Por hipótese, toda a sociedade tem duas velocidades: uma, na qual os seus actores reproduzem simplesmente o que herdam (normas, valores e bens materiais). Outra, na qual eles reproduzem alargadamente o que herdam, refabricando os materiais culturais e dando-lhes um novo conteúdo. O que mantém as sociedades vivas, o que as imbrica na história, é a segunda velocidade, a da reprodução social alargada (rsa). A reprodução social simples (rss) remete para o reino dos hábitos, das rotinas. Se me permitirdes a comparação, a rss é o hardware social, o conjunto das componentes «fixas» do sistema; a rsa, pelo contrário, é o software do sistema, quer dizer a componente criadora e subvertora do homem. Uma crise, seja de crescimento, seja de regressão, surge quando determinados actores imprimem ao conjunto dos actos sociais uma dinâmica «excessiva», uma cadência «anormal» e subvertora das rotinas.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
2 comentários:
Prof. Serra, se estais em Moçambique, agradecia que nos informasse sobre o resultado do jogo dos mambas diante dos tswanas...
Saudações
K.O.
Perdemos por 2/1...
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