Fascina-me, cada vez mais, a cumplicidade entre a política (passada e presente), o capitalismo (financeiro e comercial) e a apologia da democracia (veemente e televisiva). O investimento imobiliário no nosso país é, creio, entre outros, um bom termómetro a esse nível. Adenda: sugiro que se leia na edição desta semana do "Magazine Independente" (31/03/2010), o trabalho "Parque da CNE privatizado" (Anselmo Sengo como autor, p. 3), através do qual ficamos a saber que uma empresa chamada Épsilon Investimentos SA (cujos membros o jornal revela) comprou, na cidade de Maputo, o terreno que serviu de parque de estacionamento da Comissão Nacional de Eleições e do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral, para ali construir um condomínio - obra a iniciar-se dentro de dias, assegura o semanário - a chamar-se Xiluva (flor), com 12 apartamentos tipo três, ao custo unitário de 480 mil euros. Qualquer pessoa medianamente atenta, sabe o que se passa na cidade em termos de construção de prédios com apartamentos de luxo.