19 abril 2006

Sermos pensados pela sociologia dos enlatados

Como ainda não existe uma tradição sociológica no nosso país, digamos que autónoma, nascida no interior da nossa realidade, somos, todos nós ou quase todos nós, fascinados pelos pensamentos que não produzimos, pelos livros que não escrevemos e pelos contextos que não escolhemos.
Somos “adestrados a pensar por pensamentos feitos”, como um dia escreveu Guerreiro Ramos, essa pai fundador da sociologia brasileira, somos pensados pelas conservas sociológicas, importadas e rapidamente consumidas.
O problema torna-se ainda mais grave quando optamos por agendas de pesquisa que não escolhemos no nosso papel de consultores.
Começamos por ser pensados e acabamos completamente esquecidos de nós no doce sofá do conformismo.
Eu próprio ajo regra geral de acordo com os enlatados.

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