18 novembro 2009

(113) 18/11/09


Já podeis consultar, por agora apenas em inglês, o extenso Boletim sobre o Processo Político em Moçambique (43), 18 de Novembro de 2009 (rosto logo abaixo), três áreas do processo eleitoral são analisadas e criticadas, na íntegra aqui.


Adenda 2 às 19:42: a Rádio Moçambique deu há momentos, em seu noticiário das 19:30, conta de um comunicado da Missão de Observadores da União Europeia às eleições de 28 de Outubro, no qual são apontadas várias irregularidades e inconsistência de procedimentos eleitorais em 73 distritos das 11 províncias do país. A minha informação é, ainda, muito lacunar.
Adenda 3 às 19:47: "O vice-chefe da missão de observação da União Europeia às eleições de Outubro em Moçambique disse hoje que as irregularidades no apuramento dos votos beneficiaram regra geral "o partido no poder". "Geralmente foi o partido no poder quem beneficiou, mas discutir que partido beneficiou não é importante, o que importa é que algumas regras fundamentais não foram cumpridas", disse Rafael Pouyé, em declarações à Agência Lusa. A dois dias de terminar a missão em Moçambique, os observadores da União Europeia às eleições de 28 de Outubro emitiram hoje um comunicado onde dizem ter constatado "numerosas irregularidades" durante o apuramento dos votos, ainda que as mesmas não afectem "significativamente os resultados". A conferir aqui.
Adenda 4 às 19:51: ler uma notícia mais circunstanciada aqui.

2 comentários:

Unknown disse...

A UE diz ter constatado "numerosas irregularidades" durante o apuramento dos votos, ainda que as mesmas não afectem "significativamente os resultados"

Chama-se isso: MORDER e depois SOPRAR.
Ate a UE!? Em todas as eleicoes repetem a mesma frase!
Correm o risco de serem chamados OECINAR = Observadores de Eleicoes Cujas Irregularidades Jamais Afectam os Resultados.

Unknown disse...

E possivel quantificar ate que ponto o desnivel entre as oportunidades dadas aos candidatos nao afectam os resultados? Que metodos foram usados para tais afirmacoes da UE?
Podemos converter agressoes, casas queimadas, cartoes de eleitores confiscados, eleitores ameacados, enchimento de urnas, votos invalidados, cadernos de recenseamento trocados propositadamente, recusa de credenciar fiscais da oposicao, detencao de membros de mesa da oposicao, ameacas aos eleitores que nutrem simpatias pela oposicao, etc, em numero de votos, e estimar se tudo isso nao e significativo?
Que criterios temos para se afirmar que os resultados nao sofrem alteracoes significativas? Sera que 5% nao e diferente de 4%? E isso nao conta?
Temos experiencia em quantificar o custo de fazer business em Mozambique. Porque nao avancamos para estimar a burocracia que um partido da oposicao enfrenta: por exemplo: numero de dias para obter atestado de residencia (e depois compara-lo com o seu concidadao da Frelimo); numero de detidos pela policia (e compara-los com os detidos da Frelimo); etc.
Pode-se fazer calculos de probabilidades: por exemplo, qual e a probabilidade de uma reclamacao da oposicao ser atendida pelos tribunais? (ai podemos usar a formula: numero de sucesso:numero de reclamacoes julgados);
Quanto tempo leva, em media, a policia a deter um suspeito de vandalizar material de propaganda da Frelimo, e depois compara-lo com o mesmo caso, com de um partido da oposicao?.
E disso que o Observatorio Eleitoral devia se ocupar. Ela deve evoluir para ser uma instituicao de prestigio. Incluam matematicos, sociologos, historiadores, juristas, tecnicos de estatisticas, etc, para darem um outro e progressivo rosto a essas instituicoes. Ha quadros nesta terra!!!!
Temos que ser mais exigentes!