22 março 2010

Riqueza (6)

O término desta série.
Num sistema social no qual certos círculos defendem insistentemente o direito à riqueza, temos duas visões psicologizantes que acabam, afinal, por irmanar-se em sua utilidade política: por um lado, a que atribue ao engenho pessoal, à perseverança individual, a arte da riqueza e à preguiça a causa da pobreza; por outro, a que atribui ao engenho pessoal, à perseverança pessoal, a arte de vitória sobre o diabo e à falta de vontade a razão da derrota, tal como acontece nas igrejas pentecostais, cada vez mais numerosas no país.
Por outras palavras, como num toque de prestidigitador, mas através de potentes aparelhos ideológicos, opera-se a completa evacuação do tipo de relações sociais através das quais uns enriquecem e outros empobrecem (nenhum partido político de Moçambique contempla em seu alfobre analítico uma análise desse tipo).
(fim)

4 comentários:

Anónimo disse...

Parece que os nossos dirigentes tem medo de declarar publicamente o que tem. O argumento apresentados por uma alta figura do governo num dos semanarios da praca me deixou decepcionado... Nao declaram porque as pessoas nao sabem o que quer dizer rico nem o que quer dizer riqueza....Nos nao estamos preocupados com teorias ou conceitos, o que queremos saber e o que certo "chefe" tem quando comeca o mandato e o que tera no final. Queremos e saber se estao a usar bem o dinheiro e as riquezas do pais. Queremos saber se o mercedes ou palacio foi adquirido de maneira legal.

Estao sempre a procura e a apresentar argumentos que nao sao mais do que subterfugios. Digam-nos o que tem e ponto final. Apartir da altura que aceitam servir o pavo tem que assumir atitudes que nao deixem duvidas e uma dessas e "abrir o jogo".

Nao sabemos o que quer dizer riqueza nem rico mas entretanto quando e para falar de pobreza absoluta os dirigentes acertadamente acreditam que todos nos somos experts sobre o conceito....

Anónimo disse...

Aproposito das desavencas entre as autoridades do Municipio e a representante do Governo, qual e realmente a verdade? Uns dizem que o governo nao seguiu os tramites e outros dizem que a FIPAG pagou ao municipio por isso nao estao a fazer as coisas ilegalmente. Entretanto a Administradora (representante do governo) vem a dizer que tem competencias para realizar as obras segundo, como ela diz, "o Numero 1 do artigo J..." de um dispositivo legal. Sera que quer isto dizer que quer o municipio assim como o governo pode realizar obras de forma independente? Quem de facto deveria ter contactado o municipio, o governo (atraves do seu representante) o o executor da obra (FIPAG)? Lembram-se da polemica que se instalou a uns anos atras aquando da construcao do monumento de Samora Machel? sera que as partes nao aprenderam ou e puro aproveitamento politico e tentativa de protagonismo?

Um outro aspecto curioso que a Administradora disse na Record foi: "...de acordo com o numero do artigo J....". Talvez seja ignorancia minha mas o que tenho visto nos diferentes pacotes legais e o contrario: de acordo com a linha J do artigo 1...etc. Desculpe-me se estou errado

Tomás Queface disse...

Então esta:
http://tomasdaniel.blogspot.com/2010/03/alice-mabote-proxima-presidente-de.html

ricardo disse...

Por outras palavras, os que se cansam a trabalhar e os que trabalham descansando.