02 novembro 2009

(82) 02/11/09


Guebuza e Frelimo são os vencedores das eleições presidenciais, legislativas e provinciais. A Renamo perdeu todas as províncias nas quais ganhara anteriormente. Em 1999, na Assembleia da República, a Frelimo teve 133 assentos e a Renamo, 117; em 2004, Frelimo 160 e Renamo, 90; agora, a Frelimo poderá ter 192 assentos e a Renamo 48. Uma desrenamização acelerada na Assembleia da República, uma quase certa maioria absoluta para a Frelimo. Entretanto, recorde aqui. E vamos aguardar, entre outras coisas, pelo cálculo da taxa de abstenção.
Adenda às 7:33: lamento muito não ter podido estar no terreno a estudar as eleições. Se tivesse podido, haveria, entre outras, uma coisa à qual teria dedicado especial atenção: os efeitos no imaginário popular (especialmente campesino) da acção de helicópteros de campanha, curandeiros e régulos.
Adenda 2 às 9:53: aguardo comunicados da Frelimo, da Renamo e do MDM.
Adenda 3 às 11:23: já disponível o Boletim sobre o Processo Político em Moçambique (sem número), 1 de Novembro de 2009 (rosto logo abaixo), aqui.

2 comentários:

Fátima disse...

Apesar de todos os adjectivos abonatórios não creio muito nestas eleições. Desde a sua preparação me pareceu que o objectivo era único: acabar com a oposição. Nós temos o mau hábito de adjectivar piores coisas como boas, uma diplomacia de aparências.

O meu receio é que num país como o nosso, em que o povo é quase incapaz de fiscalizar a governação, como é que se poderá evoluir socialmente. Não pretendo dizer que quem ganhou não ganharia, nem o contrário. Os n.ºs apresentados parecem uma autêntica pré-contrução.

O pior virá. Veremos como serão aprovadas as leis, em que sentido, para o benefício de quem.
Espero que não haja mais corrupção autorizada, aumento exponencial da arrogância governativa.

Tanto esforço empreendido para erguer uma democracia, que se esvanece subitamente. Espero que respeitem as menorias.

umBhalane disse...

"Desde a sua preparação me pareceu que o objectivo era único: acabar com a oposição".

Comentário que subscrevo integralmente.

E o pior é que muita da oposição colaborou, mesmo "bloguers".

Outra oposição foi impedida/não autorizada a a concorrer.

Mesmo num país, num clima eleitoral, em que nunca houve, nem há igualdade de oportunidades.

Que caminhos, ou caminho, tem que seguir a verdadeira oposição em Moçambique?

Que ilações tirar de tudo isto?

Entretanto mais 5 anos, em que fatalmente a lei da vida virá cobrar seus tributos, fazer a poda.
E eles estão velhos, e muito velhos.

Mas esperar mais 10, 15 ou 20 anos?

Qual o caminho que resta?