Magermane: provavelmente o mais importante, persistente e contestatário movimento social moçambicano do pós-independência, um fenómeno a carecer de estudo por cientistas sociais moçambicanos. Entretanto, leia um trabalho do brasileiro Héctor Guerra Hernández: "Este artigo pretende explorar os sentidos do dinheiro no interior da história de um grupo social específico. Da memória da riqueza aos relatos de uma pobreza crescente e atual, as representações em torno do dinheiro são um elemento identitário decisivo para os Magermanes, orientam-nos em suas ações políticas e, sobretudo, articulam suas narrativas em torno dos seus supostos inimigos." 20 novembro 2009
Magermane
Magermane: provavelmente o mais importante, persistente e contestatário movimento social moçambicano do pós-independência, um fenómeno a carecer de estudo por cientistas sociais moçambicanos. Entretanto, leia um trabalho do brasileiro Héctor Guerra Hernández: "Este artigo pretende explorar os sentidos do dinheiro no interior da história de um grupo social específico. Da memória da riqueza aos relatos de uma pobreza crescente e atual, as representações em torno do dinheiro são um elemento identitário decisivo para os Magermanes, orientam-nos em suas ações políticas e, sobretudo, articulam suas narrativas em torno dos seus supostos inimigos."
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6 comentários:
Vou ler com atencão este trabalho, mas é interessante que tenha sido um brasileiro e apenas ele quem tenha descoberto isto como área de estudo.
é assunto no semanario "Courrier International" N°993 p.35 de 12 a 18 de Novembro com o titulo "Les anciens immigrés se rebiffent"(Os antigos imigrantes se revoltam)assinado por Asmus HeB
Tsamb
Uma reflexão interessante sobre o fenómeno, provando a minha a tese que são os estrangeiros e não nós próprios quem melhor discute a nossa realidade. Porque são pessoas comprometidos com a ciência e não com a oportunidade.
Eu perguntaria. Madjermanes: outros órfãos da guerra fria ou moeda de troca socialista?
Explorados pela RDA e esquecidos pela RFA. Sua contribuição histórica e económica para Alemanha de hoje e Moçambique também, apagada da história.
Cidadãos moçambicanos injustiçados, com as almas em estado de sítio. Como tantos na sua pátria. Criaram uma "república" do desenrrasca e relações diplomáticas com a autoridade municipal.
Samora é invocado. E porquê? Porque eram jovens quando este os mentalizou nos valores do patriotismo, integridade e da morte ao crime e à corrupção.
Em 1989, os alemães do Leste eufóricos, reclamaram (finalmente) a sua expulsão. É o que nos revelam os ficheiros da STASI. Mas também não era segredo para ninguém que a RDA era, a par da Suécia, um dos países com maior nível de suicídios do mundo! Dizem os cínicos "por conforto a mais...". Tal como a Suécia, aliás.
E o alcoolismo e o sexo eram o único tubo de escape permitido por Honecker ao povo alemão.
E os moçambicanos eram idolatrados por isso.
Há uma história fabricada na RFA tentando vender a imagem de um gulag na RDA. Que era um estado policial, lá isso era. Mas que não cuidava dos seus cidadãos, isso é pura montagem.
E isso, incluia importar uns milhares de moçambicanos para trabalhar para eles.
Perguntem aos "Ossies" o que acham da queda do muro 20 anos depois?
Vão-se surpreender com a resposta.
Apesar de ter sido "arquivado" pelos media e intelectuais de Mocambique, o assunto ainda e materia de grande destaque nos medias e academias internacionais:
1.http://english.aljazeera.net/focus/2009/11/2009118121156268366.html
2.http://www.mang.canterbury.ac.nz/docs/dana/Mozambique%20after%20the%20war.htm
3.http://www.monstersandcritics.com/news/europe/features/article_1508314.php/Africa-and-Asian-East-Germans-nostalgic-for-the-GDR-Feature
4.http://gdrddr.wordpress.com/
Pessoas com valores. Tecnicos habilitados e competentes, mas que hoje viraram marginais, ostracizados por uma sociedade conformista e indiferente. Apagados da historia por seus intelectuais encastelados no poder. E acantonados por seu governo numa "favela" de 200 X 200 m2, sem eira, nem beira.
Ha muita coisa escrita sobre eles na antiga RDA, pena estar em alemao...
Eu gostaria de ter sido um Madjermane. Sentir-me-ia muito mais digno!
Para encerrar a minha contribuicao, sugiro tambem a leitura deste documento, que alias, e tambem citado pelo autor Hector Guerra Hernandez:
www.lusotopie.sciencespobordeaux.fr/oppenheimer2004.pdf
Creio ser um dos estudos mais detalhados sobre o assunto que ja li.
Obrigado Ricardo por nos facultares mais algum material sobre o assunto dos Madgermanes. Pena que outro está em alemão, lingua que topo.
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