08 novembro 2009

Infinita ignorância

Estudando um portal dedicado à informática, fixei duas palavras, tentei saber o que significam: Perl e Drupal. No fim, fiquei quase na mesma em minha infinita ignorância destas informáticas e fantásticas coisas e linguagens.

12 comentários:

ricardo disse...

Confesso que para mim é óbvio...

Perl: uma linguagem de programação. o mesmo que uma ferramenta de trabalho nas mãos de um artesão (programador). A qualidade final da obra depende do artesão e daquele que o orienta (arquitecto ou analista de sistemas).

Drupal: Uma framerwork para gestão de conteúdo. Uma espécie de linguagem de programação "aperte o parafuso e ligue" ou pré-fabricado que faz o mesmo que a linguagem de programação. Só que dispensa a presença do artesão (programador). Basta-lhe um montador (configurador), que pode até ser o professor com o auxílio de um manual.

Espero ter ajudado...

Elisio Leonardo disse...

Boa explicação, ricardo....

Professor, não acho que o professor esteja numa infinita ignorancia quando o assunto é informática.. Este blog é prova disso.

Professor devia é visitar a turma de Informática do terceiro ou quarto ano da UEM, para ver como as coisas estão muito piores por aqui...

Estudante quase finalista de licenciatura em informática que não sabe nem sequer o que quer dizer Blog ou blogspot, imagina então PERL ou Drupal! Parece brincadeira, mas é simplesmente... triste

Boa noite

--
Ricardo, trabalha na área de informática? Simples curiosidade

Carlos Serra disse...

Obrigado.

Maquiti disse...

Muito bem explicado Ricardo,

Elisio, muito triste a situação da UEM, mas diga uma coisa quem é o culpado?


Estudante ou professor?

Abraços

M

Chauque disse...

como diz o Venacio M, isso é gravissimo, é uma aberração,estudantes do 3º/4º com serias deficulidades de informatica,no futuro formarão mais dificientes k genios,
eu axo que o importante nao é procurar o culpado entre o professor e o aluno , poruque é um problema conjuntural, cadeia de culpados desde os planificadores ate ao Reitor , imaginemos se seguirmos a corrente,todos seremos culpados

importa sim adoptar-se novas formas de ensino e aprendizagem mais adekuadas a actual situaçao onde ha muita informacao util e os estudantes tambem participarem na elaboraçao dos novos metodos como parte final e interessada.

obrigado ao Ricardo pela explicação que é muito util nao so para o Professor

Anónimo disse...

Maquiti, não é preciso que hajam culpados e basta que se reconheca que esse seja um problema e que o tal problemas existe no nosso seio.

"esse é o ploblema que estamos com ele; vamos fazer mais como?"

Elisio Leonardo disse...

Oi Maquiti, não è por culpa do Professor que este problema ocorre... Talvez nós, os estudantes, é que deviamos estar mais atentos ao que se passa no mundo em que decidimos nos meter....

Informática é dinamica demais para esperar que tudo venha do Professor... É claro que algumas vezes temos razao de reclamar, mas no geral, concordo quando dizem que questões de Informática não se devem aprender na escola!!!

Outra questão é que nós, estudantes, muitas vezes confundimos licenciatura em Informática com um curso de iniciação em Informática.... É o pior problema.... Na minha opinião, um estudante devia entrar para este curso jà com noções básicas de informática, e não esperar que o professor lhe ensine a ligar o computador!!!

Viriato Dias disse...

Em matéria de qualidade de ensino há que responsabilizar sempre as instituições que fazem pouco nos investimentos. Há uma pressa enorme (para o ingles ver e o portugues dançar, como sois dizer-se) para fazer estatistica, esquece-se muita das vezes aquilo que é o essencial: meios. Os estudantes estão limitados de fontes e desses meios, enfim, devia ser uma aposta do governo.

Um abraço

Maquiti disse...

@Elisio quero discordar contigo, o professor é o maior culpado...como se justifica um aluno de informatica do primeiro até ao quarto ano nunca abriu um unico computador se quer?Ou o professor nunca mostrou as componentes dum computador...

