Empresários americanos vieram a Moçambique. Pensando em nós? Nem pensar: pensando nas nossas riquezas, apenas nelas, nos lucros a fazer com elas. O que fizemos nós? Nós apresentámos o que possuímos para formar "parcerias": matérias-primas de todos os tipos, recursos naturais e faunísticos. Exibimos, com rigor, com minúcia, tudo o que é possível de extracção e exploração neste país. A nossa mentalidade de recolectores, de matéria-primais, torna-se cada vez mais sólida e ampla. Essa mentalidade está inscrita numa paisagem de negócios cada vez mais variada, negócios de todos os tipos e quilates. Com essa mentalidade e nesssa paisagem, cobramos depois rendas, impostos, dos formais aos informais. Estendemos a capulana, poisamos nela o que possuímos, os alugadores levam e nós parceiramos com contractos e rendas. Tudo é negócio, universidades há que têm o mundo de negócios como alma vital. Mentalidade produtora, investir na nossa indústria, pensar à Bismarck? Nem pensar, import-export é o horizonte certo, lucro de dumba-nengue é que dá. Depois, na página dos leitores do "Notícias", surgem pessoas queixando-se de que os tempos são outros, que são imorais, que a juventude só pensa em modas e dinheiro, que tudo é motivo para venda e compra, para venalidade; aparecem igrejas e clérigos lamentando a imoralidade social, elas e eles que vivem num meio onde os negócios também abundam.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
1 comentário:
nao se investe no empresariado nacional.
investe se no empresariado extrangeiro em parcerias com "lobistas-politicos" nacionais.
depois trocamos defenicoes:
- ao "informal-vendedor ambulante" chamamos de empreendedor!
- ao " politico-corrupto" chamamos de empresario de sucesso!
O EMPRESARIO FORMAL NACIONAL, paga impostos, multas injustas, todo o tipo de inspeccoes,'e "apertado" e pirateado quando inova, sofre chantagens, sofre concorrencia desleal, e NAO PODE RECLAMAR!
porque hoje, PATRIOTISMO 'E NAO RECLAMAR E CORROMPER OU SER CORROMPIDO!
Abdul Karim
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