que as eleições - enquanto regulador da disputa política - podem estar em falência na epistemologia da democracia africana. Ou não?
1.ª adenda às 19:15: já implementada no Quénia, a fórmula gunista surge agora, proposta para o Zimbabwe (já tinha surgido em artigo de opinião no jornal governamental zimbabweano The Herald), em força, do lado de onde menos eu esperava: do presidente Thabo Mbeki. Temos, assim, um itinerário apaixonante cujo saldo iremos nós certamente avaliar em Moçambique, quando chegar a nossa altura eleitoral. E, já agora, recordo que Máximo Dias, do falecido partido Monamo, aqui da nossa terra, já fez uso - em livro - da fórmula gunista, mas com outras palavras, chamando-lhe pacto de regime. O que acham?
2.ª adenda às 18:19: confira o que os observadores eleitorais africanos estão a sentir no Zimbabwe.

9 comentários:

Anónimo disse...

Tens razâo, Carlos. Isto é mais uma afronta. A falênica total do pensamento democrático.
Porque não garantir eleições livres e justas?

Jonathan McCharty disse...

A proliferacao desta pratica so' prova que o lider africano esta' apenas preocupado com os seus interesses, com os seus umbigos!
Mas nao vejo a falencia da democracia africana! Vejo sim, a falencia dos regimes q lutaram pela independencia e, fundamentalmente, que eles proprios ja' notaram que os seus povos, deles ja' estao saturados! Esses sao os ultimos cartuchos desses regimes! Isso e' encorajador e nao tenham duvidas q, em 10 anos, as coisas serao "muito outras"!

Carlos Serra disse...

Prossigamos o debate...Acabei de colocar uma adenda.

Anónimo disse...

Entao para que farcas de eleicoes?

Nelson disse...

ALGUNS QUESTIONAMENTOS:

-De quem foi a ideia do GUN?

-Se não estão criadas as condições para eleições livres e justas a quem se deve atribuir a culpa?

-Se Mugabe estão tão certo em uma vitoria esmagadora como seus "capangas" disseram aceitaria ele o cancelamento das eleições?

-Tem Mugabe humildade suficiente para "negociar" com Tsvangirai?

-Oque os camaradas da regiao dizem?

-Como fica a vontade do povo?

-A se formar o tal GUN quem manda em quem?

-...

Reflectindo disse...

Porquê não houve algum GUN no Zimbabwe desde 2002?

Foi a maioria dos Zimbabweanos a pedir um GUM?

Nelson disse...

-Porque não metemos os "MAUS" do ocidente na historia dessa vez?
-Tudo isso para Mugabe não sair do poder?
-Se vamos ao GUN o vencedor da primeira volta que chefie o GUN.
-Cancelemos todas as eleições e fiquemos com GUN's.

umBhalane disse...

"...o passado das sociedades africanas está repleto de uma organização harmoniosa, na qual a democracia colegial, participativa e transversal era uma constante"

in Felix Gorane, Espírito do deixa falar

Não haverá uma nova via de encarar o pensamento governativo, em construção, é certo, como no Zimbabwe, e já implementada no Quénia?

Uma originalidade?

Nelson disse...

Porque nao se faz isso em Mocambique agora? Teria mais credibilidade doque se esperassemos por um "tsunami politico"