Vamos lá a mais um pouco desta nova e curta série.
O compromisso com a democracia (no pressuposto de que todos saibamos o que ela representa), é quase sempre, creio, fascinante na sua ambivalência: mantemo-lo só até onde chega o limite das nossas convicções e dos nossos valores, abandonamo-lo lá onde começa o território da intolerância, daquilo que nos faz desembraiar a recusa, lá onde não é possível democratizar a democracia.
No próximo número tentarei dar alguns exemplos da citada ambivalência.
(continua)
3 comentários:
...La onde nao 'e possivel democratizar a democracia."
... ali, onde comeca a nossa Ideologia. sugiro.
Parabéns pelo título.
Estimulante.
Democracia não é anarquia. É um facto. É o pior de todos os sistemas com excepção de todos os outros.
Se não houvessem limites na democracia, consagrava-se a lei do mais forte e os debates intelectuais perderiam o sentido. Isso é contradição.
No extremo oposto, a anarquia é pela liberdade total e sem limites. Mas tem um problema. Não é um projecto consolidado de longo prazo. Trata-se de acordo de cavalheiros que dura até que uma das partes quebra o trato. O que é muito comum.
A democracia indubitavelmente o equilíbrio, mas tem o preço da pré-disposição para a cedência mútua. Doutro modo, não resulta.
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