@Viriato, mais uma vez quero concordar consigo, as instituiçoes vem com curriculos rediculos!

Curriculos que não fazem sentido com a nossa realidade...

Como é que um aluno não aprende a instalar um unico sistema operatico no final do curso...

Enfim, é mesmo muito triste como havia dito.

Não vamos culpar os estudantes...

M

Maquiti disse...

caro anonimo,

Deves ser um professor!

M

ricardo disse...

Caríssimos...

Eu que acendi o facho, talvez deva opinar um pouco.

Também me formei na UEM, naquele triste cenário que Elísio descreveu. E toda prática que adquiri foi por minha conta e risco - fora da faculdade ou do serviço - e também "rebeldia" porque nem a faculdade nem os nossos empregadores (Estado e muitos privados) formam recursos humanos como um activo recebível. Hoje considero-me um profissional acima da média.

A informática é uma ciência recente, portanto experimental, logo o investimento é muito importante para o seu conhecimento.

Raras vezes, vi um programa governamental direccionado à ciência aplicada e a engenharia. Mas já vi muitos para as ciências sociais. Os financiamentos externos, bolsas de estudo também se centram preferencialmente na área jurídica, económica e social.

Não se deve menosprezar estas áreas, mas o que não se pode é esquecer definitivamente as outras.

Critico também aquilo que se apelida de REFORMA CURRICULAR, pela sua argumentação simplista. No caso da informática, economia, etc. ouve-se muitas vezes que se "está a responder às exigência do mercado". Como é que isso é possível??? Um curriculum é amadurecido em 7-10 anos. Alguém poderá conceber que o mercado também muda na igual velocidade?

Universidade, escolas criadas para dar canudos aos desbarato e formar analfabetos funcionais, candidatos a "politiqueiros" puxa-sacos e outros inúteis. Tudo motivado pelo Bu$ine$$ que é hoje o negócio da educação em Moçambique.

E não há diferença significativa entre a escola pública e a privada, porque os actores são quase sempre os mesmos. Um verdadeiro circuito fechado.

A construção do saber em Moçambique está mal estruturada. Critico os Pedagogos por isso. Forma-se quantidade e não qualidade, em nome do combate à pobreza e das estatísticas do FMI e Banco Mundial. E o problema parte já do ensino primário. E este péssimo aluno, um dia será também professor. É o ciclo que se repete desde 1975.

Eu já me pronunciei a respeito do Caso sul-africano de 1948, que permitiu que os Afrikaaners consolidassem o seu poder político e económico. É um caso de estudo, que explica como é que a África do Sul é hoje o país mais industrializado de África.

Lembrem-se que o Afrikaaners eram à data um povo rural, semi-analfabeto e pobre.

Disse.

Elisio Leonardo disse...

@Maquiti
Oi, realmente o professor tem a sua culpa, por não actualizar os seus cadernos de apontamentos a tempo. Mas mesmo que fizesse isso, seria impossível perseguir a tecnologia, sendo responsabilidade do aluno procurar pelas inovações que o professor nem sequer sabe que existem.... Os computadores estão ai, na sala de maquinas, Internet tambem(Apesar de terem cortado internet na minha residencia universitária e eu ter de "roubar" internet do vizinho, navegando em pé na varanda como estou agora).... Alunos tem computadores disponíveis....

Talvez a solução se minimizasse se os professores ensinassem como pesquisar e não trouxessem os apontamentos prontos....

Uma vez, distribuiram um manual na sala de aulas, na capa vinha o nome do professor que distribuiu.... Dias depois, eu coloquei o mesmo manual no antigo blog da turma que eu havia construido, com as mesmas vírgulas, mas com o nome do autor original na capa... Moral da história: Talvez o professor não ensina a pesquisar para o aluno não descobrir de que site ou blog brasileiro ele tira as questões para o teste, porque a resposta também está disponivel lá!!!


Abraços