Um bocado sob a sigla americana do “tudo é bom” (Feyerabend), um Thomas Kuhn, um David Bloor, um Paul Feyerabend, um Richard Rorty, um Kurt Hübner, entre outros, defendem que a ojectividade científica é um produto de convenção, de um acordo provisório ou de um período histórico, que, no limite (Feyerabend, Hübner), não há mais verdade ou objectividade na ciência do que no mito ou na magia, que todas as formas de conhecimento se equivalem. Nada nos autoriza quer a defender que a concepção da realidade proposta pela ciência seja mais adequada ou mais objectiva do que a defendida pelo mito, quer a acreditar que os julgamentos morais tenham uma base racional. É o fim da crença na razão iluminista e no progresso histórico, é o fim da ideia de desenvolvimento, é o “fim da história” um bocado à Fukuyama num processo que a nível dos programas políticos fortes encontra em Robert Nozick e na sua apologia do Estado mínimo o contexto adequado e emblemático. Talvez tudo isso represente a retroacção cansada a um mundo onde já Ptolomeu, por exemplo, concedia a mesma importância à astronomia e à astrologia, ainda que, claro, os nutrientes fundadores do discurso programático “pós-modernista” sejam muito mais contemporâneos e pareçam provir de Schelling, Schlegel, Nietzsche e Heidegger.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
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